Cronologia
Cronologia da história dos caminhos de ferro em Portugal
O princípio do caminho de ferro em Portugal, inaugurado em 28 de outubro 1856, foi um dos mais importantes acontecimentos da época. Desde lá, muitos são os marcos que assinala na história dos transportes – de um projecto inicial para ligação ferroviária ao Porto e à fronteira de Badajoz, alçou-se numa verdadeira rede ferroviária, com ligações internas e externas, em muito contribuindo para o desenvolvimento do País e sua aproximação à Europa.
História que hoje a CP-Comboios de Portugal, E.P.E. integra e partilha.
19.12.1844 - Fundação da Companhia das Obras Públicas de Portugal. Formada por Carlos Morato Roma, Francisco Ribeiro da Cunha, Joaquim Honorato Ferreira, José Maria Eugénio de Almeida, Manuel Cardoso dos Santos, Manuel Gomes da Costa São Romão e Tomás Maria Bessone, tinha como um dos objetivos a construção do caminho de ferro em Portugal.
01.03.1845 - Contrato entre o Governo e a Companhia das Obras Públicas de Portugal. Esta ficava encarregada de fazer as obras necessárias para o melhoramento das comunicações no país, nomeadamente a abertura e beneficiação de diversas estradas, a construção da linha de Caminho de Ferro de Leste, o melhoramento da barra e a construção da Alfândega do Porto de lisboa, a estrada de circunvalação de Lisboa, uma casa penitenciária e outras que o Governo designasse.
19.04.1845 - O Governo incumbe a Companhia das Obras Públicas de Portugal de construir uma linha férrea desde as margens do Tejo à fronteira com Espanha. Pretendia-se ligar Lisboa à Europa, tornando assim a capital o centro de embarque europeu para as viagens atlânticas.
01.05.1845 - Aprovação do contrato entre o Governo e a Companhia das Obras Públicas para a construção de um caminhos de ferro entre Lisboa e Espanha.
06.05.1851 - Abertura do concurso para a construção da Linha de Leste até Santarém.
14.05.1852 - É constituída em Londres, a Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal.
10.08.1852 - Sendo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda António Fontes Pereira de Melo, o Governo fez a concessão provisória da construção do Caminho de Ferro de Lisboa à Fronteira de Espanha a Hardy Hislop, Procurador da Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro de Portugal.
30.08.1852 - É criado o Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, com o objetivo de coordenar e fomentar as obras publicas, comércio e indústria com especial destaque para a construção e manutenção das vias de comunicação como estradas, caminhos de ferro e portos.
30.08.1852 - Decreto que autoriza o Governo a construir um caminhos de ferro entre o Porto e a linha férrea de Lisboa à fronteira de Espanha, denominado Caminho de Ferro do Norte.
07.12.1852 - Conclusão dos estudos sobre o caminhos de ferro de Leste, de Lisboa a Santarém, da autoria do engº Thomas Rumball, da Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal.
03.02.1853 - Aprovação da diretriz da Linha de Leste até Santarém, proposta pelo engº Thomas Rumball.
07.05.1853 - Inauguração oficial dos trabalhos na Linha de Leste. A construção só se iniciaria verdadeiramente em 17 de setembro, devendo estar concluída daí a 26 meses, depois de um acordo entre os construtores e a Companhia, e depois de decretadas as normas de fiscalização da obra a 5 de setembro.
10.05.1853 - Aprovados os Estatutos da Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal.
11.05.1853 - Assinatura do contrato definitivo entre o Estado e a Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal.
13.05.1853 - O governo estabelece um contrato com Hardy Hislop, diretor e representante da primeira companhia a construir caminhos de ferro no nosso país, a Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal, para a construção do caminho de ferro de Lisboa à fronteira, passando por Santarém. O projeto da linha, que partia do Largo do Intendente, seguia pelos Olivais, Sacavém, Póvoa, Alverca, Vila Franca, Castanheira, Vila Nova, Azambuja, Ponte de Sant’Ana e Omnias perto de Santarém, foi submetido à aprovação do Governo em dezembro de 1852. Este, através do Conselho Superior de Obras Públicas, ordenou alterações ao traçado, com a linha a partir do Cais do Soldados (Santa Apolónia), valorizando-se a ligação ao Tejo e a seguir pelo norte do canal de Azambuja, de forma a facilitar o seu prolongamento para lá de Santarém.
--.08.1853 - São nomeados os Diretores Gerais da Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal por parte do Governo: Marquês de Ficalho, Conde da Ponte, Conde de Arrocheta, António Paiva Pereira da Silva e Joaquim Tomaz Lobo d'Ávila.
28.02.1854 - Proposta de lei sobre o sistema geral de comunicações do Reino, que previa a construção de duas linhas férreas: entre o Porto e Lisboa e de Lisboa a Espanha.
24.07.1854 - Contrato entre o Governo e os Pares do Reino Marquês de Ficalho e José Maria Eugénio de Almeida, em representação de uma sociedade para a construção do Caminho de Ferro de Aldeia Galega a Vendas Novas, e outras linhas que com estas possam vir a entroncar.
26.08.1854 - Contrato Adicional entre o Governo e a Companhia, representada pelo Marquês de Ficalho e José Maria Eugénio Almeida, para ligar o Tejo com o Sado, entre o Barreiro e Setúbal.
09.09.1854 - Decreto que aprova o Regulamento da Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal.
30.09.1854 - Assinado um compromisso para a construção de uma via férrea entre Lisboa e Sintra, passando por Belém e Algés, entre o Governo e Jean François Marie Armand, Conde de Claranges Lucotte.
06.11.1854 - É nomeada uma Comissão, formada por Manuel Júlio Guerra, Isidoro Baptista Carlos Ribeiro e Joaquim Nunes de Aguiar, para se reunir, em 13 de novembro, com a sua congénere espanhola para resolver em definitivo o local de encontro das linhas férreas na fronteira.
06.02.1855 - Decreto aprovando os Estatutos da Companhia Nacional de Caminho de Ferro ao Sul do Tejo, constituída com capitais de portugueses emigrantes no Brasil, o que lhe valeu ser conhecida por “Brasileira”, que vai construir do Barreiro a Vendas Novas e Ramal de Setúbal.
13.07.1855 - Apresentado o projeto e proposta de lei para fazer terminar Linha de Leste no Cais dos Soldados, e não no Cais das Carvoarias como originalmente estava estabelecido.
16.07.1855 - Lei que autoriza o Governo a iniciar no Cais dos Soldados o Caminho de Ferro de Lisboa à fronteira.
18.07.1855 - Apresentação de proposta para construção da Linha de Leste por Hardy Hislop. É nomeada uma Comissão governamental para estudo dessa proposta.
26.07.1855 - Lei aprovando o projeto apresentado pelo Conde Claranges Lucotte para a construção de um Caminho de Ferro de Lisboa a Sintra.
05.09.1855 - Os empreiteiros Shaw & Waring Brothers suspendem unilateralmente os trabalhos de construção da linha e despedem os trabalhadores, alegando que a Companhia Central Peninsular recusara pagar as despesas de agosto, como estava previsto nos estatutos.
15.12.1855 - Acordo do Ministro das Obras Públicas, Fontes Pereira de Melo, com Shaw & Waring Brothers que rescinde o contrato da empreitada com a Companhia Central Peninsular Caminhos de Ferro em Portugal. O Governo assume a responsabilidade da continuação dos mesmos, e estabelece um acordo com os empreiteiros para a rescisão do contrato de construção.
07.02.1856 - Portaria encarregando o engº F. Watier da continuação da construção do Caminho de Ferro de Lisboa a Santarém. O engº Watier foi coadjuvado pelos engenheiros portugueses Joaquim Margiochi e Gromicho Couceiro.
28.06.1856 - Portaria devolvendo à Companhia Central Peninsular a direção dos trabalhos de construção da linha férrea de Lisboa a Santarém.
23.10.1856 - Publicação do Regulamento de Polícia para os Caminhos de Ferro em Portugal.
28.10.1856 - Inauguração do caminho de ferro em Portugal- no troço entre Lisboa e o Carregado na Linha do Leste, na bitola de 1,44 m, aberto à exploração pública no dia seguinte.
04.06.1857 - Carta de Lei que autoriza o Governo a estabelecer contrato com a Companhia representada por Sir Morton Petto para a construção do Caminho de Ferro do Norte e a rescindir o contrato com a Companhia Central Peninsular de Caminho de Ferro em Portugal para a linha de Lisboa a Santarém.
09.07.1857 - Decreto que dissolve a Companhia Central Peninsular Caminho de Ferro em Portugal, e nomeia o Capitão de engenharia João Crisóstomo de Abreu e Sousa Administrador Geral Interino do Caminho de Ferro de Lisboa a Santarém, cargo que suspendeu em 05.08.1858, sendo substituído por uma Comissão Administrativa composta por José Vitorino Damásio, José Anselmo Gromicho Couceiro e Sebastião do Canto e Castro Mascarenhas.
30.07.1857 - Abertura à exploração pública do troço entre o Carregado e as Virtudes, na Linha de Lisboa a Santarém.
15.09.1857 - Início do transporte de mercadorias em Grande Velocidade.
25.10.1857 - Relatório sobre o reconhecimento das margens do Tejo para a possível construção de uma linha férrea, elaborado por Joaquim Nunes de Aguiar.
28.04.1858 - Abertura à exploração pública do troço entre Quinta das Virtudes e Ponte Sant’Ana, na Linha do Leste.
31.05.1858 - Portaria autorizando a exploração pública do caminho de ferro entre Barreiro e Bombel.
29.06.1858 - Abertura à exploração pública do troço entre Ponte de Sant’Ana e Ponte de Asseca, na Linha de Lisboa a Santarém.
--.08.1858 - Proposta de lei para prolongamento da linha férrea até Évora e Beja, mantendo as condições do contrato efetuado com a Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo.
01.11.1858 - Início do transporte de mercadorias em Pequena Velocidade.
02.02.1859 - O Rei D. Pedro V, grande impulsionador do novo meio de transporte e interessado no desenvolvimento dos negócios ferroviários, acompanhado do seu pai D. Fernando e da Rainha D. Estefânia, e viaja entre o Barreiro e Vendas Novas, num comboio preparado para o efeito, para acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos.
06.06.1859 - Decreto rescindindo contrato com Sir Samuel Morton Peto para a construção do Caminho de Ferro de Lisboa ao Porto.
16.07.1859 - O Conselho de Obras Públicas e Minas apresenta ao Governo o programa de concurso para a construção da linha férrea de Vendas Novas a Évora e Beja.
30.07.1859 - Decreto abrindo concurso para continuação da construção e exploração do Caminho de Ferro do Norte e Leste.
14.09.1859 - Contrato com D. José de Salamanca para a construção e exploração do Caminho de Ferro do Leste e Norte. Este assume dupla função: a de Empreiteiro Geral da construção das linhas através da Empresa Construtora de que é proprietário, e a de Concessionário, de que veio a executar o trespasse das referidas linhas em 13.10.1860 a favor de uma sociedade anónima, a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, da qual começou por deter a maioria do capital social, bem como o direito de nomear os administradores durante os primeiros cinco anos.
23.11.1859 - Decreto aprovando os estatutos da companhia denominada Sociedade Anónima dos Caminhos de Ferro e Docas de Lisboa.
22.12.1859 - Decreto que aprova os Estatutos da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
03.01.1860 - John Sutherland Valentine, apresenta uma proposta, representando um grupo de ingleses composto por Charles Edward Mangles, John Chapman, Robert Russel Netman, Hardy Hislop e George Bernard Townsend, para a construção e exploração da linha de Vendas Novas a Évora e Beja. Os concessionários transferiam os seus direitos para a companhia South Eastern of Portugal Railway Company ou Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste, empresa que se popularizou como Companhia Inglesa, constituída em Londres em Junho de 1860.
11.05.1860 - Realiza-se em Paris a primeira Assembleia Geral de Acionistas da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, sendo o Marquês de Salamanca nomeado Presidente do Conselho de Administração.
12.05.1860 - A Société Générale de Crédit Industrielle et Commerciale é nomeada pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses para funcionar como Banco da mesma.
20.06.1860 - Decreto declarando constituída a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
22.06.1860 - António Augusto de Melo Archer é nomeado, por Portaria, Comissário do Governo junto da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
05.09.1860 - Primeira Assembleia Geral estatutária da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses realizada em Lisboa.
13.10.1860 - Escritura de cessão e trespasse das Linhas do Leste e Norte pelo concessionário D. José de Salamanca à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
05.12.1860 - Decreto que aprova o Regulamento para Fiscalização dos Caminhos de Ferro.
01.01.1861 - Contrato entre a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses e a Société Générale de Crédit Industrielle et Commerciale para o pagamento de coupons, guarda de títulos e outros.
01.02.1861 - Abertura oficial do troço entre o Barreiro e Vendas Novas na Linha do Sul, na bitola de 1,44 m.
01.02.1861 - Abertura à exploração pública do troço entre Pinhal Novo e Setúbal na Linha do Sado.
18.03.1861 - As ações da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses passam a ser cotadas na Bolsa de Paris.
27.03.1861 - Rescisão do contrato com o Conde Claranges Lucotte para a construção do caminho de ferro entre o Forte de S. Paulo, em Lisboa e Sintra com ramais para Colares e Cascais.
01.07.1861 - Abertura à exploração pública do troço entre Ponte de Asseca e Ribeira de Santarém.
06.08.1861 - Contrato de aquisição pelo Governo à Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo da linha do Barreiro a Vendas Novas e Ramal de Setúbal.
07.08.1861 - O Governo toma posse, por compra, da Linha do Sul e Ramal de Setúbal. Após vários episódios, compra a Companhia dos “Brasileiros” e a respetiva concessão ferroviária, perante o interesse de D. José de Salamanca, o concessionário das Linhas de Leste e Norte. Posteriormente o Governo vendeu-a à Companhia do Sueste, responsável pela construção e exploração da linha de Vendas Novas a Évora e Beja na bitola de 1,67m, que aplicou à linha entre o Barreiro e Vendas Novas e Ramal de Setúbal.
01.12.1861 - O Governo assina o contrato de concessão da Linha do Sueste com Hardy Hislop.
--.--.1861 - A bitola da via da Linha do Leste é alterada de 1,44m para 1,67m.
05.05.1862 - Portaria que aprova o projeto da estação de Lisboa dos Caminhos de Ferro de Leste e Norte. A estação de Lisboa-Santa Apolónia foi construída no local do antigo quartel de artilharia no Cais dos Soldados, cedido pelo Governo para o efeito. Estação terminal foi projetada pelos engºs Angel Arribas Ugarte, João Evangelista de Abreu e Lecrenier, construída por Oppermann proprietário dos Annales de la Construction, dirigida a construção pelo engº Agnés. As diferentes partes que compõem o edifício foram subcontratadas a diversos construtores: a obra de alvenaria foi da responsabilidade dos engenheiros Charles Pezerat & Cª, a de cantaria António Moreira Rato, a cobertura metálica foi construída em Inglaterra nas oficinas de James Blair em Glasgow. Os trabalhos de construção iniciaram-se a 4 de setembro de 1862. O largo da estação era um cais conhecido por Praia dos Algarves que foi aterrada, formando a praça frente à fachada principal da estação.
11.10.1862 - A “Empresa Construtora” solicita ao Governo dispensa do estabelecimento da 2ª via nas pontes metálicas.
10.11.1862 - O MOPCI-Ministério das Obras Públicas Comércio e Indústria autoriza a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses a emitir 25 mil obrigações, 500 Fr. cada, com o juro de 3% ao ano.
19.11.1862 - Abertura provisória à exploração pública do troço entre Estarreja e Gaia, na Linha do Norte.
02.12.1862 - Acidente na ponte da Ribeira de Sor na Linha de Leste.
18.02.1863 - Portaria que autoriza a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses a emitir 65.000 obrigações de 500 Fr. com o juro de 3% ao ano.
24.02.1863 - Aprovado o Regulamento para as provas das pontes metálicas nos caminhos de ferro. Em madeira, alvenaria, metálicas ou betão armado as pontes são elementos fundamentais no desenho e construção da rede ferroviária. Às pontes o caminho de ferro exige que interajam com a via férrea de forma a permitir velocidade, economia na construção e conservação e não prejudiquem o equilíbrio ambiental.
05.05.1863 - Abertura à exploração pública do troço entre Abrantes e Crato.
14.07.1863 - É estabelecido o Imposto de Trânsito de 5% sobre passageiros e mercadorias no Caminho de Ferro.
23.07.1863 - São aprovados os estatutos da Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste.
29.07.1863 - Abertura à exploração pública do troço entre Crato e Elvas.
14.09.1863 - Abertura à exploração pública do troço entre Vendas Novas a Casa Branca e Évora.
20.09.1863 - Portaria que aprova o horário dos comboios para o transporte da correspondência, entre Lisboa e Badajoz, atribuindo os comboios nº 5 e 6 a designação de comboio “Correio de 1ª e 2ª classe”. Com a introdução do caminho de ferro em Portugal as cargas postais passaram a ser transportadas nos comboios. A “Direcção Geral de Correios e Postas do Reino” e as Companhias dos caminhos de ferro estabeleceram parcerias com o objetivo de encurtar os tempos de transmissão da correspondência. Logo no contrato de construção das Linhas de Leste e Norte ficou estipulado o transporte gratuito das malas de correio, em vagões, nos comboios de maior velocidade. Iniciado em 1866, as ambulâncias postais (vagões com espaços específicos) eram estações postais ambulantes.
24.09.1863 - Abertura à exploração pública da linha de Lisboa à fronteira de Badajoz: conclusão da Linha de Leste.
15.02.1864 - Abertura à exploração pública do troço entre Casa Branca e Beja.
10.04.1864 - Abertura à exploração pública do troço entre Taveiro e Estarreja.
21.04.1864 - Contrato entre o Governo e a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste para a construção e gestão do prolongamento da linha do caminho de ferro de Beja ao litoral algarvio, adjudicando-lhe a gestão da linha entre o Barreiro e Vendas Novas e o Ramal de Setúbal.
22.05.1864 - Abertura à exploração pública do troço entre Entroncamento e Soure.
07.07.1864 - Abertura à exploração pública do troço entre Soure e Taveiro.
27.08.1864 - O governo nomeia o engº Pedro Inácio Lopes para colaborar na realização dos estudos das vias férreas do Porto a Braga e do Douro até à fronteira. Formado na École Nationale des Ponts et Chaussées em Paris, participou em vários projetos para a construção de caminho de ferro, destacando-se o traçado definitivo da 5ª secção da Linha do Norte (entre Gaia e Campanhã), executado pela Casa Eiffel, sendo responsável pelo serviço de construção da ponte pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
31.12.1864 - Decreto sobre a construção, exploração e polícia dos caminhos de ferro, usando a autorização concedida ao Governo pelo artº 1º da Carta de lei de 25 de junho de 1864. Explicitava que todos os caminhos de ferro e seu material fixo faziam parte do domínio público, podendo esta prerrogativa ser cedida a entidades privadas que a exerceriam em substituição do Estado e em seu proveito próprio, tendo forçosamente de obedecer a um determinado número de obrigações e beneficiando de um certo número de direitos. Para facilitar a construção e exploração, estipulava-se que, em caso algum, o material destinado à construção e exploração das linhas poderia ser penhorado, arrestado ou embargado. Também por ser bem de domínio público, a sua concessão teria de ser autorizada pelo Parlamento sob a forma de lei. Não era obrigatória a abertura de concurso. Contemplava ainda detalhes ligados à fiscalização da construção e exploração das ferrovias. Assim, a fiscalização tributária das empresas, a segurança de passageiros e ferroviários, os direitos e deveres dos concessionários (julgados para todos os efeitos à luz das leis portuguesas, independentemente da nacionalidade dos sócios e acionistas das companhias) face ao Estado, aos clientes e aos proprietários dos terrenos confinantes ao caminho de ferro, os direitos e deveres de clientes e vizinhos das linhas - que deveriam ter uma zona de proteção face a novas construções - e os foros de cada tipo de infração ficavam genericamente determinados.
--.--.1864 - A bitola da via da Linha do Sul é alterada de 1,44 m para 1,67 m.
13.01.1865 - Portaria que autoriza a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses a emitir 40.000 obrigações.
06.04.1865 - Início da arbitragem entre o empreiteiro geral da construção das Linhas de Leste e Norte, José de Salamanca, e a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, presidida pelo engº Talabot.
01.05.1865 - Inauguração da estação principal de Caminho de Ferro do Leste e Norte: Lisboa-Santa Apolónia.
25.06.1865 - A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses inicia o serviço de exploração das Linhas do Leste e Norte, que até esta data eram exploradas pela Empresa Construtora.
17.09.1865 - Entra em circulação um comboio rápido entre Lisboa e Vila Nova de Gaia, com carruagens de 1ª e 2ª classes. Inaugurado por ocasião da Exposição Internacional do Porto este serviço foi suprimido a 04 de fevereiro seguinte. No entanto, dada a sua procura - fazia a viagem em 8h - é reposto a 07.04.1866.
26.09.1865 - É aprovado o Regulamento de Sinais para as Linhas do Leste e Norte.
27.11.1865 - Contrato entre D. José de Salamanca e o Governo para a construção da 5ª secção da Linha do Norte, entre Gaia e o Porto. A conclusão da Linha do Norte implicou a resolução de várias dificuldades: o atravessamento do Douro e a localização da estação términus, comum às Linhas do Norte e do Minho e Douro. O comboio que chegou às Devezas, em Vila Nova de Gaia, em 1863, ficando a aguardar pela construção da última seção da Linha do Norte isto é, a famosa 5ª secção. A construção apresentava várias dificuldades não só pela profundeza do vale com margens escarpadas, expropriações de terrenos da margem direita do Douro, mas também com a localização da estação términus no Porto que se pretendia o mais central possível. Foram várias as propostas quer para o atravessamento do Douro quer para a localização da estação que acabou por ficar em Campanhã.
27.04.1866 - Portugal e Espanha assinam um tratado de livre-trânsito para os caminhos de ferro.
23.05.1866 - Decreto rescindindo o contrato com a Companhia de Caminhos de Ferro do Sueste em virtude da mesma não satisfazer as respetivas condições.
01.07.1866 - A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses suspende o pagamento dos dividendos aos obrigacionistas.
02.07.1867 - Lei autorizando a construção e exploração, por conta do Estado dos caminhos de ferro que do Porto seguissem por Braga e Viana até à Galiza e pelo vale do Sousa e proximidades de Penafiel até ao Pinhão: as Linhas do Minho e do Douro. As primeiras ideias para dotar o Norte do país com caminhos de ferro, datam da era do governo de Costa Cabral, período marcado por intensa especulação ferroviária, com inúmeras propostas, mas muito poucas realizações. Só em 1857 surgem propostas concretas e em 1862, o Governo incumbe o engº Sousa Brandão de estudar a ligação da cidade do Porto à Régua e dois anos depois, do Porto a Braga. Estas linhas são geridas pelo Estado até 1927, data do seu arrendamento à CP.
01.04.1868 - Inaugurado o serviço direto de Lisboa a Madrid para passageiros, em 1ª classe.
11.04.1868 - É aprovado o Regulamento de Polícia e Exploração dos Caminhos de Ferro.
11.04.1868 - O artº 89º do Regulamento de Polícia e Exploração dos Caminhos de Ferro impõe a existência de livros de reclamação nas estações de caminho de ferro.
12.03.1869 - O Governo toma posse administrativa dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste, o que está na origem dos Caminhos de Ferro do Estado.
25.10.1869 - Decreto concedendo ao Duque de Saldanha licença para estabelecer um Caminho de Ferro pelo sistema Larmanjat na estrada de Lisboa a Leiria, passando pelo Lumiar, Torres Vedras, Caldas da Rainha e Alcobaça. Inaugurado oficialmente em 31 de janeiro de 1870, o sistema veio a revelar grandes dificuldades: o percurso de 26 km demorava cerca de duas horas, devido não só aos atrasos sucessivos nas partidas mas, e especialmente, às condições do território (declives e rampas acentuadas) e pouca potência do material, patinando as rodas em dias de chuva, chegando mesmos os passageiros a levarem consigo pequenos sacos de areia para evitar derrapagens. Além disso, os solavancos e trepidação das carruagens era de tal forma que a viagem se tornava num suplicio. Tudo isto, agravado com os escândalos financeiros em que a companhia organizada para explorar o Larmanjat se viu envolvida, fez com que esta experiência terminasse em 1877.
