As locomotivas a vapor CP E111 a E114

Construídas pela empresa Emil Kessler

As locomotivas a vapor de via estreita CN21-CN24, mais tarde CP E111-E114, entraram ao serviço da Companhia Nacional de Caminho de Ferro em 1904 e 1907.

Adquiridas ao fabricante alemão Emil Kessler, com o objetivo de reforçar a frota de locomotivas a vapor e dar resposta à expansão das linhas exploradas pela Companhia Nacional, nomeadamente no troço da Linha do Tua entre Bragança e Mirandela, as novas máquinas a vapor foram entregues em dois lotes distintos.

As duas primeiras unidades, numeradas CN7 e CN8, foram entregues em 1904 enquanto que as restantes duas foram entregues apenas três anos mais tarde. Para além da numeração, grande parte da frota foi batizada com nomes relacionados com história e geografia de Trás-os-Montes: CN 7 – “Vilalva”; CN 8 “Macedo”; e CN 10 – “Sabor”.

As novas locomotivas a vapor da Companhia Nacional, apesar de serem praticamente iguais entre si e terem o mesmo esforço de tração, apresentam algumas diferenças uma vez que as duas unidades adquiridas em 1907 distinguem-se por serem um pouco maiores e mais pesadas. Nos anos de 1920, esta série foi renumerada pela primeira vez de modo a distinguir-se de outra série de locomotivas que, à época, serviam na antiga Linha do Dão passando a designar-se de CN 21 a 24.  

Em 1947, e já sob gestão da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, é efetuada nova renumeração para CP E111 a CP E114, com a letra “E” a referir-se às máquinas de via estreita.

A carreira das locomotivas desta série estendeu-se até ao final dos anos 70. Asseguraram a tração de diversos comboios de passageiros, mercadorias, mistos, turísticos e, inclusive, serviços de manobras. Além da Linha do Tua, onde efetuaram grande parte da sua carreira, circularam também na rede de via estreita da área do Porto.

A locomotiva a vapor CP E114 integra a exposição permanente do Museu Nacional Ferroviário, em Bragança.