28.10.1869 - Decreto fixando o quadro de vencimentos do pessoal da fiscalização no Caminho de Ferro de Norte e Leste.
02.11.1869 - Abertura à exploração pública do troço entre Beja e Quintos, na Linha do Sueste.
23.11.1870 - Portaria mandando organizar a estatística do movimento dos Caminhos de Ferro Portugueses.
20.12.1870 - Abertura à exploração pública do troço entre Beja e Casével.
06.06.1871 - A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses reinicia o pagamento dos dividendos das obrigações.
11.07.1871 - É concedida ao Duque de Saldanha licença para estabelecer um Caminho de Ferro, pelo sistema Larmanjat, entre Lisboa e Sintra.
29.08.1871 - É concedida ao Duque de Saldanha licença para estabelecer um Caminho de Ferro, pelo sistema Larmanjat, entre Belém e Cascais.
05.09.1871 - Abertura à exploração pública do troço entre Évora e Vale do Pereiro.
--.--.1871 - É concedida licença a Simão Gattai para estabelecer um caminho de ferro americano entre o Porto e Braga, passando por Santo Tirso e Guimarães, aproveitando o leito das estradas reais. Em 1872 foram alteradas as condições do concurso e impôs-se a construção de uma linha férrea de via reduzida, entre um ponto do caminho de ferro do Minho, próximo do rio Ave, até às Taipas, com um ramal de Fafe por Vizela, a entroncar na linha principal entre Santo Tirso e Guimarães. Em outubro de 1874 Simão Gattai trespassa a sua concessão a uma companhia inglesa, a Minho District Railway Company Limited, que se vê dispensada de construir o ramal de Vizela e os lanços entre o Ave e Guimarães, fixando o Governo, em 1875, o trajeto entre Bougado e a Cidade Berço na bitola de 1,67m, orientação modificada para 1 metro pelo Plano de 1877, feito pela Ordem dos Engenheiros. Debatendo-se com diversos problemas, nomeadamente financeiros, e havendo construído apenas 6 km de via, a Companhia declara falência em janeiro de 1879. Então é feita nova concessão à companhia representada por António de Moura Soares Veloso e pelo Visconde de Ermida, para a construção de uma linha de via larga, entre Bougado e Guimarães, transformada em 1880 para via métrica. Em 2004, com as obras de modernização a linha foi eletrificada e integrada no sistema de via larga.
17.04.1872 - O engº Manuel Afonso de Espregueira é o primeiro português a ser nomeado Diretor Geral da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
06.06.1872 - O engº Pedro Inácio Lopes é nomeado responsável pelos estudos do traçado da 5ª secção da Linha do Norte, o atravessamento do rio Douro.
14.06.1872 - Decreto mandando proceder à construção do Caminho de Ferro do Porto à Galiza por Braga e Viana do Castelo, Linha do Minho, e aos estudos do Vale do Sousa por Penafiel até ao Pinhão, Linha do Douro.
18.06.1872 - São aprovados os Estatutos da Associação Humanitária do Pessoal dos Caminho de Ferro do Sul do Tejo. Associado à construção e exploração de caminhos de ferro em Portugal surge o associativismo ferroviário. Apesar dos ferroviários, trabalhadores de diferentes companhias, terem condições de trabalho e regalias sociais mais ou menos idênticas de norte a sul do país, nem sempre estiveram unidos na defesa de interesses e proteção social o que justifica a existência de várias associações de socorros mútuos. Com sede no Barreiro, a primeira sociedade ferroviária de tipo mutualista, apenas admitia os ferroviários dos caminhos de ferro do Sul e Sueste, com idades entre os 15 e os 45 anos, capacidade para trabalhar e do sexo masculino.
08.07.1872 - Inauguração dos trabalhos de construção da Linha do Minho. O Ministério das Obras Públicas Comércio e Indústria nomeou, em 1872, diretor da construção do Caminho de Ferro do Minho o engenhei João Joaquim de Matos que elaborou o projeto definitivo a partir dos estudos dos engºs Aguiar, Sousa Brandão e Brito Taborda.
17.08.1872 - A Companhia Real aprova regulamentos, a ODG-Ordem da Direção Geral nº 3, que determinam o seu funcionamento e têm particular incidência sobre o pessoal obrigando-o, em particular o da exploração a cumprir apenas ordens recebidas da Companhia, em detrimento de outras, por exemplo vindas do construtor; e a não dar informação sobre o serviço interno da mesma, sendo expressamente proibido transmitir informações à Imprensa sobre pessoal ou qualquer serviço da companhia sob pena de despedimento.
18.09.1872 - Os Estatutos da Caixa de Socorros da Companhia Real são aprovados. A Caixa definiu como objetivo - destinado a auxiliar os empregados feridos, doentes ou em situação precária - estabelecer pensões vitalícias.
23.12.1872 - Aprovado o regulamento para a utilização do telégrafo de estação; usado também por particulares, estes pagavam segundo taxas definidas de acordo com o número de palavras enviadas.
30.01.1873 - Greve de oito dias dos Maquinistas, Fogueiros e Operários das oficinas do Leste e Norte. Os grevistas reclamavam a readmissão dos colegas demitidos por fazerem parte da “Fraternidade Operária”.
10.03.1873 - Abertura à exploração pública do troço entre Vale de Pereiro e Venda do Duque, na Linha de Évora.
18.03.1873 - Portaria ordenando a elaboração de um projeto para a construção de um Caminho de Ferro de Abrantes à fronteira de Espanha (Monfortinho) a Joaquim J. de Almeida. O Caminho de Ferro da Beira cedo despertou interesse devido à sua “vocação” de linha internacional. Foram encomendados diversos estudos e traçados sendo o engº Bento Fortunato de Moura Coutinho de Almeida d’Eça incumbido de elaborar o projeto definitivo da linha pelo norte do Mondego. A linha foi projetada em cinco secções, numa extensão de 200,987 quilómetros (de Pampilhosa à Fronteira), com 3 tuneis, 6 pontes com tabuleiros de ferro e 5 em alvenaria.
31.05.1873 - Decreto aprovando a emissão de obrigações para a construção do Caminho de Ferro do Minho e Douro.
19.06.1873 - Decreto concedendo a J. C. Temple Elliot e ao Barão Kessler o Caminho de Ferro de via reduzida entre o Porto e a Póvoa do Varzim, para transporte de passageiros e mercadorias financiado por capital privado e sem apoios do Estado. A concessão implicou condições: bitola, peso dos carris, perfis, fiscalização da construção e da exploração pelo Estado, o transporte dos funcionários e correio gratuito, bem como o dos empregados do telégrafo. Em dezembro de 1873 a concessão é trespassada para a Companhia dos Caminhos de Ferro do Porto à Povoa de Varzim que fica responsável pela construção e exploração da linha. Em 1876 é concedido o prolongamento da mesma até Vila Nova de Famalicão onde, em 12.06.1881, passou a entroncar com a Linha do Minho.
08.07.1873 - Inauguração dos trabalhos de construção da Linha do Douro. A norte do País, a construção ferroviária foi responsabilidade do Estado, através das Direções do Minho e do Douro, posterior Direção do Minho e Douro. Por indefinição quanto ao local de ligação das Linhas do Minho e do Douro com a do Norte (estação de serviço comum e Ponte Maria Pia), só em 1872 foi apresentado o projeto definitivo, encontrando-se as duas em Campanhã, sendo o traçado comum até Ermesinde. As obras da Linha do Douro, a leste de Ermesinde, iniciaram-se a 8 de julho de 1873.
28.07.1873 - Inauguração do Caminho de Ferro de sistema Larmanjat entre Lisboa e Sintra.
02.09.1873 - Portaria encarregando a Companhia dos Caminhos de Ferro do Minho da construção da estação do Porto, comum às Linhas do Minho, do Douro e do Norte. A conclusão da Linha do Norte ficou condicionada pela necessidade de definição do atravessamento do Douro e da localização da estação términus.Foram apresentadas três hipóteses de traçado para a chamada 5ª secção (entre Vila Nova de Gaia e o Porto), bem como para a localização da estação no Porto que se pretendia o mais central possível: traçado do Areinho; traçado do Campo do Cirne e traçado do Seminário. A construção da estação, na zona de Campanhã começou por ser atribuída à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, que nomeou o engº Pedro Inácio Lopes responsável pelo projeto.
22.12.1873 - Abertura à exploração pública do troço entre Venda do Duque e Estremoz, Linha de Évora.
24.04.1874 - Portaria ordenando que a Junta Consultiva de Obras Públicas elabore um Plano geral do Caminho de Ferro.
30.04.1874 - O Conselho de Administração da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses decide construir uma Escola Primária para os filhos dos empregados no Entroncamento.
12.05.1874 - Portaria comunicando à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses que a construção da estação do Porto será terminada por conta do Governo.
26.02.1875 - Lei autorizando o Governo a isentar do imposto de trânsito as mercadorias transportadas em Pequena Velocidade pelo período de 36 anos nas Linhas do Leste e Norte.
01.03.1875 - Um grupo de deputados com interesses na região de Trás-os-Montes propõe a construção de uma linha férrea entre a Régua e Chaves, passando por Vila Real. A pretensão justificava-se pela fertilidade agrícola da região, intensa produção vinícola, a qualidade do gado, a procura das termas de Pedras Salgadas e de Vidago.
09.04.1875 - Portaria encarregando o engº Francisco Maria de Sousa Brandão de elaborar o projeto definitivo para a construção do Caminho de Ferro da Beira Baixa.
21.05.1875 - Abertura à exploração pública do troço entre Porto-Campanhã e Nine, na Linha do Minho.
21.05.1875 - Abertura à exploração pública do Ramal de Braga, entre Nine e Braga.
09.06.1875 - Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses aprecia os três projetos para a travessia do Douro, entre o Porto e Gaia.
22.06.1875 - Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses adjudica a construção da ponte sobre o Douro à Casa Eiffel et Cie. Início da construção da ponte Maria Pia sobre o rio Douro na Linha do Norte, adjudicada à empresa G. Eiffel et Compagnie, projeto pioneiro, de um único arco com um vão de 167 metros e a altura média de 60,11 metros em relação à baixa-mar.
22.06.1875 - A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses decide substituir os carris de ferro por carris de aço.
01.07.1875 - Portaria encarregando o Coronel de Engenharia Nuno Augusto de Brito Taborda, Diretor do Caminho de Ferro do Sueste, de elaborar o projeto definitivo do Caminho de Ferro do Algarve, primitivamente estudada pelos engenheiros ingleses da Companhia do Sueste. Dividido o traçado em 4 secções e entregue as mesmas aos engenheiros Alexandre Maria Ortigão de Carvalho a 1ª secção, a Luís Delenne a 2ª secção, a José Cecílio da Costa a 3ª secção, e a João Augusto de Abreu e Sousa a 4ª secção.
01.07.1875 - Decreto ordenando a construção do caminho de ferro do Algarve por conta do Governo.
30.07.1875 - Abertura à exploração pública do troço entre Ermesinde e Penafiel na Linha do Douro. Em via única, bitola de 1,67 m e carris de 25 kg, com origem em Ermesinde, a linha atravessa o rio Ferreira, chegando ao vale do Sousa para se ligar com o do Tâmega através de uma importante obra de arte, o túnel na tapada de D. Luís.
25.08.1875 - A construção da ponte sobre o Douro é financiada pela Société Générale.
01.10.1875 - Abertura á exploração pública do Caminho de Ferro entre Porto-Boavista e a Póvoa do Varzim, na Linha do Litoral do Minho.
20.12.1875 - Abertura à exploração pública do troço entre Penafiel e Caíde.
12.06.1876 - Portaria incumbindo Sousa Brandão de elaborar um estudo para uma rede de caminho de ferro a norte do Douro, para dotar a região de Trás-os-Montes com um caminho de ferro que permita aumentar o rendimento da Linha do Douro.
02.09.1876 - Aprovado o contrato de adjudicação da construção das pontes do Cávado, Neiva e Lima.
31.10.1876 - Contrato com a Casa Gustave Eiffel & Cie para o projeto e construção da ponte sobre o rio Lima, na Linha do Minho.
01.01.1877 - Abertura à exploração pública do troço entre Nine e Midões, estação originalmente chamada de São Bento.
21.06.1877 - Contrato entre a Companhia Real e a Sociedade Geral de Fosfatos de Cáceres para o transporte ferroviário de fosforites para o porto de Lisboa.
19.04.1877 - Decreto autorizando a construção e exploração pela Companhia Real Caminhos de Ferro Portugueses de um Ramal da Linha do Leste à fronteira espanhola, junto de Cáceres, o Ramal de Cáceres, de Torre das Vargens a Valência de Alcântara e a Cáceres. A primeira ligação ferroviária internacional portuguesa, por Badajoz e Ciudad Real, levou a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses a assumir a construção do Ramal de Cáceres, perante o interesse de canalizar para o porto de Lisboa o tráfego espanhol das fosforites. O ramal é inaugurado para mercadorias em 1879, e para passageiros no ano seguinte.
10.07.1877 - Portaria reunindo numa só as direções dos Caminhos de Ferro do Minho e Douro.
21.07.1877 - Acordo assinado com M. Maret para o prolongamento da linha de Torre das Vargens a Valência de Alcântara.
21.08.1877 - Portaria autorizando a emissão de 90.000 obrigações pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, para o financiamento da construção do Ramal de Cáceres.
07.10.1877 - É criada em Espanha a Companhia de Madrid a Cáceres e a Portugal-Sociedad de los Ferrocarriles de Madrid a Cáceres e a Portugal.
21.10.1877 - Abertura à exploração pública do troço entre Midões e Barcelos.
04.11.1877 - Inauguração da ponte Eiffel sobre o rio Douro, na Linha do Norte, e da estação de Porto-Campanhã.
05.11.1877 - Abertura à exploração pública do troço entre Gaia e Porto-Campanhã na Linha do Norte.
24.02.1878 - Abertura à exploração pública do troço entre Barcelos e Darque.
23.03.1878 - Lei que autoriza o Governo a contratar em hasta pública a construção do caminhos de ferro da Beira Alta, numa extensão de 200,987 Km, da Pampilhosa à Fronteira, concessão atribuída à Société Financière de Paris que constituiu a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta, iniciou a construção em outubro de 1878.
14.04.1878 - Abertura à exploração pública do troço entre Quintos e Serpa.
06.05.1878 - Lei que autoriza o Governo a adjudicar em hasta pública a construção e exploração do caminho de-ferro do Algarve e o prolongamento das linhas do Sul e do Sueste.
30.06.1878 - Inauguração da ponte ferroviária sobre o rio Lima, entre Darque e Viana do Castelo, construída pela Casa Eiffel.
01.07.1878 - Abertura à exploração pública do troço entre Darque e Caminha, na Linha do Minho.
15.07.1878 - Início da construção do Ramal de Cáceres.
07.08.1878 - Abertura à exploração pública do Caminho de Ferro entre Póvoa do Varzim e Fontaínhas em direção a Famalicão.
15.09.1878 - Abertura à exploração pública do troço entre Caíde e Juncal, na Linha do Douro.
08.01.1879 - São publicados os Estatutos da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.
15.01.1879 - Abertura à exploração pública do troço entre Caminha e S. Pedro da Torre, na Linha do Minho.
--.01.1879 - A Companhia Minho District Railway Company Limited, concessionária do Caminho de Ferro de Santo Tirso a Guimarães, declara falência.
03.06.1879 - Abertura à exploração pública do troço entre S. Pedro da Torre e Segadães, na Linha do Minho.
15.07.1879 - Abertura à exploração pública do troço entre Juncal e Régua, na Linha do Douro.
--.--.1879 - O engº Miguel Correia Pais apresenta um projeto para a construção de uma ponte mista, para os tráfegos ferroviário e rodoviário, entre o Grilo, em Lisboa, e o Montijo.
04.04.1880 - Abertura à exploração pública do troço entre Régua e Ferrão, na Linha do Douro.
01.06.1880 - Abertura à exploração do troço entre Ferrão e Pinhão, na Linha do Douro.
06.06.1880 - Abertura à exploração pública do Ramal de Cáceres, entre Torre das Vargens e Valência de Alcântara.
23.06.1880 - Lei autorizando a construção de um ramal de caminho de ferro de via larga que, partindo da estação de Campanhã, ligue as Linhas do Minho e do Douro e a do Norte com a Alfândega do Porto. A construção de uma ligação ferroviária das Linhas do Norte, Minho e do Douro com o centro da cidade e a Alfândega do Porto era solicitada pela sociedade portuense, justificada pelo crescente movimento comercial por via marítima que a Alfândega registava e pela necessidade de uma estação no centro da Invicta. É neste contexto que surgem projetos para uma estação central e para a construção do ramal da Alfândega. A construção de um ramal para o transporte de mercadorias com ligação da zona ribeirinha à cota alta de Campanhã através da escarpa sobranceira do Douro é autorizada; o engº Justino Teixeira foi encarregue de elaborar o projeto.
12.06.1881 - Abertura à exploração publica do troço entre Fontainhas e Famalicão, estação comum à via estreita e via larga da Linha do Minho.
01.10.1881 - Abertura à exploração pública da Linha de Valência de Alcântara a Madrid. Em 1878 iniciaram-se os trabalhos de construção de uma nova linha que, partindo da Linha de Leste na Torre das Vargens, iria entroncar com a rede espanhola na estação de Arroyo-Malpartida, na província de Cáceres que veio a dar o nome ao ramal, isto é ramal de Cáceres. Este permite o serviço de passageiros entre Lisboa e Madrid por Marvão e Valencia de Alcântara, passando esta a ser a principal ligação entre as duas capitais ibéricas bem como, para a restante Europa, visto que, até 1895, o comboio Sud Express, com ligação a Paris, passou também a circular neste percurso.
24.03.1882 - Inauguração da estação de Viana do Castelo.
01.07.1882 - Abertura à exploração pública da Linha da Beira Alta, entre Figueira da Foz e a fronteira por Vilar Formoso, considerada como a verdadeira linha internacional, que permitia a ligação de forma mais rápida de Lisboa e do seu porto ao centro da Europa. Tal acontecimento mereceu destaque em todos os meios, com especial incidência no político, tendo sido realizada a inauguração oficial a 03 de agosto, na Figueira da Foz. No dia anterior, um comboio especial partiu de Lisboa-Santa Apolónia, levando a bordo o rei D. Luís, a família real, membros do governo, das companhias ferroviárias da Beira Alta e da Companhia Real e vários jornalistas, entre os quais Bronislaw Wolowski que publicou o relato da viagem e da cerimónia de inauguração num livro com o título Les Fêtes en Portugal, Inauguration du chemin de fer de la Beira Alta. Voyage de la famille royale. Notes et souvenirs de voyage. A publicação foi traduzida e publicada na Gazeta dos Caminhos de Ferro entre 1958 e 1960.
03.08.1882 - Inauguração oficial da Linha da Beira Alta.
06.08.1882 - Abertura à exploração pública do troço entre Segadães e Valença, na Linha do Minho.
12.10.1882 - Contrato entre o Governo e o “Sindicato Portuense” - conjunto de Bancos do Porto, para a construção da linha férrea de Salamanca a Barca de Alva e Salamanca a Vilar Formoso. Pretendia-se defender os interesses comerciais da cidade perante a concorrência das ligações internacionais já definidas e garantir a ligação direta da Linha do Douro com Espanha e o norte da Europa, evitando-se o desvio de tráfego para outros portos marítimos que, caso se concretizasse, alteraria as condições económicas do Porto. O traçado e a construção das linhas tiveram vida acidentada, o que provocou a falência do “Sindicato Portuense”, passando a linha em Espanha a ser explorada, em 1885, pela Compañia del Ferrocarril de Salamanca e la Frontera de Portugal-SFP, com sede em Madrid.
26.04.1883 - Lei estabelecendo as condições para a construção do Caminho de Ferro da Beira Baixa e ramais de Mirandela e Viseu.
01.09.1883 - Abertura à exploração pública do troço entre Pinhão e Tua, na Linha do Douro.
07.11.1883 - É adjudicada à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses a Linha da Beira Baixa. Foi sempre considerada uma das linhas com maior importância da rede ferroviária, não só pela região que serve como também pelas relações peninsulares e internacionais que possibilitava. Neste sentido, defendia-se a diretriz que partindo da Linha de Leste, seguisse pelo vale do Tejo, Castelo Branco e Monfortinho até à fronteira espanhola e ligasse Plasencia com a linha para Madrid. Várias foram sendo as propostas apresentadas, mas só em 1875 é publicado a portaria que autoriza o engº Francisco Maria de Sousa Brandão de elaborar o projeto definitivo para a construção do caminho de ferro da Beira Baixa. Em 1885 é assinado o contrato definido com a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses para a construção da linha que é iniciada em dezembro do mesmo ano.
23.11.1883 - Contrato de concessão da Linha do Oeste (Torres Vedras-Figueira-Alfarelos) à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. Pensada desde muito cedo, a Linha do Oeste apenas arrancou na segunda fase de construção dos caminhos de ferro em Portugal, isto é, nos anos oitenta do século XIX. Não havendo expectativas de tráfego que justificassem o investimento, os projetos de concessão foram sendo adiados. Em 31 de Janeiro de 1882, foi aprovado pelo Parlamento uma proposta para a construção de uma linha férrea que, partindo de Alcântara, iria até Torres Vedras com ramais para Sintra e Merceana e outro desde Torres Vedras por Caldas, S. Martinho, Leiria, Figueira da Foz e ramal de Alfarelos onde entroncaria com a Linha do Norte. A concessão foi atribuída a Henry Burnay & Cª mas, por contrato de 9 de Maio de 1883, foi trespassada para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. Os trabalhos de construção iniciaram-se em 1886.
14.12.1883 - Aprovados os Estatutos da Caixa de Socorros dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste. Criada pela Sociedade Cooperativa de Consumo do Caminho de Ferro do Sueste, e instituída por alvará de 18 de dezembro de 1883, tinha por fim atribuir subsídios aos associados na enfermidade e na inabilidade, garantir pensões às viúvas, fazer empréstimos e fornecimento de géneros de consumo aos sócios.
31.12.1883 - Abertura à exploração pública do troço entre Trofa e Vizela, na Linha de Guimarães.
21.03.1884 - O Conselho de Administração aprova o contrato com José Duarte Amaral; este obriga-se a publicar no “Guia dos Caminhos de Ferro” as marchas e horários internos e combinados em vigor nas linhas em troca do transporte gratuito dos Guias e concessão da sua venda nas estações. Ao produto da venda será deduzido 25%, sendo 1/3 para a Caixa de Socorros e 2/3 para os empregados responsáveis pelas vendas.
12.04.1884 - É autorizada a paragem dos comboios mistos em Tancos para entrada e saída de passageiros unicamente durante o tempo que ali durarem as manobras militares da Escola Prática de Engenharia, sendo o funcionário da Companhia Real pago pelo Ministério da Guerra.
14.04.1884 - Abertura à exploração pública do troço entre Vizela e Guimarães, na Linha de Guimarães.
17.09.1884 - Decreto determinando que se proceda, por conta do Estado, à conclusão e exploração de toda a rede do Caminho de Ferro do Sul e Sueste.
20.12.1884 - Abertura à exploração pública do troço da Linha Sul entre a primitiva estação do Barreiro, na Av. Miguel Pais, e a nova estação fluvial. A construção da Linha do Sul, do Barreiro a Vendas Novas e Ramal para Setúbal, foi iniciada pela Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, mas a inauguração oficial em 1861 já decorreu com a linha na posse do Estado. No Barreiro a localização do território ferroviário iniciou-se pela ocupação dos terrenos junto à margem direita do Coina, onde se construiu a estação, a primeira estação definitiva da rede nacional ferroviária. Ao longo dos anos, o crescimento do complexo ferroviário trouxe a necessidade de se proceder à expropriação e aquisição de novos terrenos de forma a dar resposta às necessidades desse crescimento, bem como à construção de uma nova estação comum aos vapores, ao comboio e às oficinas, sendo a primitiva estação é adaptada a oficinas.
01.04.1885 - João de Andrade Corvo é nomeado Presidente do Conselho de Administração da Companhia Real.
25.06.1885 - São aprovados os novos Estatutos da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
29.07.1885 - Contrato definitivo entre o Governo e Marquês da Foz, Visconde de Macieira, Fernando Palha e Henrique Moser para a construção e exploração do Ramal de Viseu.
05.09.1885 - Escritura de trespasse da linha férrea de Lisboa a Sintra e Torres Vedras, e seu ramal, da Companhia Concessionária Henry Burnay para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
26.09.1885 - Abertura de um posto de Vigilância e Isolamento para rastrear os passageiros vindos de Espanha. Funcionou até 11.02.1886 e tinha como objetivo evitar a entrada da epidemia de cólera que se verificava em Espanha.
18.10.1885 - Abertura à exploração pública do Ramal de Coimbra, de Coimbra-B a Coimbra cidade. A articulação de Coimbra na rede ferroviária nacional levantou questões várias desde o início da construção: a passagem do Mondego com o desvio do leito do rio e a perturbação nos campos a jusante, assim como, a ligação à cidade. Esta começou por ser concessionada à Companhia da Beira Alta que pretendia construir a sua linha desde Coimbra, passando por Santa Comba Dão até à fronteira em Vilar Formoso. Com a fixação, em 1878, na Pampilhosa do início da futura Linha da Beira Alta, implicou a construção de um ramal para ligar a estação de Coimbra-B, na Linha do Norte, à cidade, facilitando assim a deslocação de passageiros e o acesso ao Mondego das mercadorias que, vindas da Beira, procuravam a via fluvial até ao porto da Figueira da Foz. Perante o desinteresse da Companhia da Beira Alta na construção do ramal, a Companhia Real dos Caminhos de Ferro em 1883, assume a sua construção.
25.03.1886 - Abertura à exploração pública do Ramal internacional entre Valença e a Galiza.
07.07.1886 - Alvará concedendo à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses a construção e exploração de um ramal de Santa Apolónia a São Domingos de Benfica.
10.01.1887 - Abertura à exploração pública do troço entre Tua e Pocinho, na Linha do Douro.
14.02.1887 - Abertura à exploração pública do troço entre Serpa e Pias, na Linha do Sueste.
02.04.1887 - Abertura à exploração pública do troço entre Alcântara-Terra e Cacém na Linha do Oeste.
02.04.1887 - Abertura à exploração pública do Ramal de Sintra, entre o Cacém e Sintra.
09.04.1887 - É concedida à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses o Ramal de Cascais a Santa Apolónia. O traçado, projetado pelo empreiteiro Bartissol, corria ao longo da margem e a caminho do mar, constituindo a solução mais segura perante a instabilidade dos terrenos.
09.04.1887 - Alvará concedendo à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses a construção e exploração da linha férrea de Cintura de Lisboa.
05.05.1887 - Abertura à exploração pública do troço entre Pocinho e Côa, na Linha do Douro.
21.05.1887 - Abertura à exploração pública do troço entre Cacém e Torres Vedras, na Linha do Oeste.
26.05.1887 - A Companhia Real dos Caminhos-de ferro Portugueses estabelece uma Caixa de Reformas para todos os empregados e Operários efetivos dos serviços da exploração das linhas, gerida por uma Comissão Administrativa formada pelo Diretor da Companhia, que a presidia, e pelos Chefes de serviço da exploração.
08.07.1887 - O engº belga Hippolyte de Baère é encarregue de estudar a ligação ferroviária entre a estação de Porto-Campanhã até às proximidades da Praça de D. Pedro (hoje Praça da Liberdade), que deu origem à atual estação de Porto-S. Bento.
01.08.1887 - Abertura à exploração pública do troço entre Torres Vedras e Leiria, na Linha Oeste.
22.09.1887 - Alvará aprovando os novos Estatutos da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
22.09.1887 - Alvará concedendo à Companhia dos Caminhos de Ferro dos Meridionais a construção e exploração da Linha de Setil a Vendas Novas. Na década de 80 do século XIX assiste-se a um período de expansão da economia nacional que se reflete no crescimento da construção e exploração da rede ferroviária. O alvará concedia a Eduardo da Costa Ferreira Leite, a construção e a exploração de um caminho de ferro, de sistema americano, para ligar as estações de Santarém a Vendas Novas. Em 1888 a concessão é transformada para caminho de ferro em leito próprio.
29.09.1887 - Abertura à exploração pública do troço entre Tua e Mirandela na Linha do Tua. Em 1878 foram apresentados dois projetos para a construção de um caminhos de ferro para ligar Mirandela e Bragança à Linha do Douro: um apresentado pelo engº militar João José Pereira Dias e pelo Condutor Bernabé Roxo, sob a direção do engº de Sousa Brandão, pela margem direita do Rio Tua; e o outro, da autoria do engº António Xavier de Almeida Pinheiro, pela margem esquerda do Rio Tua. Em dezembro de 1883, o Governo adjudicou ao Conde da Foz a construção da linha férrea de Foz-Tua a Mirandela, em via estreita, pela margem esquerda, que a trespassou para a Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro. Em 1884 iniciaram-se os trabalhos de construção em Mirandela.
04.11.1887 - Início da exploração do comboio Sud Express, ligando Lisboa, Madrid, Paris e Calais. Com condições de conforto, carruagens-cama e restaurante, rapidez o Sud Express cedo conquistou passageiros que da Europa se dirigiam para as Américas através do porto de Lisboa, vendo o seu horário adaptado ao dos transatlânticos e sendo aumentado o número de circulações, até que em 1900 passou a serviço diário.
09.12.1887 - Abertura à exploração pública do serviço direto de Caminho de Ferro do Porto a Salamanca, por Barca de Alva. No Douro, ultrapassadas as contestações relativas à diretriz da linha, construída a ponte sobre o Tua e concluídas as negociações para a construção da ponte internacional sobre o Águeda - projeto da responsabilidade da Direção dos Caminhos de Ferro do Minho e Douro e aprovado em Fevereiro e Maio de 1886 pelos Governos português e espanhol respetivamente -era aberto à exploração o troço Pocinho-Barca d'Alva e a Ponte Internacional, ficando definitivamente concluída a Linha do Douro.
14.12.1887 - Alvará aprovando os estatutos da Caixa Económica e de Pensões. Subsidiária da Associação dos Empregados dos Caminhos de ferro Portugueses, podendo inscrever-se, e subscrever com os fundos que quisessem e pela forma que preferissem, todos os empregados e Operários de caminhos de ferro.
18.01.1888 - Portaria que autoriza a construção da linha férrea urbana na cidade do Porto.
15.03.1888 - Regulamento sobre a fiscalização da construção de caminhos de ferro que revoga o de 5 de dezembro de 1860.
20.05.1888 - Abertura à exploração pública do troço entre Benfica, Sete Rios, Chelas e Xabregas na linha férrea urbana de Lisboa. Em 1886 foi concedida à Companhia Real a construção de uma linha em via única que, partindo de Santa Apolónia, passando por Xabregas, seguia até Benfica, permitindo a ligação das Linhas do Norte e Leste pela concordância de Chelas-Braço de Prata e da Linha do Oeste pela concordância Sete Rios-Campolide. Em 1887, a Companhia é autorizada a avançar com a duplicação desta linha assim como com a ligação à futura estação Central, o Rossio.
03.06.1888 - Abertura à exploração pública do troço entre Casével e Amoreiras, Linha do Sul.
17.07.1888 - Abertura à exploração pública do troço entre Leiria e a Figueira da Foz: conclusão da Linha do Oeste.
06.09.1888 - Contrato entre a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses e a Compañia de Los Ferrocarriles del Oeste de Espanha, para a exploração da Linha de Plasência a Astorga por conta da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
25.09.1888 - Auto da entrega da Ponte Internacional do Minho à Direção da Exploração dos Caminhos de Ferro do Minho e Douro. A Linha do Minho projetada e construída por engenheiros portugueses, atravessando vales, campos de milho, produções de vinho e uma malha de povoações densas, ligou o Porto e a restante rede ferroviária nacional a Valença em 1882, perspetivando-se a ligação a Espanha através da construção de uma ponte sobre o rio Minho. A primeira iniciativa coube a Espanha que contacta as entidades nacionais no sentido de construir uma ligação que facilitasse a comunicação entre Tui e Valença e as deslocações dos espanhóis que chegavam ao Minho. O projeto para a ponte é atribuído ao espanhol Pelayo Mancebo e Ágreda, a construção à Société Anonyme de Constructions et Entreprise de Travaux Publics de Braine-le-Conte e financiado pelos dois países ibéricos. Inaugurada em 1886, a exploração e manutenção era bipartida, ficando no caso português sob a responsabilidade da Direção de Exploração dos Caminhos de Ferro do Minho e Douro.
08.11.1888 - Abertura à exploração pública do Ramal de Alfândega, entre Porto-Campanhã e Porto-Alfandega.
22.02.1889 - Escritura entre a Companhia do Caminho de Ferro do Mondego e Eugène Béraud para a construção da linha de Coimbra a Arganil.
08.06.1889 - Abertura à exploração pública do troço entre Amieira e Alfarelos: Ramal de Alfarelos.
01.07.1889 - Abertura à exploração pública do troço entre Amoreiras e Faro, na Linha do Sul.
30.09.1889 - Abertura à exploração pública do troço da Linha de Cascais entre Pedrouços e Cascais. O ramal que devia ligar Cascais a Santa Apolónia, iniciou-se em Pedrouços, ficando a aguardar pelas obras da 1ª secção do porto de Lisboa para chegar à estação principal das Linhas de Leste e Norte. O traçado, projetado pelo empreiteiro Bartissol, corria ao longo da margem e contou com algumas dificuldades técnicas, especialmente nos contrafortes da Boa Viagem e no Estoril, ultrapassadas pela opção de uma linha a bordejar o mar. A partir de 1901, a concorrência da tração elétrica da Carris na sua linha do Rossio a Algés, associada aos fracos resultados de exploração, levaram a Companhia Real a equacionar a alteração da tração a vapor e o arrendamento da exploração, concretizado em 1918 com a assinatura do contrato de arrendamento com a Sociedade Estoril. A eletrificação associada à adoção de soluções técnicas inovadoras, nos anos 30 transformam a linha no paradigma da modernidade do tecido ferroviário nacional.
30.09.1889 - Abertura à exploração pública da 2ª via do troço entre Pedrouços e Caxias, no Ramal de Cascais.
04.12.1889 - Alvará aprovando os Estatutos da Companhia das Docas do Porto e Caminhos de Ferro Peninsulares.
07.01.1889 - Alvará aprovando os estatutos da Associação dos Operários das Oficinas Gerais dos Caminhos de Ferro Norte e Leste de Portugal. Composta por número indeterminado de indivíduos do sexo masculino, com mais de 15 e menos de 45 anos de idade, tanto nacionais como estrangeiros, residentes em Lisboa. Tinha como objetivos subsidiar os seus associados na enfermidade, na prisão, na inabilidade e concorrer para as despesas do funeral. Para ser admitido como sócio era indispensável que o candidato fosse Operário das Oficinas Gerais - ou que a elas tivesse pertencido e, no momento, estivesse prestando serviço em qualquer outra secção ou lugar da Companhia – sendo ainda admitidos Maquinistas, Fogueiros e seus dependentes.
20.02.1890 - O Conde de Cabral é nomeado Presidente do Conselho de Administração da Companhia Real.
15.04.1890 - Abertura à exploração pública da segunda via do troço entre Olivais e Carregado, na Linha do Leste.
18.05.1890 - Inauguração da estação central do Rossio, da autoria do arquiteto José Luis Monteiro, cuja novidade foi a instalação de ascensores hidráulicos. A exiguidade do terreno e a grande diferença de cotas exigiram ao arquiteto soluções técnicas para ultrapassar essas dificuldades bem como, um projeto que dignificasse a cidade. A construção, entregue por empreitada à empresa Duparchy & Bartissol, englobava o edifício da estação, cobertura, rampas de acesso, túnel, um hotel e ainda a ligação rodoviária à Calçada do Carmo, teve início no ano de 1886. A construção do túnel do Rossio, considerada por muitos como a maior obra de engenharia nacional do século XIX, teve início em 1887. Com o comprimento de 2613 metros, o maior túnel ferroviário português, quase todo escavado por entre rocha calcária, foi atravessado pela primeira vez, a 8 de abril de 1889. No processo construtivo, a cobertura metálica do cais de embarque, com 21 metros de altura e 130 de comprimento, foi fornecida pela casa belga Baume et Marpent, destacando-se, enquanto exemplo da arquitetura do ferro.
06.06.1890 - Despacho aprovando a instalação de um sistema de sinalização Saxby & Farmer na estação central do Rossio. O moderno sistema acionado manualmente por alavancas, permitia que apenas um agente, a partir de uma torre de madeira, com piso elevado e envidraçado, colocada perto da entrada do túnel, controlasse todas as agulhas da estação, bem como os respetivos sinais.
11.06.1890 - Abertura ao público na linha férrea Urbana de Lisboa da ligação entre Lisboa-Rossio e Campolide.
01.10.1890 - Abertura à exploração da 2ª via do troço entre Caxias e Estoril, no Ramal de Cascais.
25.11.1890 - Abertura à exploração pública da Linha do Dão, entre Santa Comba Dão e Viseu. Em 1884, após vários concursos sem receção de propostas, a construção da linha foi adjudicada ao Marquês da Foz, ficando estipulado no contrato a obrigatoriedade da companhia que viesse a ser constituída, a Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro, ter maioria de capitais nacionais e a direção ou conselho de administração composta(o) por cidadãos portugueses.
06.12.1890 - Abertura à exploração pública do troço entre Alcântara-Mar e Pedrouços, na Linha de Cascais.
16.03.1891 - Abertura à exploração da 2ª via do troço entre Carregado e Azambuja, na Linha do Leste.
09.04.1891 - Entrada ao serviço das locomotivas a vapor série 031 a 039, parte da primitiva série 09 a 026 equipada com condensador para utilização no túnel do Rossio; de que a ex-20, posterior CP 027 da série 021 a 029, está exposta no Museu Nacional Ferroviário. Adquiridas em Inglaterra à Beyer Peacock and Company fizeram serviço, especialmente, nas ligações de Coimbra à Figueira da Foz e de Vila Nova de Gaia a Porto-Campanhã.
18.05.1891 - Escritura entre a Companhia dos Caminhos de Ferro Meridionais e Pedro Inácio Lopes da Companhia Real para a construção, por empreitada, da Linha de Vendas Novas a Sant’Anna.
19.05.1891 - Abertura á exploração da segunda via do troço entre a Azambuja e Sant’Anna, na Linha do Leste.
25.05.1891 - Abertura à exploração pública da concordância de Verride, entre a Linha do Oeste e o Ramal de Alfarelos.
10.08.1891 - Abertura à exploração pública do troço entre Alcântara-Terra e Alcântara-Mar, inserida no projeto das designadas linhas suburbanas que começaram a ser construídas na década de 80 do século XIX. Depois de várias propostas que não se concretizaram, é atribuída à Companhia Real construção da Linha de Oeste e Ramal de Sintra, assumindo a estação de Alcântara-Terra o início da linha que é inaugurada em 1887. Esta ligação só foi possível após as obras do porto de Lisboa e a construção da Linha de Cascais.
06.09.1891 - Abertura à exploração pública do troço entre Abrantes e Covilhã na Linha da Beira Baixa, com a presença da família real.
05.09.1891 - Abertura à exploração pública do troço entre Campolide, Sete Rios, Chelas e Braço de Prata, concluindo a Linha Urbana de Lisboa.
23.10.1891 - A Companhia dos Caminhos de Ferro dos Meridionais contrata com a Casa Eiffel a construção das pontes do rio Tejo e das Valas da Azambuja e Muge.A Casa Eiffel manteve em Portugal uma intensa atividade de construção de pontes metálicas, iniciada com o contrato da ponte Maria Pia, sendo a primeira sobre o rio Cavado em Barcelos, na Linha do Minho em outubro de 1877. Desde aí e até setembro de 1878 colocou ao serviço sete pontes nas Linhas do Norte, Minho e Douro, entre as quais também a rodoferroviária sobre o rio Lima em Viana do Castelo. Entre 1887 e 1892 construiu 17 pontes nas Linhas do Douro, Minho, Norte, Leste, Cascais, Beira Alta, Oeste, e na de Cintura de Lisboa a de Alcântara.
11.11.1891 - O Visconde de Roboredo e Alexandre de Saldanha da Gama solicitam a concessão, sem subvenção do Estado, da construção de um caminho de Ferro de via reduzida entre Sesimbra e o Seixal.
16.01.1892 - Henry Burnay é nomeado Presidente do Conselho de Administração da Companhia Real.
17.01.1892 - Os representantes das oficinas da Companhia solicitam ao Conselho de Administração que seja revogada a ordem dada para que o salário fosse pago mensalmente e continuassem a receber quinzenalmente. A presença do caminho de ferro e a necessidade de garantir a segurança e fiabilidade do material circulante, levaram à instalação de oficinas com capacidade para responder às solicitações de um meio de transporte em expansão. As oficinas que, para além dos trabalhos de reparação, manutenção e conservação, construíam também material circulante, apresentavam um quadro de pessoal com situações laborais diversas, que se traduziam no vínculo à empresa, nas regalias socais e na progressão na carreira. Com horário de trabalho de 10 horas, os Operários do quadro e pessoal auxiliar ou eventual, eram pagos por tarefa e quinzenalmente.
10.06.1892 - António Maria Pereira Carrilho é nomeado Presidente do Conselho de Administração da Companhia Real.
11.06.1892 - Os Caminhos de Ferro do Minho e Douro apresentam o programa de concurso para a construção do edifício da Estação Central do Porto (atual Porto-S. Bento) e dependências, terraplenagens, túneis, muros de suporte, aquedutos e, em geral, de toda a infraestrutura da linha compreendida até à estação do Pinheiro, atual Porto-Campanhã.
01.12.1892 - É aprovada a lei orgânica da Administração Geral dos Caminhos de Ferro do Estado, separados em dois grupos distintos: o do Sul e Sueste e o do Minho e Douro, cada um com direção diferente, serviço de exploração, de pessoal, de saúde, mutuárias e associações de classe.
06.05.1893 - Abertura à exploração pública do Ramal de Matosinhos, entre a Senhora da Hora e Matosinhos.
11.05.1893 - Abertura à exploração pública do troço entre Covilhã e Guarda: conclusão da Linha da Beira Baixa.
09.11.1893 - É publicado um diploma regulador do regime de falência das companhias ferroviárias.
11.11.1893 -Decreto nomeando uma Comissão Administrativa para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
13.11.1893 - O Tribunal do Comércio de Lisboa declara em estado de cessação de pagamento a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
16.01.1894 - Publicação do Projeto de Convenção entre a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses e os seus credores.
17.01.1894 - O ministro das Obras Públicas nomeia uma comissão de técnicos ferroviários para estudar o sistema de tarifas por zonas. As diversas tabelas de tarifas existentes e aplicadas pelas companhias que exploravam linhas férreas em Portugal, a necessidade de aumentar o número de passageiros e mercadorias transportadas, e com isso melhorar os resultados de exploração, dado o sucesso verificado em países como a Hungria que, em 1889, adotaram um sistema de tarifas por zonas. O assunto era controverso e levantou acesa polémica, não só nas reuniões da própria comissão, nas administrações ferroviárias, nos meios académicos e na imprensa da época.
30.11.1894 - Alvará aprovando os novos Estatutos da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
18.12.1894 - António Maria Pereira Carrilho é nomeado Presidente do Conselho de Administração da Companhia Real.
--.11.1894 - Greve dos Operários das Oficinas Gerais da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
04.09.1895 - Abertura à exploração pública do troço entre Cais do Sodré e Alcântara-Mar: conclusão do Ramal de Cascais.
08.11.1896 - Abertura à exploração pública da Linha Urbana do Porto, entre Porto-Campanhã e Porto-S. Bento.
23.01.1897 - Contrato entre a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses e a Direção dos Caminhos de Ferro do Minho e Douro, para a circulação dos comboios da Companhia Real, no lanço dos compreendido entre Porto-S. Bento (Estação Central do Porto) e Porto-Campanhã (Pinheiro).
17.03.1898 - A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, aprova o Regulamento da Escola de Praticantes para Fatores, Telegrafistas e Guarda-freios a funcionar na Estação de Lisboa Santa Apolónia. A introdução do caminho de ferro em Portugal veio trazer novas oportunidades de trabalho, novas profissões e exigir novos conhecimentos e formação técnica. Em 1864 são criadas várias escolas industriais no país, mas os problemas de articulação entre a escola e as empresas, manifestou-se no pouco interesse do patronato na promoção do ensino técnico. As empresas ferroviárias, com necessidades especificas de formação para os seus trabalhadores, e não encontrando resposta nas instituições de ensino existentes, desenvolvem programas de formação para colmatar as carências existentes no país bem como as suas próprias necessidades.
08.06.1898 - É criada a Escola de Praticantes na estação do Entroncamento, subsidiária da de Lisboa.
06.10.1898 - Decreto nomeando uma Comissão composta pelos engºs Costa Serrão, Duro Sequeira, Vasconcelos e Sá, Jales Guimarães e Fernando de Sousa, para apresentar ao Governo a nova organização dos Caminhos de Ferro do Estado.
06.10.1898 - São nomeadas as Comissões técnicas para o estudo do plano de “viação acelerada” que deve ser adotado nas regiões ao Norte do Mondego e ao Sul do Tejo.
09.12.1898 - Decreto organizando a Direção Fiscal de Exploração dos Caminhos de Ferro não explorados pelo Estado.
14.07.1899 - Lei que determina que os Caminhos de Ferro do Sul e Sueste e do Minho e Douro, e os que de futuro o Estado viesse a explorar, fossem denominados Caminhos de Ferro do Estado e a sua gerência confiada a um Conselho de Administração, autorizando o Governo a reorganizar os serviços e a decretar as providências necessárias para a cabal execução da lei, conforme as respetivas bases. A mesma instituía um fundo denominado Fundo Especial dos Caminhos de Ferro do Estado.
14.07.1899 - Criação da Caixa Especial de Aposentações do Pessoal Administrativo e Jornaleiro dos Caminhos de Ferro do Estado, gerida e subsidiada pelo Conselho de Administração (CA), que assegurava as mesmas regalias atribuídas aos restantes trabalhadores ferroviários pela Caixa de Socorros dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste. O alvará foi assinado em 31.01.1901 e alterou a sua designação para Caixa de Aposentações e Socorros dos Caminhos de Ferro do Estado que absorve a anterior caixa, fica responsável pelo pagamento das pensões concedidas a sócios inválidos e suas famílias, define pensões de reforma de 25%, 50% e 75% dos salários dos diferentes trabalhadores, podendo estas, por decisão do CA, ser atribuídas na totalidade para empregados e Operários que “pelos seu relevantes serviços fossem merecedores de tal recompensa”
10.10.1899 - Abertura à exploração pública do troço entre Tunes e Algoz, no Ramal de Portimão.
30.12.1899 - As estações de Lisboa-Rossio, Entroncamento e Vila Nova de Gaia passam a estações principais.
15.02.1900 - Aprovado o Plano geral das vias férreas ao norte do Mondego.
31.01.1901 - Publicado o Regulamento Geral da Caixa de Aposentações e Socorros dos Caminhos de Ferro do Estado.
01.07.1901 - Portaria que autoriza o Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado a proceder à construção do 1º lanço da ligação Barreiro- Cacilhas, entre a estação do Barreiro e a margem direita da Ribeira de Coina.
01.01.1902 - Caixa de Aposentações da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.
19.02.1902 - Instituídas Comissões fiscais junto de cada Armazém de Víveres da Companhia.
19.05.1902 - Abertura á exploração pública da segunda via entre Gaia e Granja, na Linha do Norte.
15.06.1902 - Abertura ao público do apeadeiro de Canelas, na Linha do Norte.
13.11.1902 - Criação da Escola Maria Amélia, na estação de Casa Branca, Linha do Sul, para instrução dos empregados dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste e seus filhos.
27.11.1902 - Decreto aprovando o Plano geral da rede ferroviária ao Sul do Tejo.
18.02.1903 - Decreto que manda proceder, por conta do Estado, à construção da Linha do Corgo, por administração direta do Estado. A Direção do Minho e Douro foi encarregue de proceder à revisão do projeto da secção da Régua a Vila Real e foram, então, nomeadas duas comissões técnicas para proporem o tipo de material circulante a adotar na nova linha. Em 1904, o Ministro das Obras Públicas, conde de Paçô Vieira, aprovava os diferentes materiais que incluíam, no circulante, pequenos salões fundamentados pela grande afluência de passageiros abastados na «estação das águas», pois a linha iria servir as estâncias termais das Pedras Salgadas e Vidago. Salões que, para além da circulação em composições regulares, podiam ser alugados isoladamente, sendo permitida a sua saída para o exterior da rede mediante tarifas próprias, caso os passageiros obtivessem previamente autorização para que a sua circulação se fizesse nessas linhas. Aprovado o material circulante, foi aberto concurso e adjudicado à Société Anonyme de Ateliers Germain (Monceau-sur-Sambre – Bélgica), por 157 200 francos, o fornecimento de 3 salões, 4 carruagens mistas de 1ª e 2ª classes, 6 de 2ª classe e 4 furgões. Construídos em 1905, os salões saíram da Bélgica por via terrestre no final desse ano, depois de cuidadosamente inspecionados pelo engº Zacarias Sant’Ana, havendo conhecimento de que, em meados de fevereiro de 1906, se encontravam em Barca d’Alva esperando a conclusão de formalidades aduaneiras a fim de seguirem para a Régua.
--.07.1903 - Início dos trabalhos de construção da Linha do Corgo.
31.08.1903 - Aprovado o projeto de ampliação da estação do caminhos de ferro de Coimbra Cidade. A ligação ferroviária da Linha do Norte, a partir da estação de Coimbra para a cidade inaugurou-se em outubro de 1885, através de um ramal que terminava numa pequena estação junto ao Largo das Ameias, no topo ocidental da Avenida Navarro apenas separada do Mondego pela estrada que corria ao longo da margem. A localização da estação foi sendo alvo de críticas não só pela qualidade das instalações, mas também pela exiguidade do local e a dificuldade em permitir a ligação da baixa de Coimbra com o rio e o Choupal. Em 1918 é elaborada um estudo de ampliação onde se incluía um novo edifício de passageiros assinado por José Coelho. Em 1923, o projeto foi retomado e desenvolvido pelos arquitetos da CP, Cottinelli Telmo e Luís da Cunha.
24.12.1903 - São estabelecidos os vencimentos do pessoal administrativo das Direções dos Caminhos de Ferro do Estado (Minho e Douro e Sul e Sueste) e modificados vários serviços das mesma, incluindo a Caixa de Aposentações e Socorros.
15.01.1904 - Abertura à exploração pública da Linha de Setil a Vendas Novas, que estabelece a ligação das redes do norte com a sul do Tejo, em resultado do período de expansão da economia portuguesa na década de 80 do século XIX com reflexos no crescimento da construção e exploração ferroviária. Os trabalhos de construção foram da responsabilidade do engº Pedro Inácio Lopes, que assina com a Companhia dos Caminhos de Ferro Meridionais a escritura da empreitada em 18.05.1891. A linha é inaugurada com a presença do Rei D. Carlos, representantes das companhias ferroviárias e membros do governo, tendo o comboio real partido da estação do Rossio às 11h e chegado ao Setil às 12,01h.
19.01.1904 - Portaria ordenando a elaboração do projeto para a construção da ligação de Évora a Reguengos, o Ramal de Reguengos, subdividido em 3 lanços, visto que o Fundo Especial de Caminhos de Ferro não apresentava liquidez para custear as obras de construção, a Câmara Municipal de Reguengos apresentou ao Governo um pedido de autorização para contrair um empréstimo e financiar a construção do troço de caminho de ferro. Autorizada a contrair um empréstimo de 500 contos em 27 de janeiro de 1912, os trabalhos de construção iniciaram a 15 de Dezembro de 1913. Porém, por várias dificuldades económicas, o ramal, num total de 40.7 km e com carris de 30kg, só foi aberto à exploração em 06 de Abril de 1927.
25.07.1904 - Vitorino Vaz Júnior é nomeado Presidente do Conselho de Administração da Companhia Real.
01.08.1905 - Abertura à exploração pública do troço entre Estremoz e Vila Viçosa: conclusão da Linha de Évora.
27.12.1905 - Abertura à exploração pública do troço entre Pias e Mora: conclusão da Linha do Sueste.
01.01.1906 - O serviço do comboio internacional Sud Express passa a diário.
10.01.1906 - Contrato de adjudicação a Jorge Colaço da empreitada de ornamentação interior do vestíbulo da Estação Central do Porto, com azulejos artísticos.
14.04.1906 - Abertura à exploração pública do troço entre Tavira e Vila Real de Stº António: conclusão da Linha do Sul.
12.05.1906 - Abertura à exploração pública do troço entre a Régua e Vila Real na Linha do Corgo.
01.12.1906 - Inauguração da Estação de Bragança.
16.12.1906 - Abertura à exploração pública do troço entre Coimbra e Lousã, pela Companhia Real. A construção de uma linha de via reduzida de Coimbra a Arganil foi atribuída em setembro de 1877 à firma Fonsecas, Santos & Viana. No ano seguinte a concessão foi trespassada à Companhia do Caminho de Ferro do Mondego, responsável pela construção e alteração da bitola. Em janeiro de 1889 é aprovado o projeto definitivo e em 22 de fevereiro desse ano, a Companhia assina o contrato de construção com o empreiteiro Eugène Beraud que inicia dos trabalhos de construção. Dificuldades financeiras e problemas com o empreiteiro conduziram à interrupção dos trabalhos em 1891, sendo a Companhia obrigada a negociar acordos com o empreiteiro, os credores e a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses para a conclusão e exploração da linha, o que aconteceu em 1904. Apesar de inscrita em vários Planos Ferroviários, nunca ultrapassou Serpins onde chegou em agosto de 1930.
05.02.1907 - Contrato de concessão da Linha do Vale do Vouga. Apesar de prevista no plano de 1877, só em 23 de maio de 1901 foi concedida a Frederico Pereira Palha autorização para construir e explorar um caminho de ferro de via reduzida que, partindo de Torre de Eita, no ramal de Santa Comba Dão a Viseu, fosse até Espinho e, daí, por Sever do Vouga, até Aveiro, estabelecendo ligação com a Linha do Norte. Perante as dificuldades de investimento necessário à construção, em 1906, esta foi transferida para a Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l’Étranger, que a iniciou em dezembro de 1907. Foi considerado o mais importante investimento na região, quer do ponto de vista social quer económico, interessando diretamente a 16 concelhos com bastante densidade populacional, em que grande parte dela se deslocava para trabalhar no Porto. A obra enfrentou diversas dificuldades, relacionadas com as características geográficas da zona, o que obrigou à construção de uma linha com um perfil bastante acidentado e sinuoso, com curvas e contracurvas, cujo raio, nalguns casos, não ultrapassa os 90 metros, razão que conduziu à opção pela bitola métrica e está na origem do nome “Linha do Vale das Voltas” pelo qual ficou conhecida.
20.04.1907 - Abertura à exploração pública do troço entre Évora e Arraiolos, no Ramal de Mora.
06.04.1908 - Portaria aprovando o projeto de ampliação do edifício de Santa Apolónia, para acrescentar um andar ao edifício principal. Nas décadas de 40 e 50 do século XX constrói-se a avenida do Infante D. Henrique e, nas imediações, parques de estacionamento para automóveis particulares e táxis e paragens de elétricos. O acesso ao edifico passou a ser feito pela fachada principal, sendo as bilheteiras instaladas no átrio central. Os cais de embarque foram prolongados e alargados, procedeu-se á iluminação de toda a gare, dotou-se o edifício com o serviço de bar, salas de espera, depósito de volumes, vendas de jornais e um sistema de comunicação através de altifalantes para informar o público sobre o movimento dos comboios.
11.07.1908 - Abertura à exploração pública do troço entre Pavia e Mora: conclusão do Ramal de Mora.
07.08.1908 - É assinado o contrato de transformação do sistema de tração e do arrendamento da exploração da Linha de Cascais à Sociedade Estoril.
04.10.1908 - Abertura à exploração pública do Ramal do Montijo. As primeiras referências ao caminho de ferro para o Montijo, então conhecido por Aldegalega / Aldeiagalega, datam de 1854 quando um grupo liderado pelo Marquês de Ficalho, apresenta uma proposta para a construção do primeiro caminho de ferro ao sul do Tejo, entre Aldegalega e Vendas Novas. A Companhia dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, entretanto constituída, fica responsável pela construção e exploração da referida linha férrea alterando a sua origem para o Barreiro. O projeto ferroviário para o Montijo só é retomado no início do século XX, já as ligações ferroviárias tinham saído da responsabilidade de companhias privadas e passado para o Estado, que através do Fundo Especial de Caminhos de Ferro financiava a construção das redes a sul do Tejo e a norte do Douro. A construção do ramal de Aldegalega-Montijo ao Pinhal Novo foi financiada pela Câmara Municipal com autorização de 1907.
21.12.1908 - Abertura à exploração pública do troço entre Espinho e Oliveira de Azeméis, na Linha do Vouga.
21.03.1909 - Abertura à exploração pública do troço entre Livração e Amarante, na Linha do Tâmega.
02.09.1909 - Abertura à exploração pública do Ramal de Montemor.
17.02.1910 - Criado o Montepio Ferroviário – Associação de Socorros Mútuos do Pessoal Empregado nos Caminhos de Ferro de Portugal e de suas Famílias. Associação de duração indefinida, de capital indeterminado e composta de ilimitado número de sócios, de ambos os sexos, nacionais ou estrangeiros, com residência em Portugal continental, com objetivo de socorrer as famílias dos sócios falecidos.
22.10.1910 - Criada a Associação do Pessoal dos Caminhos de Ferro Portugueses, vulgarmente designada por Sindicato Ferroviário ou Sindicato da CP, apesar de estatutariamente não ser um sindicato de empresa.
16.11.1910 - Greve, até 21.11.1910, dos ferroviários da Companhia de Caminhos de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão por aumentos salariais.
25.11.1910 - Greve, até 03.12.1910, dos ferroviários do Minho e Douro por redução do horário e aumentos salariais.
11.01.1911 - Greve nacional dos ferroviários, até 16.01.1911, iniciada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses mas com rápida adesão dos ferroviários dos Caminhos de Ferro do Estado, da Companhia da Beira Alta e da Companhia Nacional. O início do seculo XX marca um momento decisivo em termos organizativos no universo dos ferroviários. A implantação da República provocou uma explosão associativa e reivindicativa nos caminhos de ferro portugueses assistindo-se à criação de várias associações de classe em simultâneo, centrando-se as primeiras reivindicações na melhoria das reformas e pensões dos trabalhadores.
26.01.1911 - A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses concede passes de livre circulação a todo o seu pessoal, como consequência da greve ocorrida nesta data.
16.04.1911 - Os comboios rápidos entre Lisboa-R e Vila Nova de Gaia, bem como o Sud Express para Paris e o rápido de Madrid passam a ser rebocados pelas locomotivas da série 351 a 365, adquiridas à Henschel & Sohn. As primeiras duas locomotivas desta série chegaram ao porto de Lisboa em fevereiro de 1911 e foram montadas nas oficinas Gerais de Lisboa-Santa Apolónia.
29.04.1911 - É nomeada uma Comissão destinada a estudar e propor as modificações no Regulamento da Caixa de Aposentações e Socorros.
08.09.1911 - Abertura à exploração pública do Ramal de Aveiro, entre Aveiro e Sernada.
17.09.1911 - Abertura à exploração pública do troço entre Pocinho e Carviçais na Linha do Sabor. A construção da Linha do Sabor, planeada desde 1877, justificava-se pelo propósito de escoar os minérios extraídos da Serra do Reboredo, Torre de Moncorvo, mármores e alabastros do Vimioso. Pensada para via larga, evitando-se assim os custos de transbordo no Pocinho, acabou por ser construída em via estreita, a construção iniciara em 1903 sobre a responsabilidade do Estado. Construída de forma faseada, a inauguração do primeiro troço, entre Pocinho e Carviçais, fez-se em 17.09.1911, foi concluída em 1938 com a chegada do comboio a Duas Igrejas-Miranda. Pelo meio estavam as questões da bitola, os fracos resultados de exploração dado que as previsões do transporte de minérios nunca se concretizaram, o arrendamento da exploração em 1927 para a CP e no ano seguinte para a Companhia Nacional, o seu encerramento na acontece na década de 80 do século XX.
14.01.1912 - Criação do Sindicato do Pessoal da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses-SPCFP. Em Portugal, até à implantação da República, o sindicalismo ferroviário foi muito incipiente e associado ao mutualismo e socorros mútuos, não existindo entre os ferroviários a consciência de classe e a união necessária que levasse à formação de associações com carácter sindical e reivindicativo. O modelo de organização sindical dos ferroviários portugueses surgiu neste período e assumiu o modelo de sindicalismo de empresa, modelo unitário que agremiava a totalidade da profissões e categorias profissionais do sector. Com sede em Lisboa, resultante da fusão da antiga Associação dos Empregados dos Caminhos de Portugueses e da Associação do Pessoal dos Caminhos de Ferro. A maioria dos ferroviários sindicalizados da CP encontrava-se inscrita no SPCFP, transformando-o no maior sindicato ferroviário até à data da sua dissolução em 1934.
05.05.1912 - Inaugurado o Instituto Ferroviário, com sede na rua da Madalena em Lisboa, fundado por um grupo de empregados da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, com o fim de ministrar instrução prática e profissional aos filhos dos associados.
--.01.1912 - Greve dos Carregadores da estação do Barreiro.
31.07.1912 - O Conselho de Administração autoriza a aquisição de 6 locomotivas “Mikado” da série 0151 a 0158, as primeiras deste tipo que circularam em Portugal, construídas pela L. Schwartzkopff em Berlim, tendo as últimas duas sido entregues em 1920.
12.01.1913 - A Companhia dos Caminhos de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão é autorizada a expandir a linha até à Trindade.
24.05.1913 - Aprovados os Estatutos do Sindicato do Pessoal dos Caminhos de Ferro Portugueses.
18.07.1913 - Concessão à Câmara Municipal de Tomar da linha férrea de Paialvo a Tomar, com ligação à Linha do Norte.
25.07.1913 - José Adolfo Melo e Sousa é nomeado Presidente do Conselho de Administração da CP.
16.08.1913 - Entram ao serviço as primeiras carruagens de 3ª classe equipadas com corredor lateral, WC e rede para bagagens, construídas nas Oficinas Gerais de Lisboa Santa Apolónia.
21.08.1913 - O Diretor Geral da CP apresenta ao uma proposta para a construção de 50 vagões cobertos “J”, nas Oficinas de Alcântara-Terra.
--.09.1913 - Abertura à exploração pública do Ramal de Aveiro - Canal de S. Roque, em via larga, a cargo da CP.
02.10.1913 - Renovação do contrato com Augusto Brandão para o fornecimento de fardamento para os ferroviários da CP.
26.11.1913 - É aprovado o Regulamento da Caixa de Aposentações dos Agentes da Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.
14.01.1914 - Greve dos ferroviários da CP provocada pela publicação do novo Regulamento de Caixa de Reformas e Pensões redigido sem tomar em consideração o projeto elaborado por uma Comissão mista de delegados. A greve saldou-se com nove dias de paralisação com atentados e descarrilamentos
14.01.1914 - Interrupção da Linha do Oeste devido a um descarrilamento, provocado pelos grevistas, junto à estação de Mafra.
22.02.1914- Greve na CP, até 27 de Fevereiro.
23.08.1914 - Abertura ao público do troço entre Garvão e Alvalade, na Linha do Sado. A construção da Linha do Sado começou a equacionar-se logo após a inauguração das linhas a Sul do Tejo. O engº Sousa Brandão, em 1877, apresentava um conjunto de vantagens que justificavam a sua construção: o encurtamento do caminhos de ferro para o Algarve; as facilidades oferecidas pelo terreno onde seria construída; as riquezas florestais, agrícolas e mineiras da região. Em 1903 fixara-se Setúbal e Alvalade como pontos obrigatórios da linha ainda em projeto, cuja diretriz foi aprovada em 1904. A construção prolongou-se no tempo, ficando concluída em 1925 com a inauguração da ponte de Alcácer.
17.04.1915 - Conclusão dos trabalhos de ornamentação interior do vestíbulo da Estação Central do Porto com azulejos.
30.12.1915 - A CP decide conceder um subsídio denominado de “subsídio acidental” para minorar as dificuldades dos seus funcionários, perante o agravamento dos preços dos bens de primeira necessidade e consequente diminuição do poder de compra, consequência do desenrolar da I Guerra Mundial. A maior empresa ferroviária do país, com cerca de 7500 ferroviários nos quadros efetivos, aprova uma atribuição monetária aos funcionários, casados ou viúvos, com dois ou mais filhos ou enteados dependentes. Além dos filhos, eram também considerados para esse efeito os pais, avós, irmãos e netos que estivessem a seu cargo. Em 1924 o subsídio continuava a ser abonado alterando-se a sua designação para subsídio de família. É de notar que apenas em 1942 o regime de abono de família viria a ser instituído em Portugal e atribuído com limitações.
--.--.1915 - Conclusão da Linha do Sado.
28.02.1916 - Portaria autorizando a aplicação de uma sobretaxa de 25% nas tarifas em vigor nas linhas do Estado e da CP, para atenuar o agravamento dos encargos de exploração decorrentes da I Guerra Mundial mas também aumentar os trabalhadores.
08.06.1916 - A lei nº 573 autoriza a Administração Geral dos Caminhos de Ferro do Estado a estabelecer sanatórios para tratamento de empregados com tuberculose, bem como a aquisição de terrenos ou edifícios para a instalação dos mesmos.
27.09.1916 - Para serviço exclusivo da Escola Aeronáutica Militar, abriu à exploração o apeadeiro de Vila Nova da Rainha, situado entre as estações de Carregado e Azambuja.
05.10.1916 - Inauguração do edifício da estação de Porto-S. Bento.
30.10.1916 - O Conselho de Administração aprova a admissão de pessoal feminino para as áreas de dactiliografia, bilheteiras e similares, preferencialmente familiares (irmã, mulher, filha ou mãe) de trabalhadores CP.
05.02.1917 - O Conselho de Administração aprova o pagamento de 5/6 do vencimento ao pessoal da Companhia mobilizado para combater na I Guerra Mundial. Os caminhos de ferro desempenharam ali um papel de grande relevância quer no transporte de soldados, materiais bélicos, abastecimento às populações, quer na participação de ferroviários no efetivo militar nas diferentes frentes de batalha. A administração e manutenção deste tipo de transporte em território bélico foi atribuído a batalhões técnicos especializados, no caso português ao Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro, criado a partir das diferentes brigadas ferroviárias organizadas em 1912. A participação direta de Portugal nas diferentes frentes de batalha, em especial na Europeia, levou a que muitos ferroviários fossem mobilizados não só para o Batalhão, mas também para o CEP – Corpo Expedicionário Português.
11.04.1917 - Lei autorizando o Governo a conceder aos Caminhos de Ferro do Estado um suprimento de 400.000$00 para a continuação das obras de construção das Linhas do Vale do Sado, Barreiro a Cacilhas, Évora a Reguengos e Portimão a Lagos.
21.01.1918 - Portaria aprovando o projeto de ampliação da estação de Vila Nova de Gaia apresentado pela CP.
03.06.1918 - Greve dos ferroviários da CP, Beira Alta, Vale do Vouga, Companhia Nacional e Guimarães.
18.07.1918 - Greve dos ferroviários do Sul e Sueste pela imediata aplicação dos quadros de pessoal previstos no suspenso Decreto nº 4.206 e contra um imposto sobre o rendimento que abrange os ferroviários do Estado.
07.10.1918 - Abertura do primeiro sanatório para empregados tuberculosos dos Caminhos de Ferro do Estado, na Serra de S. Brás de Alportel, denominado Sanatório Carlos Vasconcelos Porto, com instalações para 20 doentes.
14.01.1919 - Greve dos ferroviários do Sul e Sueste, exigindo a libertação e readmissão dos seus colegas presos e despedidos na sequência da Greve Geral de 18 de novembro de 1918.
--.01.1919 - Paralisação dos ferroviários durante a tentativa de restauração monárquica, com o objetivo de impedir os movimentos das tropas revoltosas.
15.03.1919 - Portaria nº 1.714 que autoriza a CP a continuar a cobrar a sobretaxa de 57% em todas as tarifas, até 6 meses após a assinatura do Tratado de Paz que pôs fim à I Guerra Mundial, assinado em Versalhes a 28 de junho seguinte.
28.04.1919 - Publicação do Decreto-lei nº 5.451 que concede à CP 75% do aumento de sobretaxas nas tarifas.
28.04.1919 - Publicação do Decreto-lei nº 5.452 que autoriza o Governo a levantar, através da emissão de títulos de dívida pública, até 15 milhões de escudos, para melhoramentos e construções das linhas férreas do Estado.
02.07.1919 - Greve da CP, Companhia Beira Alta e Nacional exigindo aumentos salariais, sistema de Caixas únicas ou uniformização do sistema de reformas, pensões e socorros
--.07.1919 - Com o fim de impedir a sabotagem da via férrea, o Governo determina que grevistas presos, escoltados por soldados, sejam metidos em vagões abertos e à frente das locomotivas, o designado “vagão fantasma”, ideia trazida da Alemanha por Raúl Esteves.
28.02.1920 - Greve dos ferroviários dos Caminhos de Ferro do Estado.
05.03.1920 - Lei nº 952 que institui uma Comissão das sobretaxas ferroviárias a funcionar junto da Direção Geral de Caminhos de Ferro.
19.03.1920 - Greve dos ferroviários da Sociedade Estoril por aumentos salariais.
05.10.1920 - Os ferroviários da CP solidarizam-se com a greve promovida pelos ferroviários das linhas do Estado. O Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro retoma o uso do “vagão fantasma”.
10.02.1921 - Os comboios correio nºs 8 e 15, entre Lisboa e o Porto, voltam a circular com uma carruagem com sofá cama, demonstrando o esforço da CP em restabelecer comodidades anteriores à I Guerra Mundial, que obrigaram à redução do número de circulações e à alteração de algumas condições de conforto.
15.04.1921 - Aberto à exploração pública o apeadeiro de Moure na Linha do Corgo.
24.05.1921 - Conferência no Bussaco sobre o Tráfego ferroviário entre Portugal e França.
09.06.1921 - Início do serviço internacional rápido de Lisboa a Medina del Campo.
08.07.1921 - Abertura do apeadeiro de Paranheiras na Linha do Corgo.
21.07.1921 - Despacho que autoriza a Administração Geral dos Caminhos de Ferro do Estado a contratar com a casa William Beardmore & Cº Ltd o fornecimento dos materiais destinados à construção das novas Oficinas Gerais do Barreiro. Em 1884, inaugurada a nova estação de passageiros no Barreiro, junto ao rio, a primitiva estação fora adaptada a oficinas que, para além dos trabalhos de reparação e manutenção, construíam também material circulante e estavam equipadas com inovações tecnológicas como a utilização de ar comprimindo nas máquinas-ferramentas. O crescimento da rede ferroviária para sul trouxe novas solicitações e maior volume de trabalho às oficinas, sendo necessário ampliar o espaço das mesmas. Em 1920 o Estado abre concurso para a construção de novas oficinas; no entanto, só em outubro de 1932, já sobre administração da CP, é aprovado o projeto para as novas oficinas e a construção iniciada no ano seguinte.
29.10.1921 - Decreto nº 7.773 dissolve o Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado, que passa a ser substituído pela Administração Geral dos mesmos.
04.02.1922 - Greve dos ferroviários da Sociedade Estoril, causada pelo despedimento dos 11 subscritores de um protesto pelo não acatamento da lei das 8 horas de trabalho.
29.04.1922 - O Conselho de Administração aprova a decisão da Comissão Executiva-CE, de 19 de abril, de elevar de 200% a 250% a sobretaxa nos bilhetes de passageiros.
--.07.1922 - Início de greve seguido de lock-out nas Oficinas, Depósitos e Reservas da CP. O pessoal havia iniciado greve às horas suplementares e trabalho por tarefas, reclamando aumentos salariais e o restabelecimento, nas Oficinas, das regalias anteriores à greve de 1920.
08.09.1922 - Adesão, dos ferroviários das Oficinas e outros serviços do Sul e Sueste, à greve declarada pelo operariado de Lisboa contra a adoção de dois tipos de pão.
22.09.1922 - A CP solicita ao Governo que forneça 24 locomotivas, por conta das reparações alemãs, sugerindo a Henschel & Sohn.
28.11.1922 - A CP decide suprimir o lugar de Subdiretor Geral da Companhia, numa política de racionalização de custos.
09.01.1923 - A CP apresenta um plano para substituir a fraca a iluminação das carruagens a circular nos comboios de Sintra e Vila Franca. No início do século XX as carruagens utilizadas pelas diferentes companhias que exploravam caminhos de ferro em Portugal apresentavam características muito variadas: veículos curtos, com 3 classes, bancos estofados de acordo com a classe, equipados com iluminação a azeite ou petróleo. A CP destacava-se das restantes companhias com carruagens mais modernas, de dois eixos, construídas na Oficinas Gerais de Lisboa P e carruagens de bogies adquiridas à Dyle & Bacalan, utilizadas sobretudo nas viagens de longo curso, sendo que nas viagens suburbanas continuavam a utilizar-se as carruagens sem compartimentos, “ditas à americana” fazendo-se a entrada pelos topos através de varandins. Por isso, a CP inicia um programa de modernização do parque de carruagens através de aquisições no exterior e intervenções nas existentes pelo pessoal das oficinas, da Divisão de Material e Tração.
20.02.1923 - Ordem comunicando o estabelecimento de um prémio de assiduidade ao trabalho, de 10% sobre o salário de cada mês, ao pessoal Operário das Oficinas Gerais da Divisão de Material e Tração da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses. À época, nas Oficinas Gerais da CP, assiste-se a profundas alterações na organização industrial do trabalho, relacionadas com os novos métodos, procede-se à descrição de funções, definição de postos de trabalho, cronometragem de tarefas e procedimentos, entre outras. Introduziram-se ainda novas fontes de energia, energia elétrica em corrente contínua, que vieram alterar a fisionomia da oficina e a produtividade da mesma, bem como a melhoria das condições de segurança no trabalho e iluminação.
28.06.1923 - Aprovados os estatutos da Associação dos Empregados da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta, de carácter misto (mutualista/sindical) se propunha, quando as circunstâncias o permitissem, criar escolas, uma para o ensino primário e desenvolvimento intelectual dos associados e seus filhos, outras para formação nas especialidades ferroviárias; uma caixa de reformas e pensões, com o fim de beneficiar os associados e suas famílias; uma cooperativa de consumo para fornecer bens de primeira necessidade; e uma caixa económica, de preferência de auxílio às viúvas e órfãos dos associados.
29.07.1923 - Abertura à exploração pública do Ramal de Cacilhas, entre o Barreiro (Lavradio) e o Seixal. Esta ligação ferroviária começa a ser discutida na década de 70 do século XIX. Considerada de elevada importância pelo tráfego de mercadorias que se previa, em particular o transporte de minérios, a ligação direta a Lisboa e ao Sado é incluída em 1898 no plano da rede ferroviária ao sul do Tejo. Em 1901 a Direção dos Caminhos de Ferro do Estado é autorizada a iniciar a construção do primeiro troço, entre a estação do Barreiro e a margem direita do rio Coina. Várias foram as dificuldades que se fizeram sentir na concretização da ligação a Cacilhas e que justificaram o prolongamento dos trabalhos de construção e a hesitações na diretriz, seja o levantamento hidrográfico, sondagens geológicas, pontes metálicas e novo arsenal da Marinha.
30.10.1923 - Greve dos ferroviários do Sul e Sueste.
01.01.1924 - É aprovado o Regulamento da Caixa de Aposentações e Socorros do Vale do Vouga. Associado à construção e exploração de caminhos de ferro em Portugal surge o associativismo ferroviário. Numa fase em que o Estado não apresentava soluções para a proteção social dos trabalhadores, os ferroviários das diferentes companhias, desenvolveram iniciativas para a defesa de interesses e proteção social que se traduziram na criação de associações de socorros mútuos. A Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro, responsável pela construção e exploração das Linhas do Vale do Vouga aprova o Regulamento da Caixa de Aposentações e Socorros. Além das pensões de reforma e sobrevivência, a caixa concedia ainda aos seus sócios auxílio na doença, ensino primário e industrial, criação de bibliotecas, aluguer de habitação a preços económicos, fornecimento de bens de 1ª necessidade cujo valor seria descontado mensalmente, subsídio para funeral, entre outros.
21.01.1924 - Abertura à exploração do troço entre Martingança e Batalha, da Linha de Martingança a Mendiga, originariamente com o fim exclusivo de ligar a Linha de Oeste, em Martingança, às minas de carvão do Lena. Só em setembro de 1930, com a The Match and Tobacco Timber Supply Cº, se inicia o transporte de passageiros e mercadorias entre Martingança e Porto de Mós.
08.03.1924 - Perante a crescente exiguidade do espaço e o agravamento da agitação social vivida no Barreiro, a Administração dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste decide a transferência das oficinas para o Pinhal Novo. Perante esta possibilidade as entidades políticas, económicas e sociais barreirenses pressionam para a sua manutenção no Barreiro, suspendendo o Governo a resolução tomada, nomeia uma comissão para estudar o assunto, que foi de parecer para a sua manutenção no Barreiro visto que, apesar do Pinhal Novo ser um entroncamento de vias, ficava demasiado longe de um centro populacional ou industrial, criando obstáculos às relações comerciais e industriais indispensáveis à operação de um grande complexo oficinal.
20.03.1924 - Abertura à exploração pública do Ramal da Doca, entre a estação de Viana do Castelo e a Doca marítima local, que permitiu libertar a circulação de mercadorias das artérias principais da cidade. As ligações ferroviárias aos diferentes portos nacionais foram sendo equacionadas e previstas na construção da rede. As primeiras tentativas para a ligação ferroviária ao porto de Viana do Castelo datam de 1889 sem obterem o financiamento necessário à sua concretização. Em 1909 a Câmara Municipal de Viana do Castelo solicita ao Ministério das Obras Públicas a construção de um ramal ferroviário entre o porto e a estação de Viana, na Linha do Minho; pretendia-se assim desenvolver as instalações portuárias, combater a concorrência dos outros portos através do aumento da circulação de mercadorias. Em 1918 foram finalmente iniciadas as obras de construção.
05.04.1924 - É aprovada a sobre taxa adicional de 5% sobre todas as receitas do tráfego das linhas do Estado, 1/5 destinado ao Fundo de Assistência e o restante para a Caixa de Reformas e Pensões.
09.05.1924 - É registado o alvará do Instituto Ferroviário do Sul e Sueste, os com Estatutos aprovados em Assembleia Geral de 11.12.1923. Também conhecido por Instituto Ferroviário do Barreiro, teve origem no Cofre Amparo a Viúvas e Órfãos dos Ferroviários do Sul e Sueste, concedendo pensões mensais às viúvas e órfãos não abrangidos pela Caixa de Reformas e Pensões dos Caminhos de Ferro do Estado. Com sede no Barreiro, amplia a sua ação concedendo alojamento a filhos e filhas de ferroviários das linhas do Sul, dos 6 aos 18 anos, recebendo os primeiros Pupilos em 01 janeiro de 1927, garantindo ensino primário, preparação técnica e a frequência do ensino industrial e superior, posteriormente alargada aos filhos dos ferroviários de toda a rede.
11.06.2024 - Decreto criando comissões para gerir autonomamente o Fundo de Assistência aos Ferroviários Tuberculosos, compostas por cinco funcionários de cada empresa, sendo 4 deles nomeados pela Administração das mesmas e Chefe do serviço de saúde, e um eleito pelos Trabalhadores, deixando de ser responsabilidade da Caixa de Reformas e Pensões. A publicação do decreto 9.787 (ver Gazeta dos Caminhos de Ferro) levantou críticas ao facto de o Estado impor às companhias a criação de um fundo através das receitas da sua exploração, sem atender a situações concretas, nomeadamente as de dimensão reduzida, muito menos a construção de sanatórios, além de que a fiscalização da utilização das verbas do Fundo de Assistência competia à Direção da Fiscalização de Caminhos de Ferro considerado um atentado à autonomia das companhias, havendo quem recorresse para o Supremo Tribunal da Justiça, recusando-se a cumprir o disposto no decreto.
--.07.1924 - A CP reata o pagamento dos “coupons” das obrigações, bem como as amortizações estatutárias canceladas desde 1918.
02.02.1925 - Tomé de Barros Queirós é nomeado Presidente do Conselho de Administração da CP.
22.05.1925 - A CP aprova os projetos para a construção de casas de pessoal das suas linhas, elaborados pelo Serviço de Construção. As diferentes companhias que construíram e exploraram caminhos de ferro em Portugal foram concedendo ou apoiando a construção de estruturas sociais como bairros, escolas para Aprendizes, colónias de férias, bibliotecas, serviços médicos, armazéns de víveres, grupos desportivos, entre outras. Financiadas diretamente pelas empresas ou através dos próprios trabalhadores associados, funcionaram como elemento fundamental de apoio social, recursos dinamizadores da formação/educação e da vida para além do trabalho diário.
19.08.1925 - Portaria mandando iniciar os estudos de uma linha férrea de Lagos a Sines.
23.08.1925 - Abertura à exploração pública do troço entre Estremoz e Sousel, na Linha de Portalegre.
29.05.1926 - Os ferroviários do Sul e Sueste enquadrados pelo seu Sindicato e por um “comité” liderado por Miguel Correia, paralisam todo o serviço de passageiros e mercadorias, apenas facilitando e organizando o transporte das tropas sublevadas.
02.06.1926 - O Diretor Geral da Companhia, engº Ferreira de Mesquita, informa que o estado do material e das pontes da Beira Alta não suportam a passagem das pesadas locomotivas da CP. A primeira geração de pontes metálicas da Beira Alta foi construída pela Casa Eiffel entre 1881 e 1882. Em 1904, com a aquisição de locomotivas de 80 toneladas à fábrica Borsig, colocou-se pela 1ª vez o problema da resistência das pontes para essas cargas. Em 1933, a Comissão de Pontes do Conselho Superior de Obras Públicas emitiu parecer sobre a necessidade de se substituírem as pontes do Côa, de Breda e do Criz e de se realizarem ensaios sobre os viadutos de Trezói, Milijoso e Várzea. Em 1936 a Beira Alta inicia o processo de substituição das pontes que termina em 1958, começando pela ponte de Mortágua, projetada pelo engº Jaime Martins e construída e montada pela Casa L. Dargent Lda, de Lisboa.
17.06.1926 - Rui Enes Ulrich é nomeado Presidente do Conselho de Administração da CP.
15.08.1926 - Inauguração da tração elétrica na Linha de Cascais. A CP em 1918 estabelecera com a Sociedade Estoril um contrato de arrendamento da exploração da linha, com a obrigação da substituição do sistema de tração a vapor para o de tração elétrica.
21.08.1926 - O serviço de tração elétrica é suspenso na Linha de Cascais, por se terem verificado interferências no funcionamento dos cabos submarinos de comunicação da Eastern Telegraph Company em Carcavelos. Resolvidos os problemas, a circulação elétrica é retomada logo em 22 de dezembro. A “Companhias Reunidas Gás e Eletricidade” que explorava a Central Tejo em Belém, ficou responsável pelo abastecimento da rede da Sociedade Estoril, através da subestação de Paço de Arcos, onde é transformada em corrente contínua de 1,5 Kv.
15.11.1926 - A CP apresenta ao Governo uma proposta para a construção e exploração de uma linha de via reduzida entre Tomar e a Nazaré, com um ramal para Leiria.
16.11.1926 - Publicação do Decreto nº 12.684 que abre concurso entre companhias portuguesas para concessão da exploração das linhas férreas do Estado: o Minho e Douro e o Sul e Sueste. Após parecer do Conselho Superior de Caminhos de Ferro o contrato foi adjudicado em março de 1927 à CP, terminando assim a exploração direta do Estado no setor ferroviário, iniciada quando, em 1869, ficara responsável pela construção e exploração das Linhas do Sul.
22.12.1926 - É restabelecido o serviço de tração elétrica na Linha de Cascais, a primeira linha eletrificada em Portugal, utilizando material circulante de três portas e sistema de “unidades múltiplas”, com frenagem e engatagem automáticas, permitindo maior flexibilidade na gestão do tráfego e transformando-a na mais moderna linha férrea nacional.
01.01.1927 - Inauguração do Instituto dos Ferroviários do Sul e Sueste.
03.02.1927 - Os ferroviários do Sul e Sueste declaram greve paralisando o tráfego ao Sul do Tejo e fazendo recolher todo o material circulante à estação de Casa Branca, ao que o Governo responde com a ocupação militar das instalações ferroviárias e o encerramento do Sindicato.
09.03.1927 - Decreto autorizando o Governo a contratar com a CP o arrendamento dos Caminhos de Ferro do Estado.
06.04.1927 - Abertura à exploração pública do troço entre Évora e Reguengos de Monsaraz, na Linha do Guadiana.
09.04.1927 - Abertura à exploração pública do troço entre Ermidas-Sado e S. Bartolomeu da Serra, na Linha de Sines. A construção da ligação ferroviária a Sines começou por ser equacionada em 1877, porque as gentes de Sines e as de Santiago do Cacém viam no caminho de ferro o impulsionador do desenvolvimento da região graças ao escoamento da cortiça, conservas de peixe, trigo, madeiras e posteriormente o minério extraído das minas do Cercal do Alentejo. O projeto para o ramal foi inserido no Plano da Rede Ferroviária publicado em 1902, partindo da Linha do Sado sem no entanto definir o início do ramal, ou em Alvalade ou em Grândola. Em 1909 é autorizada a sua construção, mas a implantação da República e as dificuldades económicas que se seguiram, agravadas com o início da I Guerra Mundial, contribuíram para o atraso dos trabalhos.
10.05.1927 - Ordem da Direção Geral que estabelece que o pessoal das linhas do Estado que transitou para a CP fique subordinado aos regulamentos vigentes na mesma. Além da exploração ferroviária das redes do Minho e Douro e do Sul e Sueste, o arrendamento implicou a subcontratação pela CP das linhas de via estreita à CN e à Norte de Portugal, a reorganização dos serviços, a elaboração de um relatório sobre a situação das linhas e os trabalhos necessários para “uma adequada exploração” que passou por obras de melhoramentos na infraestrutura e aquisição de novo material circulante.
11.05.1927 - Ato de tomada de posse pela CP das linhas férreas do Estado.
17.06.1927 - Publicação do Decreto-lei nº 13.829 que cria a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro.
25.06.1927 - Decreto uniformizando o novo regime de Caminhos de Ferro.
01.07.1927 - A CP concede as mesmas regalias do seu pessoal aos reformados dos Caminhos de Ferro do Estado.
30.09.1927 - O comboio internacional rápido entre Madrid e Lisboa passa a diário.
19.11.1927 - Decreto-lei nº 14.775 concedendo à CP a linha de Arganil a Santa Comba Dão.
15.02.1928 - Empréstimo entre a CP e a CGD-Caixa Geral de Depósitos, no montante de 7.500 contos para o pagamento regular dos encargos e fornecimentos relativos à exploração das linhas, a ser amortizado em 10 anos.
02.03.1928 - Portaria nomeando uma comissão para estudar o problema das estações de caminho de ferro em Lisboa, tendo especialmente em conta as suas relações com as vias fluvial e marítima.
20.03.1928 - Portaria constituindo uma Comissão para efetuar a revisão dos Planos das redes complementares de caminhos de ferro, e propor a construção das linhas complementares.
24.04.1928 - O Governo não autoriza o aumento de tarifas solicitado pela CP para custear as necessidades de exploração.
18.08.1928 - Inauguração da nova estação do Cais do Sodré, na Linha de Cascais. A primitiva estação terminal da Linha de Cascais, na zona do Cais do Sodré, funcionou até 1928 num edifício provisório em madeira. A inserção da estação nas obras do porto de Lisboa e, o facto da linha, inicialmente designada de Ramal, sair de Cascais com objetivo de entroncar na estação de Lisboa-Santa Apolónia, levou ao arrastar da sua construção. Com o arrendamento da linha à Sociedade Estoril, SARL, em 1918, e alteração da tração para elétrica, a estação terminal em Lisboa acabou por se consolidar no Cais do Sodré, antiga Praça dos Remolares. Projetada pelo arquiteto Pardal Monteiro, a nova estação, inserida na linguagem arquitetónica da “Arte Deco”, dava continuidade à modernização da linha, com uma grande superfície iluminada através do ferro e do vidro, mostra grande cuidado com as artes decorativas através dos mosaicos, estuques, friso, pinturas geométricas e azulejos utilizados no interior.
24.09.1928 - Abertura à exploração pública do Ramal de Tomar. A ligação ferroviária da Linha do Norte com a cidade de Tomar começou por ser equacionada ainda no século XIX, sendo em 1913 concedida autorização à Câmara Municipal de Tomar para construir o ramal com ligação à Linha do Norte. Em 1924 é assinado um contrato entre o município e a CP que fica responsável pela construção, financiada pelo Fundo Especial de Caminhos de Ferro.
16.11.1928 - É nomeada uma Comissão para estudar e indicar o local onde devem ser montadas as Oficinas Gerais do Sul e Sueste.
17.12.1928 - Publicação do Decreto-lei nº 16.242 que aprova o Regulamento da Caixa de Reformas e Pensões dos Caminhos de Ferro do Estado.
29.01.1929 - A Comissão Especial para o estudo das questões pendentes com o Estado, decide que a exploração das linhas do Estado deve ser feita em conjunto com as da CP.
02.06.1929 - Abertura à exploração pública do Ramal de Aljustrel.
05.07.1929 - Publicação do Decreto nº 17.073 que aprova o Regulamento dos Serviços Sanitários das empresas ferroviárias.
22.03.1930 - Portaria nomeando uma comissão composta pelos engºs Estevão Torres, José Fernando de Sousa, António de Vasconcelos Correia, Leopoldo Marques P. da Costa e Eduardo Aguiar Bragança, para estudarem o serviço que devem desempenhar as estações ferroviárias do Porto e arredores.
10.04.1930 - O Decreto-lei nº 18.190 aprova o Plano Geral da Rede Ferroviária do Continente.
02.05.1930 - Contrato de trespasse para a CP do material circulante e exploração da Linha da Beira Alta. Nos anos trinta desenvolvem-se negociações entre a CP e a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta, responsável pela construção e exploração da linha que ligava Figueira da Foz a Vilar Formoso, para a sua transferência para a CP. As administrações das duas maiores empresas ferroviárias chegam a entendimento, mas, em dezembro de 1930, o Ministério das Obras Públicas informa que não é possível aprovar o contrato considerando que o trespasse da exploração da Beira Alta não era favorável aos interesses do país. A concretização do trespasse da exploração resultará da publicação em 1945, da lei 2008, da coordenação dos transportes terrestres que se concretizou na Concessão Única isto é, a CP passa ser responsável pela exploração ferroviária de toda a rede nacional, com a exceção da Linha de Cascais.
01.06.1930 - Abertura ao público do troço entre Lagoaça e Mogadouro na Linha do Sabor.
21.07.1930 - Inauguração de uma Escola de desenho para os Aprendizes das Oficinas de Material e Tração no Barreiro.
11.09.1930 - Abertura à exploração pública do troço entre Batalha e Porto de Mós: conclusão da linha de Martingança a Mendiga.
10.10.1930 - Contrato entre a CP e Gabriel Alemão Cisneiros de Faria, Jacob Winter e Armado Figueiredo Afonso Pereira, concessionários de TSF e responsáveis pela Rádio Caminhos de Ferro Lda, para instalarem nos comboios de passageiros da Linha do Norte aparelhagem radiofónica necessária para transmissões de programas radiofónicos nas viagens Lisboa – Porto- Lisboa. Inicialmente, o contrato previa apenas a passagem de música durante a viagem, mas foi sendo alargado a outro tipo de programação: anúncios a viagens e roteiros da CP, anúncios de paragens de comboios nas estações e pequenas entrevistas. Com cabine instalada no comboio, a “Rádio Wagons” passou a distribuir aos passageiros um folheto com a programação a transmitir e, em 193,4 passaram também a publicar e distribuir gratuitamente a “Revista Rádio Wagons” com literatura, horários, publicidade, cartaz de teatro e cinema a todos os passageiros.
01.10.1930 - Entra em vigor o novo Regulamento da Caixa Privativa do Pessoal das Oficinas da CP.
14.11.1930 - Portaria nomeando uma Comissão para proceder a um inquérito averiguando das possibilidades de exploração, remodelação de tarifas, quaisquer causas de retraimento ou afastamento de tráfego das Linhas do Algarve e do Minho, e propor as medidas que se julgar convenientes.
27.03.1931 - O Relatório da Subcomissão nomeada para proceder a um estudo sobre as estações do Porto, refere a necessidade da construção de uma nova ponte para via dupla. No início dos anos 30 as estações da área urbana do Porto apresentavam dificuldades, especialmente as de Porto-S. Bento, Campanhã e Vila Nova de Gaia notadas na exiguidade do espaço, e na necessidade de novo material circulante para responder às exigências de segurança e conforto, aumento do volume de passageiros e mercadorias, entre outros. Com o objetivo de encontrar soluções, a CP nomeia uma comissão especial constituída por elementos da Administração e “funcionários superiores” que no relatório apresentado além da proposta para modernização das estações existentes e construção de novas, refere a necessidade de construção de uma nova travessia do Douro. A Ponte Maria Pia obrigava, muitas vezes , a troca de locomotiva por excesso de tonelagem, e “ estrangulava “ a circulação ferroviária, impondo o sistema de exploração obrigatório do “bastão piloto” para a circulação em via única entre as duas margens.
01.05.1931 - Decreto que autoriza o lançamento pela CP de um adicional de 10% sobre a maior parte das cobranças do tráfego.
01.05.1931 - O Ministro do Comércio e Comunicações autoriza a aplicação, pela CP, de um adicional de 10% nas tarifas das Linhas do Minho e Douro e Sul e Sueste.
15.07.1931 - Ordem Geral do Conselho de Administração nº 112, instituindo a Caixa de Auxílio na Invalidez. Era destinada a assegurar a reforma a todos os empregados do quadro que à data se achassem ao serviço da Companhia há mais de dez anos (a partir de 1927 a inscrição na Caixa de Pensões e Reformas passara a ser obrigatória) e que não se inscreveram em nenhuma das caixas existentes ou, com menos tempo, por qualquer razão o não puderam fazer. As receitas da Caixa eram constituídas pela contribuição mensal de 7,5% de todos os honorários recebidos pelos agentes na mesma; contribuição da Companhia de igual importância; pelos donativos legados ou quaisquer outras subvenções que lhe viessem a ser concedidas.
28.10.1931 - A Comissão Especial de Novas Obras, aprova o estudo do engº Vicente Ferreira para a nova estação de Lisboa, nos terrenos perto do Areeiro, entre o Instituto Superior Técnico e a Av. Almirante Reis. Aquele técnico foi admitido na CP em 08 de junho de 1910 para Chefe da Repartição Técnica da Divisão de Via e Obras, onde desempenhou diferentes trabalhos de estudos e construção até chegar a Chefe de Divisão adjunto. Em 1923 chefia a Divisão de Construção adotando novas regras de trabalho como métodos de organização científica. Extinta esta, passa a chefe de Divisão, adjunto à Direção Geral da Companhia, sendo nomeado, em fevereiro de 1933, Subdiretor da Companhia.
31.12.1931 - Publicação do Decreto-lei nº 20.692 que aprova os novos Estatutos da CP.
--.--.1931 - A CP aprova o contracto com a empresa Friedrich Krupp A. G. Germaniawerft, para o fornecimento do barco “Évora”, o primeiro a diesel para via fluvial em Portugal, utilizado na travessia Lisboa – Barreiro.
01.01.1932 - A Caixa de Aposentações da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta passa a ter novo Regulamento. Instituída em 1902, passa a reger-se por Regulamento aprovado pelo Conselho de Administração em sessão de 26 de novembro de 1931. O objetivo da Caixa era conceder pensões vitalícias aos agentes do quadro e respetivas famílias, nos termos e condições estabelecidos.
14.03.1932 - Inauguração do túnel ferroviário da Trindade.
18.03.1932 - A Comissão Executiva autoriza a abertura de um Despacho Central em Leiria e o estabelecimento de carreiras entre Lisboa e Leiria, propostas pela Sociedade de Automóveis Cruz de Cristo, Lda., concessionária das carreiras combinadas entre a estação de Valado e Alcobaça, para poder combater a concorrência das carreiras diretas de Lisboa a Leiria.
28.05.1932 - Inauguração da nova estação de Lisboa-Terreiro do Paço. A estação do Sul e Sueste substituiu a velha e sempre provisória estação fluvial, instalada junto ao torreão ocidental da Praça do Comércio aguardar por edifício definitivo. A pretexto da exposição universal de Sevilha em 1928, uma comissão estudou o problema das estações de Lisboa e as suas ligações com os serviços fluviais e marítimos, sendo decidido localizar a estação no terrapleno da Alfândega para não prejudicar a estética da Praça. O projeto foi elaborado pelo arquiteto da CP Cottinelli Telmo, com a colaboração do arquiteto Hermínio Barros. A construção é dos empreiteiros António Veiga & Manuel Martins de Oliveira. O átrio da estação foi revestido com azulejos do pintor Alves de Sá.
31.05.1932 - António Vasconcelos Correia é nomeado Presidente do Conselho de Administração da CP.
08.06.1932 - Aprovada pelo Decreto nº 21.400 a Previdência do Ferroviário Português, uma associação mutualista, resultante da fusão das Previdência do Ferroviário do Sul e Sueste e da Previdência do Ferroviário do Minho e Douro.
25.06.1932 - Parte o primeiro comboio mistério da estação de Lisboa Rossio. Até ao século XIX as viagens por motivos de lazer, educação ou terapêuticos foram exclusivos das elites sociais. Com o desenvolvimento dos transportes, em particular o ferroviário, as viagens tornam-se acessíveis a camadas mais vastas da sociedade. No entanto, é no século XX que se assiste ao desenvolvimento do turismo, e a promoção da “arte de empregar o tempo agradavelmente”, tarefa da Sociedade de Propaganda de Portugal, criada por Leonildo Mendonça e Costa, e outros ferroviários. Na CP, as viagens turísticas ou de lazer foram impulsionadas através da publicação de guias de viagem, tarifas reduzidas e comboios especiais. A organização do “comboio mistério”, implicava uma viagem em que os passageiros desconheciam qual o destino e o percurso da mesma, ficando assim entregues às surpresas que a CP lhes proporcionava.
20.07.1932 - O Conselho de Administração homologa a resolução da Comissão Executiva para que a CP seja designada por «Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses - Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada», em virtude dos novos Estatutos.
15.08.1932 - Abertura à exploração pública da 2ª via entre o Lavradio e Pinhal Novo, na Linha do Sul.
14.09.1932 - A fim de comprimir despesas a CP decide adiar os melhoramentos já aprovados no material circulante.
25.10.1932 - Abertura à exploração pública do Ramal de Aveiro-Mar (Aveiro-Vouga e Canal de S. Roque), em via estreita, e da responsabilidade da Companhia do Vale do Vouga.
16.04.1933 - Cerimónia de lançamento da primeira pedra para a construção e sede do Grupo Instrutivo Ferroviário de Campolide, edifício inaugurado em 1934 com o nome de Escola Profissional António Vasconcelos Correia. Em 1925 um grupo Maquinistas afetos ao Depósito de Campolide decidiram formar uma associação com o objetivo de incentivar e desenvolver a formação dos seus associados. Surge assim, o Grupo Instrutivo e Ferroviário de Campolide ou Escola Profissional de Pessoal de Locomotivas instalado num pequeno edifício no Bairro da Liberdade. Além da formação profissional a Maquinistas e Fogueiros, o Grupo Instrutivo oferecia ainda aulas de instrução primária, noturnas para adultos e diurnas para crianças, biblioteca, caixa escolar e posto médico. Perante o sucesso das atividades desenvolvidas torna-se necessário aumentar as instalações e, em 1928, é formada a Comissão de Construção que desenvolve um conjunto de iniciativas para obter o financiamento necessário. O arquiteto da CP Cottinelli Telmo fica responsável pelo projeto.
30.05.1933 - A CP decide estabelecer o transporte de passageiros por autocarros nos Ramais do Montijo, Montemor e Seixal, ficando assegurado o transporte de mercadorias por dois comboios diários.
--.06.1933 - Início dos trabalhos de construção das Novas Oficinas Gerais dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste no Barreiro.
05.08.1933 - Decreto nº 22.951 nomeando uma Comissão Administrativa para a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal.
06.08.1933 - Inauguração dos comboios “Expressos Populares”, por proposta da Divisão de Exploração e sugestão do Serviço de Tráfego, com viagem entre Lisboa e Tomar. A construção da rede ferroviária nacional veio provocar profundas alterações no conceito de viagem em Portugal bem como o ato de viajar, permitindo novas possibilidades, de forma de mais rápida, segura e confortável. Ao facilitar-se as viagens e as comunicações, surgem as viagens por prazer, com componentes educativas ou/e saúde. Conscientes dessa possibilidade, e aproveitando o crescente interesse pelas mesmas, as empresas ferroviárias desenvolveram um conjunto de ofertas comerciais que visavam o incentivo à viagem, não sendo de excluir o contexto de concorrência automóvel. Neste sentido, publicaram-se guias, aprovaram-se tarifas e viagens especiais para exposições, congressos, feiras, touradas e romarias, “viagens circulatórias” e viagens de recreio.
20.12.1933 - Portaria constituindo uma Comissão de Engenheiros, da CP e do governo (Henrique Kopke, Jaime Ferreira, Jorge Malheiro, Rogério Vasco Ramalho e Zacarias José Santana) para estudar no estrangeiro (França, Suíça, Alemanha, Suécia e Holanda) a utilização de automotoras nas linhas da CP. Na década de 30 do século XIX, intensificam-se as negociações para a introdução de veículos automotores na exploração ferroviária das linhas nacionais, que vinha sendo equacionada desde finais do século XIX. As dificuldades financeiras, custos acrescidos com o preço do carvão e a concorrência da camionagem no transporte de passageiros, justificavam a necessidade de introdução de alterações nos veículos ferroviários. A comissão visitou várias redes ferroviárias europeias em que as automotoras já eram utilizadas, observando os tipos de serviços a que se destinavam, as características da sua exploração, manutenção e soluções construtivas. A CP decide apostar na compra de automotoras com motores de combustão interna e adquirir, na Alemanha, 20 automotoras, o que nunca se veio a concretizar devido ao eclodir da II Guerra Mundial. A verdadeira modernização do parque de material circulante inicia-se com a entrada ao serviço das automotoras Nohab.
02.04.1934 - Decreto-lei nº 23.733 determina que os antigos agentes das linhas férreas do Estado que, por virtude do contrato de arrendamento, passaram para o serviço da CP, estão subordinados para efeitos disciplinares apenas aos regulamentos da mesma, desde que aprovados pelo Governo.
02.12.1934 - Fundação do Ateneu Ferroviário.
09.05.1934 - Portaria nomeando uma comissão constituída pelos engenheiros Henrique Kopke, Jaime Ferreira, Jorge Malheiro, Manuel de Paiva Couceiro e Rogério Vasco Ramalho para estudo da modificação do sistema de exploração de caminhos de ferro.
22.05.1935 - Publica-se a lei que autoriza a constituição, e determina a configuração, dos Sindicatos corporativos dos caminhos de ferro de via larga, organizando-os, por âmbito geográfico e profissional.
19.07.1935 - A CP decide que a renda paga pela Bertrand pelos móveis-biblioteca instalados nas estações das antigas linhas do Estado, Minho e Douro e Sul e Sueste, exploradas pela CP desde 1927, passe a reverter a favor da Caixa de Reformas e Pensões dos Caminhos de Ferro do Estado.
17.11.1935 - É inaugurado no Barreiro o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Sul de Portugal.
22.12.1935 - Inauguração do Sindicato Nacional dos Ferroviários Portugueses.
28.03.1936 - O Subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social nomeia uma Comissão para estudar a unificação das diversas Caixas de Reformas e Pensões.
17.06.1936 - A CP inscreve-se no GITA-Grémio dos Industriais de Transportes em Automóveis, criado em 1935, para poder explorar carreiras rodoviárias. A partir de 1930 em Portugal, tal como em quase toda a Europa, a concorrência rodoviária ao setor dos transportes ferroviários provoca a designada “Questão Ferroviária”. Em consequência da expansão da rede de estradas no país, desenvolve-se a camionagem de carreira para passageiros e o transporte de aluguer para mercadorias, cujos operadores o GITA coordena.
20.07.1936 - Suspensão do comboio internacional Sud Express devido à Guerra Civil Espanhola.
16.08.1936 - Inauguração, no Entroncamento, do Sindicato Nacional dos Ferroviários do Centro de Portugal e Pessoal de Oficinas e Armazéns Gerais.
14.09.1936 - Abertura à exploração pública de troço entre Santiago de Cacém e Sines: conclusão da Linha de Sines.
03.01.1937 - Publicação da Ordem da Direção Geral nº 251 comunicando as concessões de 12 dias de licença por ano ao pessoal Operário da CP, com vencimento e assistência médica extensiva às esposas, filhas solteiras e filhos menores.
20.01.1937 - Abertura à exploração pública do troço entre Sousel e Cabeço de Vide, com a realização de um comboio especial que partiu do Barreiro. A ligação ferroviária a Portalegre foi desde cedo equacionada com o objetivo de ligar a região à restante rede nacional e proporcionar a ligação direta entre as linhas do centro e do sul. A falta de consensos quanto ao traçado, tipo de via e ligação acabou por arrastar a concessão. Em 1903 é atribuída ao industrial José Pedro de Matos que obtém autorização para construir em bitola larga e inicia os trabalhos. Em 1907, a concessão é transferida para a Administração Geral dos Caminhos de Ferro do Estado que dá continuidade aos trabalhos, inaugurando o primeiro troço entre Estremoz e Sousel em 1925, prosseguindo a construção a ritmo lento e com sucessivas alterações na diretriz.
22.04.1937 - O Conselho de Administração da Companhia da Beira Alta, dado que a Guerra Civil Espanhola obrigou à modificação das comunicações ferroviárias na sua zona de interesse, foi obrigado a abandonar o tráfego internacional de passageiros e mercadorias, limitando a exploração ao tráfego nacional.
24.01.1938 - Dando continuidade à política de melhoramentos concedidos aos seus funcionários, a CP publica a Ordem da Direção Geral nº 256 comunicando as concessões ao pessoal feminino do quadro ou suplementar, por ocasião de parto, de dispensa de 30 dias, acrescida de 1/3 do ordenado, se tiver 1 ano de serviço, adicionando às Guardas de Passagem de Nível um suplemento de 50$00. A introdução dos caminhos de ferro em meados do século XIX implicou uma concentração de mão-de-obra, com pessoal no quadro e um grande número de eventuais e suplementares. Desde cedo, empregaram mão-de-obra feminina, sendo a Guarda de Passagem de Nível uma das profissões com mais visibilidade.
18.03.1938 - Publicação da Lei nº 1.965 que autoriza as empresas ferroviárias a cobrar um adicional não superior a 10% nas tarifas, enquanto subsistir o aumento de preço de carvão e dos metais, relativamente ao custo em 1936, com exceção do tráfego de trigo e farinhas.
24.06.1938 - Aberto à exploração pública o apeadeiro de Salgueirinha, na Linha de Vendas Novas, apenas para serviço de passageiros sem bagagem.
20.07.1938 - Abertura à exploração pública da Linha de Cintura do Porto.
16.08.1938 - A Companhia da Beira Alta inicia um serviço direto entre Madrid e Figueira da Foz durante a época balnear.
15.09.1938 - É aprovado o Regulamento da Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal.
16.09.1938 - Inaugurado um novo edifício na estação de Abrunhosa, onde passam a parar todos os comboios, incluindo os rápidos e o Sud Express.
18.09.1938 - Abertura à exploração pública do Ramal de Ermesinde até S. Gemil- Linha de Cintura do Porto.
30.10.1938 - Abertura à exploração pública do troço entre Porto Trindade e bifurcação da Boavista, e conclusão da Linha de Guimarães. Em 1926, o Governo através do Decreto-lei nº 12.568 concede à Companhia dos Caminhos de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão autorização para a construir uma linha férrea da Trofa à Senhora da Hora, com as seguintes condições: fusão da Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão com a de Guimarães; transferência para leito próprio da linha no troço Lousado à Trofa, algaliada com a Linha do Minho e alargamento da Linha da Póvoa, de 0,90m para 1m. Decorrente da 1ª condição surge a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal que, em 1932, inaugurou a ligação Trofa – Senhora da Hora e, em 1938, o troço urbano Porto-Boa Vista a Porto-Trindade, dando por concluída a construção da Linha de Guimarães.
05.04.1939 - A Comissão Executiva autoriza a alteração da denominação da estação do Cacém para Agualva-Cacém.
30.06.1939 - Contrato para a aquisição de locotratores em Inglaterra.
01.08.1939 - É restabelecido o serviço internacional Sud Express.
04.08.1939 - Contrato para aquisição de material circulante aos Estados Unidos da América: 12 locotratores diesel-elétricos para serviço de manobras à General Electric Lda e 28 carruagens à Budd Corporation; 10 automotoras grandes Essling, adquiridas por intermédio da casa Otto Wolff, de Colónia, sendo 4 diesel-elétricas e 6 diesel-mecânicas; e 10 automotoras diesel-mecânicas tipo B à Itália. O desencadear da II Guerra Mundial fez adiar a concretização dessas aquisições não só porque os preços aumentaram consideravelmente, a obtenção de financiamento se tornou mais difícil e as empresas não conseguiam garantir a entrega do material encomendado dentro dos prazos estabelecidos.
06.09.1939 - Contrato entre a CP e a Edward G. Budd Manufacturing Company para o fornecimento de carruagens metálicas.
--.--.1939 - Início da adaptação das locomotivas a vapor à queima de óleo, devido aos problemas de aquisição de carvão. O deflagrar da II Guerra Mundial se por um lado fez aumentar o tráfego ferroviário, por outro, trouxe fortes restrições de combustíveis, que se fizeram sentir em todas as empresas ferroviárias a operar em Portugal. A continuidade do conflito provocou grandes dificuldades na obtenção de materiais, especialmente o carvão. A escassez desse combustível e o crescente aumento do seu preço levou à redução de serviços e à procura de combustíveis alternativos ou complementares ao carvão importado. Na CP recorreu-se a lenha e hulha nacional, bem como à adaptação das locomotivas à utilização de óleo, permitindo reduzir o consumo de carvão e reservá-lo essencialmente para as locomotivas usadas nos serviços rápidos.
28.05.1940 - Contrato entre a CP e a CGD-Caixa Geral de Depósitos para o empréstimo de 20.000 contos destinado à compra de carvão e outros aprovisionamentos.
08.08.1940 - Inauguração das carruagens Budd, no comboio de Lisboa – Porto -Belém (na Linha de Cascais), trazendo passageiros/visitantes para a Exposição do Mundo Português.
10.10.1940 - Contrato entre a CP e a The English Electric Company Limited para o fornecimento de 12 locomotivas diesel.
01.11.1940 - O comboio internacional Sud Express é suspenso devido II Guerra Mundial.
04.12.1940 - A CP encontra-se representada na Exposição do Mundo Português no Pavilhão dos Portos e Caminhos de Ferro, integrado na exposição do Mundo Português em Belém, projetado pelo arquiteto Cottinelli Telmo, funcionário da CP e arquiteto chefe da referida exposição. A organização e direção da execução dos trabalhos de construção do pavilhão foi atribuída ao engº Branco Cabral, Secretário Geral da Companhia, com a colaboração de agentes de todas as divisões, bem como por engenheiros do Porto de Lisboa; este foi localizado junto ao Pavilhão das Telecomunicações, em frente ao Pavilhão dos Portugueses no Mundo e às aldeias portuguesas. Na fachada de acesso, destacavam-se reproduções dos medalhões comemorativos da inauguração do primeiro troço de caminho de ferro e do Porto de Lisboa. No interior do pavilhão apresentou-se a rede dos caminhos de ferro com imagens de paisagens, monumentos e costumes representativos de cada região atravessada; projetos de melhoramentos de ampliações dos portos; uma miniatura da locomotiva a vapor 1501-SS, executada pelos Aprendizes das Oficinas Gerais da Tração no Barreiro; uma bilheteira e reprodução dos sons próprios de uma estação aquando da partida e chegada de um comboio. No exterior do Pavilhão havia um alpendre evocando os abrigos das plataformas das estações e uma torre quadrada com um relógio.
05.12.1940 - A Comissão Reguladora do Comércio de Carvões encomenda 15.600 toneladas de carvão americano, para fazer face às necessidades da CP.
28.04.1941 - O Conselho de Administração decide suprimir, a partir de 03.05.1941, alguns comboios de passageiros como medida de redução do consumo de carvão.
01.06.1941 - É inaugurada na Praia das Maçãs a colónia de férias para os filhos dos ferroviários. A primeira colónia de férias da CP fora instalada na Mata Nacional da Costa da Caparica e destinava-se aos Aprendizes das várias oficinas. Interrompido o seu funcionamento em 1934, os pavilhões aí existentes – dois dormitórios e um refeitório construídos em madeira – foram transferidos para um pinhal junto à Praia das Maçãs, que a CP tinha adquirido para esse fim, momento em que foi aí edificada uma habitação para o gerente da Colónia, a partir de um projeto-tipo para Casa de Guarda que o arquiteto Cottinelli Telmo se encarregou de adaptar. A Colónia da Praia das Maçãs seria tomada como modelo de uma nova colónia construída pela CP em 1949, uma instalação de montanha, situada num pinhal adquirido á Câmara Municipal de Mangualde frente à Serra da Estrela.
In: Cottinelli Telmo, 1897-1948, a obra do arquiteto. Dissertação de mestrado, João Paulo Martins, Lisboa, 1995.
11.02.1942 - O Conselho de Administração informa que, devido à falta de combustível, o serviço de comboios de passageiros sofreu uma redução de 48% e o de mercadorias 16%.
27.05.1942 - Contrato entre a CP e a firma Otto Wolff para o fornecimento de 500 vagões, de via larga.
19.08.1942 - Convénio entre as empresas ferroviárias portuguesas e a RENFE, regulando a circulação de comboios especiais de mercadorias, os comboios-bloco, entre as estações portuguesas (fronteiras de Barca de Alva, Vilar Formoso-Fuentes de Onoro e Marvão-Valência de Alcântara) e a fronteira hispano-francesa de Irun-Hendaye, Canfranc e Cerbère-Portbou. Com o objetivo de estreitar relações e desenvolver o tráfego de mercadorias entre as redes ferroviárias ibéricas o convénio, que entrou em vigor em abril de 1943, previa a circulação de 3 comboios-bloco por semana em cada sentido, com o material circulante e a tripulação das empresas envolvidas.
17.12.1942 - Contrato entre a CP e a Otto Wolff, para o fornecimento de 20 automotoras diesel-elétricas.
31.12.1942 - A CN-Companhia Nacional de Caminhos de Ferro solicita à CP a cedência de carvão de pedra estrangeiro, necessário para assegurar o serviço nas suas linhas de Trás-os-Montes.
01.01.1943 - Publicação do Decreto-lei nº 32.192 que aplica o regime de abono de família aos ferroviários, ao serviço da CP, Sociedade Estoril e Beira Alta.
20.03.1943 - Publicação do Decreto-lei nº 29.951 que autoriza as empresas ferroviárias a contratarem com instituições de crédito do Estado, empréstimos ou outras operações de crédito destinados à aquisição de material circulante e reforço das reservas e provimentos indispensáveis à circulação dos comboios.
20.07.1943 - Inauguração do comboio internacional Lusitânia Expresso, ligando Lisboa a Madrid, comboio de luxo composto por carruagens metálicas de 1ª e 2ª classes e carruagens camas, uma iniciativa da CP e da RENFE.
24.07.1943 - O Ministério das Obras Públicas e Comunicações, através da Direção Geral dos Caminhos de Ferro Portugueses, autoriza a CP a iniciar o serviço de automotoras entre a Torre das Vargens e Badajoz.
12.04.1944 - Contrato para aquisição de locomotivas a vapor com as fábricas espanholas La Maquinista Terrestre Y Marítima, Construcciones Devis, e Sociedad Espanhola de Construcciones Babcock & Wilcox. O aumento de tráfego causado pela II Guerra Mundial e a consequente degradação do parque de material circulante associado às dificuldades de abastecimento de combustíveis e materiais para reparações levaram a que fosse necessário a aquisição de novas locomotivas. Em 1943, a Direção Geral de Caminhos de Ferro negoceia com Espanha a construção e fornecimento de locomotivas à CP, do tipo 1000, utilizadas pela Companhia do Oeste de Espanha. Entregues em 1947 foram as últimas a vapor recebidas pela CP.
10.06.1944 - Abertura à exploração pública do troço de caminho de ferro entre a Cruz Quebrada e o Estádio Nacional. Mandado construir pelo Governo, o Ramal do Estádio Nacional estabelecia a ligação ferroviária da Linha de Cascais e o Estádio Nacional, no Jamor. Em setembro de 1946, devido à degradação do ramal e respetivas instalações fixas, o governo decide passar a sua gestão para a Comissão Diretora do Estádio Nacional.
06.12.1944 - O Ministério da Economia participa que a Direção Geral de Serviço Florestal recebeu instruções para cortar lenha nas matas do Estado para utilizar nas locomotivas da CP. Até aos anos 40 do século XX o carvão era o combustível para a exploração ferroviária, excetuando-se a Sociedade Estoril que em 1926 tinha inaugurado a eletrificação da Linha de Cascais.
07.03.1945 - Devido à escassez de combustível a CP reduz o número de comboios.
10.03.1945 - O MOPC-Ministério das Obras Públicas e Comunicações autoriza a redução de comboios durante dois meses nas Linhas do Oeste, do Minho, do Douro e do Sul a partir de 17 de março, justificada pela escassez de combustíveis.
17.04.1945 - Portaria que aprova o novo projeto da estação de Cascais.
28.04.1945 - Ato adicional ao contrato de 25.08.1944 com a American Locomotive Company para que as 22 locomotivas encomendadas estejam equipadas para queimar óleo.
01.07.1945 - Inauguração dos novos edifícios dos apeadeiros de Algueirão e Rio de Mouro, projetados na sala de Estudos da Divisão de Via e Obras e construídos pelos Operários da 1ª secção de Via e Obras. Com o crescimento das povoações servidas pelo comboio e do número de passageiros transportados foram sendo efetuadas obras de ampliação e modernização, traduzidas ainda na duplicação da linha, em novo material circulante, em novos sistemas de sinalização, e a construção de novos edifícios, entre outros.
04.07.1945 - Encontra-se fora de circulação 25% das locomotivas por falta de combustível.
17.07.1945 - Contrato entre a CP e a Companhia da Beira Alta para regular a troca de material circulante.
07.09.1945 - Publicação da Lei 2008 que determina o plano de substituição de todas as concessões de linhas férreas de via larga e de via estreita por uma concessão única. A lei da Coordenação dos Transportes Terrestres, Lei nº 2008, atribuía o estabelecimento e a exploração dos transportes ferroviários a uma única empresa, através de um contrato de concessão que reformulava profundamente as condições de funcionamento dos caminhos de ferro em Portugal. Na sequência daquela lei foi publicado o decreto nº 38.246 de 09 de maio de 1951 onde foram estabelecidas as Bases da Concessão ferroviária à CP, que vinha já atuando como operador único em 1947, após ter tomado de arrendamento as explorações de toda a rede ferroviária com exceção da Linha de Cascais. Além da concentração ferroviária numa única empresa, a Lei 2008 determinava ainda a elaboração de um plano de investimentos de recuperação e modernização para toda a rede, que não veio a ser executado, iniciando-se, no entanto, a progressiva substituição da tração a vapor pela tração diesel.
24.11.1945 - O Decreto-lei nº 35.196 cria o Conselho Superior dos Transportes Terrestres, com o objetivo de exercer a coordenação dos transportes por via férrea e por estrada. Era composto pelo Ministro dos Transportes, Diretores Gerais de Viação e Caminho de Ferro, Representantes dos Grémios das atividades agrícolas e industriais, e da indústria dos transportes ferroviários e rodoviários.
08.05.1946 - A CP autoriza a cedência de 500 toneladas de carvão à Companhia da Beira Alta e 100 toneladas à do Vale do Vouga.
29.05.1946 - A Direção Geral dos Caminhos de Ferro, através do Fundo Especial dos Caminhos de Ferro, contrata o fornecimento de 18 automotoras à empresa sueca Nohab.
06.06.1946 - Contrato entre a CP e a Nohab-Nydqvist & Holm Aktiebolag para o fornecimento de 6 automotoras com bogies de 2 eixos.
--.10.1946 - Inauguração da nova estação de Cascais, projetada pelo arquiteto Paulo Cunha.
09.12.1946 - Fausto Cardoso Figueiredo é nomeado Presidente do Conselho de Administração da CP.
28.12.1946 - Escritura da transferência da concessão da Companhia da Beira Alta para a CP.
30.12.1946 - Escritura da transferência da concessão da Companhia do Vale do Vouga para a CP.
06.01.1947 - Inauguração do Armazém de Víveres na estação de Alfarelos.
22.01.1947 - A CP decide que o serviço de passageiros da Linha de Cintura do Porto (Contumil a Leixões), que desde 1939 era feito em regime de classe única de 3ª classe, passe a ser feito em 2ª e 3ª classes.
05.03.1947 - Adjudicada a construção dos reservatórios/depósitos de água de cimento nas estações da Covilhã e Marvão ao empreiteiro José António Lousinha. São várias as tipologias dos depósitos de água, quase sempre de secção circular, em metal, em betão armado, alvenaria de pedra ou mista, e de várias dimensões. A sua forma arquitetónica era diferente de companhia para companhia e permitia uma imagem de unidade de empresa. Em geral, estavam colocados em estações principais, e secundárias, para garantir a autonomia das locomotivas a vapor.
27.03.1947 - Inauguração do comboio “Lusitânia Expresso - Sevilha”, serviço RENFE/CP, com carruagens cama de 1ª e 2ª classes e restaurante, realizado entre os dias 27 de abril e 06 de maio, para assistência às “Festas da Primavera” em Sevilha.
15.04.1947 - Estabelecida a ligação ferroviária da Doca de Leixões com a rede ferroviária.
11.06.1947 - São autorizadas pela Comissão Executiva as obras necessárias para a entrada em serviço das automotoras diesel-elétricas, concretamente na infraestrutura (linhas e estações), adaptação das cocheiras de locomotivas para abrigar as automotoras e instalação de postos de abastecimento de gasóleo. Nos anos 40 do século XX a CP colocou em prática um plano de modernização para combater a difícil situação da exploração ferroviária, causada pelas dificuldades de abastecimento de carvão com qualidade, aumento dos preços, envelhecimento das locomotivas a vapor e falta de materiais necessários às reparações. O plano passou pela adaptação das locomotivas a vapor à utilização de óleo como combustível, missões de estudo às redes europeias a propósito da introdução da tração e exploração diesel e a aquisição de novo material circulante, nomeadamente automotoras.
16.06.1947 - Contrato entre a CP e a American Locomotive Company para o fornecimento de 12 locomotivas diesel-elétricas, 6 destinadas ao Fundo Especial de Caminhos de Ferro (na encomenda pensadas para os Caminhos de Ferro do Estado que, entretanto, tinham sido incluídos na Concessão Única) e as outras à CP.
26.06.1947 - Contrato entre a CP e a casa Schindler Wagons S.A., na Suíça, para o fornecimento de 65 carruagens. O contrato insere-se no programa de renovação do parque de material circulante apresentado pela CP nas vésperas da II Guerra Mundial. As primeiras carruagens, de 2ª e 3ª classes, foram entregues em março de 1948; inicialmente destinadas ao serviço de tranvias, rapidamente foram “desviadas” para o serviço de longo curso.
31.07.1947 - Decreto-lei nº 36.445 que aprova os novos Estatutos da CP.
25.08.1947 - A circulação do comboio internacional Sud Express passa a bissemanal.
29.08.1947 - A DGCF-Direção Geral de Caminhos de Ferro assina novo contrato com a Nohab para o fornecimento de seis atrelados de via larga.
02.10.1947 - Inauguração da ponte ferroviária sobre o Tâmega, na Linha do Douro, em alvenaria, projetada pelo Serviço de Estudos da Divisão de Via e Obras, substituindo a antiga ponte metálica. A CP a partir dos anos 30 inicia um vasto programa de modernização e renovação das pontes ferroviárias que passou pela substituição de tramos metálicos, construção em alvenaria e outras em betão armado. O programa justificava-se quer pela longevidade das novas obra de arte, quer pelo aumento de carga e velocidades em consequência da modernização do material circulante.
17.10.1947 - Contrato entre a CP e a General Electric Portuguesa, para o fornecimento de 12 locomotivas diesel-elétricas.
--.10.1947 - O Ministro das Comunicações e Obras Públicas aprova o plano apresentado pela CP de utilização de automotoras nas ex-linhas do Estado, as do Tâmega, Corgo, Sabor, Algarve, Évora, Beja, Barreiro, Porto a Braga, Porto a Viana, Porto a Leixões.
04.11.1947 - Em Gotemburgo, na Suécia, a Nohab envia para Portugal a primeira automotora 1101, com dois motores.
12.11.1947 - Contrato adicional entre a CP e a Nohab-Nydqvist & Holm AB para o fornecimento de cinco atrelados de automotora. Este previa que o transporte desde a Suécia fosse da responsabilidade da CP e da DGCF-Direção Geral de Caminhos de Ferro; a disponibilidade por parte da empresa sueca de um técnico para à entrega e montagem das mesmas em Portugal; a CP ter o direito de assistir á produção das mesmas; sobre a receção provisória contaria com um técnico da CP nos ensaios de validação das automotoras. A receção definitiva aconteceria 6 meses depois, já em Portugal.
04.12.1947 - Aprova o contrato para aquisição à firma inglesa The General Electric Company Ltd de uma locomotiva, 2 automotoras e 5 carruagens: 2 de 2ª classe e 3 de 3ª classe.
27.12.1947 - As automotoras Nohab 1102 e 1103, com dois motores e dois eixos, são enviadas para Portugal, chegam no início de 1948.
07.01.1948 - Comissão para estudar a transferência da Parceria dos Vapores Lisbonenses da estação fluvial do Cais do Sodré para a estação do Sul e Sueste no Terreiro do Paço. O Conselho de Administração nomeia o engº Francisco Tristão Ferreira de Almeida para fazer parte, como delegado da Companhia, da Comissão mandada constituir pelo Ministro das Comunicações.
09.01.1948 - O Diretor Geral dos Caminhos de Ferro, engº Rogério Vasco de Magalhães, aprova o plano de utilização da nova rota de automotoras Nohab, incluindo a Linha de Sines.
14.01.1948 - Inauguração da nova cantina de Lisboa-Rossio. A associação social nos caminhos de ferro foi desenvolvida pelos ferroviários e pelas administrações das diferentes companhias que construíram e exploraram linhas férreas em Portugal. Foram criadas estruturas sociais de apoio, umas financiadas diretamente pelas empresas e outras através dos seus sócios, como habitação, dormitórios, escolas, farmácias, sanatórios, armazéns de víveres, bairros, colónias, cantinas, infantários e caixas de pensões e reformas. A cantina ferroviária, com refeições a 2$70, representou um importante melhoramento na vida dos ferroviários.
24.01.1948 - Publicação da Ordem da Direção Geral nº 281, comunicando a autorização a todas as estações de transmitirem por telefone os despachos respeitantes à circulação de comboios.
24.01.1948 - Inauguração da cantina dos ferroviários em Lisboa-Santa Apolónia.
25.02.1948 - O Conselho de Administração aprova a deslocação aos E.U.A. de elementos da CP, para a frequência de cursos facultados pela American Locomotive Company, para instrução de pessoal acerca do funcionamento e conservação das locomotivas diesel-elétricas. Chefiada pelo engº João Monteiro, a missão de estudo incluiu o engº António Vilhena da Costa Fragoso, o mestre da Oficina Carlos Eugénio Castanheira, os subinspetores Artur Carvalho de Araújo e Augusto Mendes da Silva e o chefe de brigada Francisco Mira Barreiros. A introdução da tração diesel na exploração das linhas da CP iniciou-se nos anos 40 do século XX e obrigou a um conjunto de transformações em toda a empresa, com especial incidência na área do Material e Tração. Em 1948 começam a chegar as locomotivas diesel-elétricas americanas, da série 1501 a 1512, fabricadas pela ALCO.
24.03.1948 - Contrato de empréstimo entre a CP e a CGD-Caixa Geral de Depósitos, no montante de 50.000 contos, para pagar encomendas de locomotivas diesel-elétricas.
07.04.1948 - Contrato entre a CP e Alberto Alcântara Carreira para a organização da mecanização dos serviços da Companhia.
--.--.1948 - Chegada a Portugal dos locotratores Drewry, fabricados pela inglesa Drewry Car Cº, com a numeração C.F.E. 0.6.0.-1 a C.F.E. 0.6.0.-6, posterior série CP 1001 a 1006.
10.04.1948 - Inauguração da nova estação de Porto-Trindade.
14.04.1948 - Deixa de ser cobrada a taxa de velocidade pelas viagens em automotoras entre Badajoz e o Entroncamento.
01.05.1948 - Descarrilamento do comboio rápido vindo do Porto, por colisão com uma locomotiva de manobras em Vila Franca de Xira. Na colisão, as carruagens Budd demonstraram a sua robustez evitando consequências trágicas para os passageiros.
02.06.1948 - O Conselho de Administração aprova a atribuição de prémios ao pessoal das estações que contribuam para a captação de tráfego.
18.06.1948 - Chegadas as primeiras em março, a viagem experimental das carruagens Schindler realizou-se no percurso de Lisboa-Rossio a Sintra, com a presença do diretor da Schindler, membros do Governo dos dois países e da Administração da CP. Construídas em aço, com 130 lugares e o peso de 30 toneladas, as carruagens tinham freio vácuo, aquecimento central, iluminação elétrica, WC, e número de portas adequado a serviço suburbano.
09.06.1948 - O Ministro das Comunicações autoriza o aumento de 10% no custo do transporte de passageiros regulado pela Tarifa Geral.
01.07.1948 - Início dos comboios diretos da Póvoa de Varzim para Guimarães, com ligação a Fafe, sem necessidade de transbordo.
22.07.1948 - É aprovado o projeto para a construção de uma Colónia de Férias em Mangualde.
11.09.1948 - Chegam ao porto de Lisboa, a bordo do vapor Titania, quatro automotoras Nohab para efetuar serviço nas linhas de menor movimento. Montadas nas Oficinas Gerais de Santa Apolónia, com destino às linhas do Sul e Sueste, Minho e Douro, Oeste e ligação Lisboa-Alentejo via Setil, iniciaram o serviço nas linhas da “Estrela de Évora”. A introdução de veículos automotores na rede ferroviária nacional iniciou-se com as efémeras automotoras a vapor do Sul e Sueste nos inícios do século XX. Na década de 40, para combater a escassez de combustíveis, são construídas as automotoras nacionais movidas a gasolina mas, a verdadeira modernização do parque de material circulante, começa em 1948 com a entrada ao serviço destas automotoras.
15.09.1948 - Chegam a Portugal as primeiras locomotivas diesel-elétricas, fabricadas pela empresa norte americana ALCO, com potência de 1500 HP, novidade absoluta em Portugal e na Europa, que formaram a série 1501 a 1512, podendo atingir a velocidade de 120km/h. Nos anos 40 do século XX começam a chegar a Portugal as primeiras automotoras e locomotivas diesel permitindo iniciar-se a retirada da tração a vapor da exploração ferroviária. Chegadas a bordo do vapor Moçâmedes estas locomotivas destinam-se aos serviços mistos de passageiros e mercadorias nas Linhas do Norte, Beira Alta e Sul. Remotorizadas a partir de 1970, foram retiradas do serviço comercial em 2001. Nas cores originais, a CP preservou a 1501 exposta no Museu Nacional Ferroviário.
22.09.1948 - A CP adjudica à firma Westinghouse Electric International Company a instalação de ventilação no túnel do Rossio apropriada à circulação das locomotivas diesel-elétricas.
04.10.1948 - Primeira experiência de velocidade e reboque de comboio de passageiros com locomotiva diesel-elétrica e carruagens suíças entre a estação de Entre Campos e Gaia.
20.10.1948 - O Conselho de Administração decide registar o nome e a insígnia da Companhia “CP” para prevenir a eventualidade de imitações.
04.11.1948 - Para negociar o resgaste do arrendamento da Linha de Cascais à Sociedade Estoril, arrendada em 1918, a CP nomeia uma comissão formada pelos engº Manuel José Pinto Osório, dr José Alberto dos Reis e engº Francisco Leite Pinto.
04.11.1948 - Autorizado o estabelecimento de uma cocheira de automotoras em Campolide bem como verba para as obras necessárias à modernização das oficinas, transformando-se, assim, Campolide, em conjunto com o Barreiro, num polo de modernidade. As dificuldades financeiras e custos acrescidos com o preço do carvão provocadas pelo deflagrar da II Guerra Mundial contribuíram para acelerar a introdução de veículos automotores na exploração ferroviária, que vinha sendo equacionada desde finais do século XIX. As vantagens da sua utilização eram muitas: precisavam apenas dois agentes para a circulação (Maquinista e Revisor/Condutor); evitavam-se as manobras de inversão nas estações terminais; consumos acessíveis de combustível; viagens rápidas; conforto e comodidade. Em Portugal a chamada automotorização inicia-se em 1904, mas a verdadeira modernização do parque de material circulante faz-se na década de 40 com a entrada ao serviço das automotoras Nohab. Além das vantagens para a exploração e serviço de passageiros, a introdução das automotoras obrigou a um conjunto de alterações e modernizações que se traduziram, entre outas, na adaptação do parque oficinal.
19.06.1948 - A linha férrea entre Famalicão e Lousado é algaliada (a via métrica é “embebida”/inserida na via larga), realizando-se um comboio especial entre a Póvoa do Varzim e Guimarães.
15.11.1948 - Inauguração da cantina para ferroviários na Figueira da Foz.
18.12.1948 - Portaria atribuindo melhorias de vencimento ao pessoal da CP.
02.12.1948 - O Conselho de Administração autoriza que o transporte de 11 atrelados para automotoras encomendados à firma sueca Nohab seja feita por via marítima, confiado à Svenska Lloyd; 5 deles foram encomendados pelo Fundo Especial de Caminhos de Ferro.
29.12.1948 - Estão concluídos os trabalhos da primeira empreitada de construção do 2º andar da ala norte da estação de Lisboa-Santa Apolónia.
15.01.1949 - Inauguração da Linha do Tâmega entre Celorico de Basto e Arco de Baúlhe.
20.01.1949 - Abertura da segunda via entre Cacém e Sintra.
21.01.1949 - Abertura à exploração pública do troço da linha férrea de Cabeço de Vide a Portalegre.
07.02.1949 - A primeira automotora Nohab de via estreita, a ACE2myf 1003, sai de Gotemburgo em direção ao porto de Leixões e daí seguirá para a Livração.
24.03.1949 - Decreto-lei nº 37.451 que autoriza o aumento das tarifas de passageiros e de mercadorias.
23.05.1949 - O Decreto-lei nº 37.425 “remodela” a organização sindical dos ferroviários portugueses, reduzindo o número de sindicatos existentes.
13.07.1949 - A Câmara Municipal de Lisboa aprova o projeto do atravessamento da Avenida da República, na Linha Urbana, pelo viaduto de Entrecampos. O atravessamento ferroviário na zona da Avenida 5 de outubro causava perturbação no transito rodoviário e pedonal o que provocou alguns atritos com a Carris. Em 1948, a CP apresenta ao Governo um projeto para a construção dos viadutos, sobre as Avenidas da República e Cinco de Outubro, que seriam construídos numa variante a cerca de 20 m dos existentes, para o lado norte. O custo avultado da obra levou a que o Governo adiasse a sua aprovação. A Câmara Municipal de Lisboa sugere, entretanto, a construção de uma passagem na faixa central da Av. da República para dar continuidade ao trânsito até o projeto dos viadutos ser aprovado. A CP projeta, então, uma passagem na faixa central com dois vãos livres de 9,40m, com um pilar no centro da referida avenida. Com um orçamento de 1.600 contos, os trabalhos de construção iniciaram-se em agosto.
26.07.1949 - Inauguração da Colónia de Férias da CP em Mangualde. As colónias de férias para filhos de ferroviários iniciaram-se nos anos 30 do século XX, primeiro na Costa da Caparica e depois na Praia das Maçãs. O sucesso da iniciativa levou a que a CP apoiasse a abertura de outras colónias, passando estas a ser dirigidas pela Comissão de Assistência, na dependência direta do Conselho de Administração. Nessa região da Beira Alta começou a funcionar uma colónia em 1947, em Cassurrães, numa casa particular e adaptada para o efeito, aguardando a inauguração do edifício que a CP iria construir em terreno adquirido à Câmara Municipal de Mangualde. Inspirado no projeto da colónia da Praia das Maçãs, do arquiteto Cottinelli Telmo, foi construída pela Divisão de Via e Obras.
17.08.1949 - A CP decide instalar um Posto de recolha e conservação de locomotivas diesel-elétricas em Gaia.
17.09.1949 - O Conselho de Administração autoriza a admissão de 15 Operários para as oficinas diesel-elétricas em Campolide e em Gaia.
31.12.1949 - Decreto-lei nº 37.723 que autoriza o FECF-Fundo Especial de Caminhos de Ferro a conceder um subsídio de 50.000 contos à CP.
04.01.1950 - A CP decide estabelecer tranvias entre Póvoa do Varzim e Famalicão, a fim de combater a concorrência da camionagem na região servida pela linha.
25.01.1950 - Execução de obras de adaptação da cocheira da estação de Campolide para recolha de automotoras e locomotivas diesel.
08.03.1950 - O Ramal de Mora e a Linha do Guadiana passam a regime de exploração económica.
21.06.1950 - O Conselho de Administração autoriza a aquisição de 40 mil toneladas de carvão ao Comptoir Belge de Charbons, em Bruxelas.
27.06.1950 - Com fundos do Plano Marshall, é autorizada a compra aos E.U.A. de 5 locomotivas diesel-elétricas de 1500 HP e 12 de 1350 HP.
26.07.1950 - São aprovadas obras na cocheira de máquinas de Lagos para apoiar o serviço de automotoras no Algarve.
28.06.1950 - O Conselho de Administração nomeia o engº Custódio de Azevedo Nazareth de Sousa, subchefe da Divisão de Exploração para se deslocar a Madrid e concluir com a RENFE, e as autoridades da fronteira espanhola, o estabelecimento dos serviços diretos Lisboa – Corunha e Porto – Salamanca.
09.08.1950 - A CP solicita ao Governo que lhe compre 11.144 obrigações de 3,5%, para fazer face às dificuldades no pagamento de 50.000 contos de dívidas, devido à diminuição de receitas.
17.08.1950 - Para captar o tráfego na Linha do Oeste, a CP aprova novas tarifas para transporte de adubos.
05.09.1950 - Contrato entre a CP e a CGD-Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, para a aquisição de 17 locomotivas diesel nos E.U.A. ao abrigo do Plano Marshall.
18.10.1950 - Contrato para a aquisição de 5 locomotivas diesel-elétricas de 1.500/1.600 HP à ALCO, ao abrigo do Plano Marshall.
28.10.1950 - Contrato entre a CP e a Baldwin-Lima-Hamilton Corporation para aquisição de 12 locomotivas diesel-elétricas ao abrigo do Plano Marshall.
01.11.1950 - A CP procede a obras na Ponte Maria Pia que permitam a passagem das locomotivas da série 070.
15.11.1950 - O Conselho de Administração autoriza a aquisição de 5 autocarros à Sociedade de Comércio Geral Lda, para efetuar a exploração da carreira entre Coimbra e Castelo Branco.
19.11.1950 - É nomeada uma Comissão para se deslocar a França, Inglaterra e Bélgica para estudar a utilização de combustíveis sólidos e líquidos nas locomotivas a vapor.
09.05.1951 - Decreto-lei nº 38.247 que regula a criação da DGTT-Direção Geral de Transportes Terrestres e reconstitui o Fundo Especial de Transportes Terrestres.
14.06.1951 - Assinado o contrato de Concessão Única sobre a reorganização do sector ferroviário. Em setembro de 1945 é publicada a lei da Coordenação dos Transportes Terrestres, também conhecida por Lei nº 2008 que, na base I, preconizava a concentração da exploração do caminho de ferro, atribuindo o estabelecimento e a exploração dos transportes ferroviários a uma única empresa, através de um novo contrato de concessão.
05.07.1951 - Decreto aprovando os novos Estatutos da CP.
11.07.1951 - É aprovada a instalação de uma cantina, para serviço de passageiros, na estação de Nine.
03.08.1951 - O Dr. Mário de Figueiredo é nomeado Presidente do Conselho de Administração da CP.
20.09.1951 - Em 1951, com o fim do contrato entre a Direção Geral de Caminhos de Ferro e a Câmara Municipal, e em harmonia com o disposto no contrato de Concessão Única, a exploração do elevador de Santa Luzia, em Viana do Castelo, passa a ser da responsabilidade da CP que, em 25.11, admite como assalariados um Maquinista, 3 Condutores e dois Porteiros, que ficam afetos ao serviço do elevador e dependentes da Estação de Viana do Castelo. O elevador ou funicular, inaugurado em julho de 1923, foi mandado construir pelo engenheiro portuense Bernardo Pinto Abrunhosa para facilitar o acesso à estação de Viana do Castelo desde o Monte de Santa Luzia. Na década de 80, um “Estudo de Viabilidade Económica do Funicular de Santa Luzia” apresenta como conclusão a necessidade de uma promoção comercial do mesmo virada para o turismo. Posteriormente a uma exploração privada, em 1999 a exploração é transferida para a Câmara Municipal de Viana do Castelo.
02.10.1951 - Chegam ao cais de Santa Apolónia três locomotivas diesel-elétricas "ALCO”, da série 1521 a 1525.
--.04.1952 - Chegam a Portugal 4 locomotivas diesel-elétricas encomendadas à firma norte americana Baldwin, pelo Fundo de Fomento Nacional, ao abrigo do Plano Marshall.
31.07.1952 - O Diretor Geral apresenta à CP o Plano da Rede Unificada Portuguesa. Da autoria do Prof. Vicente Ferreira, o Plano RUP fazia o ponto de situação relativamente à rede ferroviária e apontava ações a empreender. O fator mais destacado foi o propósito de procurar economias de escala fundindo numa só empresa as existentes.
28.08.1952 - Contrato entre a CP e a Allan & Cº para o fornecimento de 35 automotoras diesel-elétricas, 20 atrelados e peças e equipamentos sobresselentes. Destas unidades, 25 destinavam-se à via larga (as My 301 a 325) e 10 à via estreita (as MEy 301 a 310). As primeiras duas unidades Allan de via larga chegam a Lisboa por via marítima, a bordo do navio Da Capo, em 10 de março de 1954. As experiências com este tipo de material foram efetuadas entre as estações de Lisboa-Rossio e Caldas da Rainha, numa velocidade média de 70km/h. Perante os resultados obtidos, as automotoras Allan iniciaram o serviço comercial na Linha do Oeste em agosto desse ano. Após alguns problemas relacionados com o sobreaquecimento da água de refrigeração dos motores, demonstraram posteriormente ter excelente fiabilidade; remotorizadas nos anos 70 com motores Poyaud, a pintura também foi alterada da cor de azul, com faixas vermelhas na parte superior das caixas, para vermelha e branca. Parte da série original de via larga continua a prestar serviço comercial após modernização entre 1998 e 2000.
05.09.1952 - Contrato com a empresa francesa Carel Fouché & Compagnie para a aquisição de sete carruagens inox. Idênticas às Budd e às utilizadas nos comboios de prestígio da SNCF-Société Nationale des Chemins de Fer Français, as carruagens foram destinadas ao tráfego internacional, nas ligações Lisboa-Corunha e Lisboa-Hendaye. Serviram depois nas Linhas do Leste, Beira Baixa e Beira Alta, sendo posteriormente transformadas em bar e restaurante e 1ª classe e bar, e, mais tarde, duas vendidas à Argentina.
26.09.1952 - Contrato entre a CP e a FIAT para o fornecimento de três composições automotoras.
03.11.1952 - Através do Plano Marshall e de outros empréstimos e subsídios estatais, a CP encomenda 17 locomotivas diesel, 41 automotoras, 12 tratores e 30 carruagens.
30.12.1952 - É nomeada uma Comissão de Eletrificação formada pelos engºs Pedro Filipe Adeodat de Brion, José Albino Machado Vaz, A. Ferro Palma em representação da Companhia Nacional de Eletricidade, e José Valério Vicente Júnior, Armando Luis P. M. Pinto Monteiro para dar início ao programa de eletrificação da CP.
15.01.1953 - Chega a Entre Campos a primeira automotora FIAT, destinada a serviços rápidos de longo curso. Após um período de adaptação ao novo material por parte do pessoal de condução e das oficinas, fez-se a viagem inaugural a 09.03.1953, com marcha iniciada em Lisboa-Santa Apolónia porque, por razões técnicas, não podia passar o túnel do Rossio.
05.03.1953 - Passagem ao quadro dos agentes femininos que desempenham função idêntica aos agentes masculinos.
08.03.1953 - Início da Rota das “Amendoeiras em flor”. No contexto das viagens por prazer, foi organizado um comboio “Expresso Popular” com partida da estação de Porto-S. Bento até Barca d’Alva por ocasião das amendoeiras em flor. Apesar de apenas anunciado dois dias antes, o comboio esgotou e o sucesso da iniciativa “Amendoeiras em Flor” mantem-se até hoje. António Montês na sua qualidade de Chefe de Turismo e Publicidade dos Caminhos de Ferro Portugueses, popularizou o lema “O Comboio Descobriu a Paisagem”, que significou a expansão do Turismo em Portugal através do transporte ferroviário.
09.03.1953 - Viagem inaugural do comboio “Foguete” entre Lisboa e Porto-Campanhã, com automotora FIAT, da série My 501 a 506. Com grande impacto entre o público, e durante anos o comboio mais rápido da CP, cobrindo em 4,20h a distância entre Lisboa e o Porto, estes foram os primeiros veículos em Portugal a dispor de ar condicionado e a oferecer serviço de refeições no lugar.
02.07.1953 - É adjudicada à firma alemã Fried Krupp Maschinen und Stahlbau Rheinhausen a renovação das pontes metálicas da Beira Alta, inauguradas em 1882, a ligação privilegiada de Portugal à Europa por via férrea. O aumento crescente das cargas transportadas por caminhos de ferro, a modernização do material circulante e a idade das pontes metálicas da rede ferroviária nacional, levaram ao desenvolvimento de trabalhos de reforço e consolidação. Com financiamento ao abrigo do plano Marshall, a Krupp concebeu e foi responsável pelo fabrico e montagem das 6 pontes de maior envergadura daquela linha.
20.08.1953 - O Conselho de Ministros autoriza a atribuição de 15.000 contos à CP, como comparticipação do Departamento da Defesa Nacional para a substituição de seis pontes da Linha da Beira Alta.
04.02.1954 - Início de experiência com máquinas automáticas de emissão de bilhetes na estação do Rossio. Nos anos 50, em consequência da Lei 2008, a CP desenvolve um vasto programa de modernização e reorganização que implicou a aquisição de novo material circulante, modernização de estações, construção de estradas de acesso e início da eletrificação da rede ferroviária. No programa de modernização das estações, além da intervenção nos edifícios e plataformas, planeou-se a introdução de máquinas emissoras de bilhetes, fazendo-se uma consulta às redes ferroviárias francesa, espanhola, italiana e suíça. Não havendo uma decisão definitiva e dado os problemas apresentados nas bilheteiras da estação de Lisboa-Rossio, o Conselho de Administração decide iniciar uma experiência, durante dois meses, com oito máquinas alugadas à “National” e outras duas cedidas gratuitamente pela Agência Comercial Sueca Lda e pela Intex.
09.03.1954 - Decreto-lei nº 39.537 que organiza em novos moldes a gerência das Caixas de Reformas, que passa a ser constituída por uma direção com três membros designados respetivamente pelo Ministro das Corporações, pela CP e União dos Sindicatos Ferroviários.
10.03.1954 - Chegam a Lisboa por via marítima, a bordo do navio Da Capo, as primeiras duas automotoras Allan de via larga.
21.08.1954 - Publicação do Decreto-lei nº 39.780 que aprova o novo Regulamento de Exploração e Polícia de Caminhos de Ferro.
21.08.1954 - Entrada ao serviço na Linha do Oeste das automotoras diesel-elétricas Allan, série 300, adquiridas na Holanda. A introdução da tração diesel na exploração das linhas da CP iniciou-se nos anos 40 do século XX. A primeira série de veículos com motor diesel a chegar foram os locotratores Drewry em 1948, seguindo-se as locomotivas 1500, alterando o modo de exploração do material motor. Em 1953 entra em ação uma das séries de material de maior impacto entre o público, as automotoras FIAT.
26.08.1954 - O Ministro das Comunicações autoriza a atribuição à CP, pelo Fundo Especial de Transportes Terrestres, de um subsídio reembolsável, na importância de 87.000 contos, destinado ao reforço do Fundo de Maneio/liquidação de déficits e à aquisição de material para construção de vagões, metalização de carruagens e trabalhos oficinais.
26.08.1954 - São aprovados os Cadernos de Encargos para a 1ª fase da eletrificação da rede, apresentados pela Direção Geral da Companhia. O arranque da eletrificação da rede ferroviária explorada pela CP, começou a ser equacionado em meados dos anos 20 com a nomeação do engº Pedro Diniz para estudar as possibilidades da eletrificação das Linhas de Sintra e Norte até Vila Franca de Xira. Em 1926, decide-se pela não abertura de concurso enquanto “não estivesse assegurado o fornecimento de energia elétrica”. O arranque decisivo é em janeiro de 1947 com a nomeação de uma Comissão técnica para o seu estudo, constituída por António Branco Cabral, Pedro de Brion e José Machado Vaz que, entre outros, efetuam viagens de estudo a Inglaterra, França, Suíça e Bélgica com o objetivo de recolher informação necessária à elaboração do projeto para a eletrificação, ano em que é apresentado um anteprojeto que não foi aprovado, continuando a Comissão o seu trabalho com visitas de estudo a exemplos de eletrificação de via férreas, bem como a fábricas de material circulante.
30.09.1954 - Escritura de cedência do Sanatório da Covilhã, ou Penhas da Saúde, ao Instituto Nacional de Assistência aos Tuberculosos. Projeto do arquiteto Cottinelli Telmo, o programa funcional foi definido pelos Serviços Médicos da CP, chefiado pelo Dr Carlos Lopes. A construção, inteiramente financiada pela CP e dirigida pelo engº Virgílio Preto, iniciada em 1930, ficou concluída em 1936.
18.11.1954 - É determinada a suspensão da circulação de comboios no túnel do Rossio, durante cerca de 3 meses, para obras de rebaixamento do túnel e impermeabilização da abóbada com o objetivo da eletrificação.
27.01.1955 - Contrato entre a CP e a Locotracteurs Gaston Moyse para o fornecimento de 17 locomotivas diesel-elétricas para manobras em via larga, peças e equipamentos sobresselentes, com vista à dieselização da tração e modernização do serviço de manobras das composições de mercadorias e passageiros. De cor verde escura, a série 1051 a 1068 foi colocada ao serviço nas estações de Lisboa-Santa Apolónia, Campolide, Alcântara-Terra, Barreiro, Casa Branca e Faro. Quando foram retirados do serviço, nos anos 90 tinham pintura a amarelo, como todos os outros locotratores de manobras.
17.02.1955 - Contrato celebrado entre a CP e a Nohab-Nydqvist & Holm Aktiebolag para o fornecimento de 14 bogies e peças acessórias para a transformação das seis automotoras Nohab.
17.02.1955 - Contrato entre a CP e a firma António Veiga Lda para os trabalhos de rebaixe da plataforma da via no túnel do Rossio.
05.03.1955 - Passam a circular novas ambulâncias postais (AP) para os CTT.
12.03.1955 - O Conselho de Administração adjudica ao Groupement d’Étude et Electrification des Chemins de Fer en Monophasé 50 Hz os trabalhos e fornecimentos de locomotivas, automotoras UTE, trabalhos de apetrechamento e montagem das subestações, sinalização e catenária necessários à eletrificação da Linha do Norte até ao Entroncamento e da Linha de Sintra.
03.05.1955 - Contrato entre a CP e a Telefon A.B. LM Ericsson, para os trabalhos de telecomunicações para a primeira fase de eletrificação da rede ferroviária portuguesa.
29.07.1955 - É assinado o Acordo Coletivo de Trabalho entre a CP e a União dos Sindicatos dos Ferroviários, Sindicatos Nacionais dos Engenheiros Auxiliares, Agentes Técnicos de Engenharia e Condutores, dos Eletricistas e dos Profissionais de Enfermagem. O primeiro desde a instauração do corporativismo em Portugal, que deixou os ferroviários descontentes mas que nas palavras proferidas pelo Presidente da organização sindical “a grande e inestimável valia deste acordo para os ferroviários está em tornar possível libertar os trabalhadores de certas anomalias e até de certos excessos da empresa arbitrariamente cometidos… […] é portanto uma hora alta para a classe ferroviária que com orgulho vê a disciplina imprimida pelo Governo ás atividades portugueses, limitando exageros, curando excessos e desequilíbrios, olhando pela própria vida das empresas de caminho de ferro e prestigiando assim a numerosa classe trabalhadora”.
29.07.1955 - Decreto-lei 40.262 estabelecendo os termos para a constituição da Caixa de Previdência dos Ferroviários.
11.08.1955 - A CP aprova o Plano diretivo para a concentração oficinal, no qual se projeta a construção de uma nova oficina de fundição, para toda a rede, no Lavradio, com o aproveitamento das estruturas das oficinas de Lisboa-Santa Apolónia que serão desmontadas.
16.08.1955 - Início dos trabalhos de modernização da Linha de Cascais.
15.10.1955 - Início do serviço de automotoras Allan na Linha do Tua e Bragança.
29.01.1956 - Entram ao serviço nas Linhas da Póvoa e de Guimarães as automotoras Allan.
05.03.1956 - Inauguração da nova estação de Barcelos.
14.03.1957 - O Conselho de Administração autoriza o restabelecimento dos prémios de produção, de trabalho, e de serviço de turno, ao pessoal das Oficinas.
28.04.1957 - No âmbito das comemorações do centenário do caminhos de ferro , inaugura-se a tração elétrica na Linha de Sintra e no troço entre Lisboa e o Carregado na Linha do Norte. Das cerimónias, além da viagem em material elétrico (UTE da série 2001-25) houve no Carregado um desfile de todo o material circulante ao serviço, destacando-se o Comboio Real, o Foguete, as automotoras e as UTE.
20.05.1957 - É inaugurado o rápido entre o Barreiro e Vila Real de Santo António, com automotoras Nohab. Com reserva de lugar obrigatória, permitiam a ligação ao comboio “Foguete” Lisboa-Porto. As primeiras automotoras chegaram ao porto de Lisboa em 1947 e seguiram para as Oficinas Gerais de Santa Apolónia onde foram montadas. Depois de realizados os ensaios em diferentes linhas da rede ferroviária nacional entraram ao serviço em março de 1948. A sul, as automotoras começam a fazer serviço entre Vila Real de Santo António e Lagos, o que originou a permanência de veículos no depósito de Faro, assegurando as Oficinas de Vila Real de Santo António os serviços de manutenção.
04.07.1957 - O Conselho de Administração adjudica ao Groupement d’Études et d’Electrification de Chemins de Fer en Monophasé 50 Hz a montagem da sinalização do Entroncamento, por 6.000 contos, ao abrigo do Plano de Fomento.
24.01.1958 - Viagem de experiência de um comboio elétrico entre Lisboa e Santarém.
08.04.1958 - Contrato com a firma sueca Telefon A.B. LM Ericsson, para o fornecimento e instalação de sinalização por comando centralizado de tráfego (C. T. C.) para a Linha de Setil a Vendas Novas. A sua instalação iniciou-se em 1961, sendo inaugurado em março de 1964. O C.T.C. tinha a sua estação-centro no Setil, a partir da qual um agente único controlava toda a circulação, apoiado por um quadro sinóptico representando todas as estações e a ocupação das respetivas linhas. O agente podia comunicar com todas as estações e passagens de nível através do telefone, comandar a abertura dos sinais e controlo de manobras nas estações. A entrada em funcionamento do C.T.C. permitiu uma maior segurança da circulação e economia de pessoal.
25.04.1958 - Por iniciativa da CP foram criadas comissões de estudo, tanto da RENFE como da CP, para, em reuniões periódicas a realizar alternadamente em Madrid e Lisboa, se ocuparem de todas as questões de interesse para ambas as redes, em assuntos relacionados com a unificação de material a construir e em serviço.
30.06.1958 - Inauguração da tração elétrica entre Lisboa e o Entroncamento.
03.07.1958 - É adjudicado à empresa Dargent a metalização e transformação de 10 carruagens séries AB 5yf 601-604 e Cyf 0601-0606 em furgões de “grande linha”.
23.10.1958 - O I Plano de Fomento (1953-1958) atribui à CP 600.000 contos aplicados na adaptação das oficinas à grande reparação de material trator (elétrico e diesel-elétrico); renovação da Linha do Norte; renovação das pontes da Beira Alta; trabalhos de eletrificação; trabalhos de via e obras, equipamento aéreo, subestações e linha de alimentação; material circulante; sinalização e telecomunicações.
08.11.1958 - O Conselho de Administração autoriza a adoção do regime de "semana-inglesa" para o pessoal das Oficinas, mantendo-se, contudo, as 48 horas de trabalho semanal.
29.01.1959 - O Conselho de Administração aprova a adjudicação de 15 locomotivas à Sorefame, com a participação da Brissonneau, a montar inteiramente em Portugal.
29.01.1959 - O Conselho de Administração aprova a adjudicação à Sorefame da montagem de 12 locomotivas de 700/800 HP a adquirir através da Eurofima e do II Plano de Fomento. A Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas-Sorefame, foi fundada na Amadora, em 1943, pelo engº Ângelo Fortes e a partir dos anos 50 afirmou-se como um dos principais construtores de material circulante ferroviário, em parceria com diversas empresas internacionais.
19.03.1959 - É adjudicado aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo o fornecimento de 2 barcos para o serviço fluvial Lisboa-Barreiro, com verba consignada no II Plano de Fomento. Para melhorar as condições de tráfego e dar resposta ao aumento do transporte fluvial de passageiros, a CP, em 1956, decide renovar o material fluvial e adquirir dois navios. Os dois novos barcos equipados com radar e dispositivos de inversão de marcha direta implicaram a construção de dois novos embarcadouros flutuantes na estação do Barreiro. Batizados de Estremadura e Algarve entraram ao serviço em 1962 contribuindo para o aumento da segurança e conforto na travessia do Tejo.
16.04.1959 - É autorizada a aquisição à G. & J. Graham & Cº de 4 vagões da série "J".
27.04.1959 - Contrato para a construção de 9 locomotivas diesel-elétricas à Société Anonyme des Anciens Établissements Brissonneau et Lotz.
21.05.1959 - São assinados os contratos referentes à aquisição de 9 locomotivas em regime de "Location Vente", através da Eurofima e do II Plano de Fomento, e de mais 6 locomotivas, em regime de aquisição total pela CP.
21.07.1959 - Contrato entre a CP e um grupo internacional com participação da Eurofima, para o fornecimento de 6 locomotivas diesel-elétricas.
04.08.1959 - Contrato entre a CP e a S. Ericsson de Portugal, Lda para o fornecimento da instalação de sinalização e comando centralizado na Linha do Setil a Vendas Novas.
22.10.1959 - A Eurofima concede à CP o financiamento de 4 milhões de francos suíços, para aumentar a encomenda de 18 para 21 o número de UTE a adquirir à Sorefame. As primeiras automotoras elétricas da CP entraram ao serviço em 1957 na Linha de Sintra. Eram UTE-Unidades Triplas Elétricas, em aço inoxidável, equipadas com um sistema de aquecimento elétrico e iluminação fluorescente. Foram construídas segundo patente da Budd, nas oficinas da Sorefame na Amadora, podendo circular em unidades múltiplas até três UTE. Apesar de algumas dificuldades verificadas nos primeiros anos de circulação, que implicaram a completa rebobinagem de todos os motores de tração efetuada nas oficinas do Barreiro, asseguraram durante quatro décadas o serviço comercial da Linha de Sintra, tendo parte das mesmas sido vendidas a um operador ferroviário argentino.
18.11.1959 - Contrato entre a CP e a Sorefame para aquisição de 20 locomotivas elétricas Bo-Bo, 21 UTE, 14 carruagens de 1ª classe com ar condicionado, 3 carruagens-restaurante e outro material sobresselente.
--.--.1959 - A Sociedade Estoril, na continuidade do seu plano de modernização, procede, nas oficinas do Cais do Sodré, à adaptação das suas carruagens para o regime de duas classes.
04.02.1960 - O Conselho de Administração decide que qualquer mulher com 18 anos e emancipada pode concorrer aos serviços da Companhia. O desenvolvimento do exercício da atividade ferroviária deu origem a um novo grupo socioprofissional, os ferroviários, sujeitos a regulamentos que descriminam direitos e deveres para que a atividade exercida seja exemplar, não só do ponto de vista técnico como do da segurança. Marcadamente masculino, as primeiras referências ao trabalho feminino surgem nas Ordens da Direção da década de 80 do século XIX e referem-se a Guardas, isto é, às Guardas de Passagem de Nível-GPN, uma das profissões com maior visibilidade no mundo ferroviário, e a única aberta às mulheres. Na década de 20 do século XX, o pessoal feminino circunscrevia-se ao trabalho administrativo e ao de GPN. Na década seguinte começam as surgir contratações de mão-de-obra feminina para outras funções, mas sempre ligadas a atividades consideradas tipicamente femininas como é o caso das enfermeiras, empregadas de bilheteiras, de escritórios e telefonistas. Pelo Acordo Coletivo de Trabalho assinado em 1955, apenas podiam ser admitidos agentes com idade igual ou superior a 21 anos; no caso das GPN, desde que casadas, podiam ser admitidas com idade inferior visto que se considerava que o casamento conferia emancipação/maioridade.
30.12.1960 - Publicação do Decreto-lei nº 43.457 que cria o GEPT-Gabinete de Estudos e Planeamento de Transportes Terrestres, com a finalidade de apoiar o Ministro das Comunicações promovendo o estudo de problemas referentes à coordenação e ao planeamento dos transportes terrestres.
03.01.1961 - A fábrica de bilhetes da CP, dependente da Divisão de Exploração- Fiscalização de Receitas, foi transferida para um novo e amplo edifício construído pelos serviços de Via e Obras, na Av. Infante D. Henrique em Xabregas, que também passou a alojar a tipografia, o armazém de papel e o depósito de impressos. Os primeiros títulos de transporte que possibilitavam uma viagem de comboio eram passados dentro da carruagem e manualmente. Face às dificuldades verificadas especialmente com o apuramento de receitas, o inglês Thomas Edmondson, chefe da estação ferroviária de Milton, nos Caminhos de Ferro de Newcastle e Carlisle, concebe um método de preparação de recibos sob a forma de bilhetes de cartão, que entregues ao passageiro o legitimavam a fazer a viagem para a qual havia pago. As primeiras referências a uma fábrica de bilhetes para comboios em Portugal datam de 1882, localizada no extremo sul da ala oeste da estação ferroviária de Lisboa-Santa Apolónia. Em 1923 a fábrica transferiu-se para um edifício próprio, situado no cais de embarque de passageiros, no lado norte da referida estação. Com os trabalhos de eletrificação da linha férrea, em 1956, todo o espaço da estação sofre obras e a fábrica de bilhetes é demolida, sendo os diferentes serviços (escritórios e oficina) distribuídos pelo edifício da estação e Cais da Madre de Deus.
28.02.1961 - Assinatura entre a CP e os Sindicatos Nacionais Ferroviários do Acordo Coletivo de Trabalho.
16.03.1961 - Chegam as primeiras locomotivas diesel-elétricas encomendadas, em 1959, á fábrica francesa Établissements Brissonneau & Lotz, construídas em Portugal pela Sorefame, sob licença da empresa francesa. Equipadas com motores tipo MGO da responsabilidade da Sociéte Alsacienne de Constructions Mécaniques, atingindo a velocidade de 80 kms/h, foram afetas aos depósitos de máquinas de Campolide, Figueira da Foz e Coimbra B, para o serviço comercial de passageiros. Foram também utilizadas em manobras e comboios de mercadorias, destacando-se o “peixeiro” entre Alcantâra-Terra e Lisboa-Santa Apolónia. Em 1963 a CP adquire mais 10 unidades, formando a série 1201 a 1225. Pintadas em azul escuro, com uma linha branca no topo e uma zona vermelha na área dos tampões, nos anos 70 passaram a laranja com riscas brancas nos topos, um design da autoria do Escultor José Santa Bárbara aplicado a todo o material de tração comercial da CP. Conhecidas na gíria ferroviária como flausinas ou máquinas de costura, foram as primeiras locomotivas diesel de origem europeia a circular na rede ferroviária nacional. Começando a ser retiradas do serviço no final da década de 90, uma delas foi preservada pela CP para exposição no Museu Nacional Ferroviário.
27.04.1961 - O engº Costa Macedo, representante da CP no GEPT-Gabinete de Estudos de Transportes Terrestres, e um dos autores dos estudos que justificavam a ponte mista, compilados e apresentados com o título “Subsídios para o reajustamento e esclarecimento de alguns aspetos a considerar antes da adjudicação da ponte sobre o Tejo”, continua a coordenar, por parte da Administração da CP, os trabalhos, reafirmando e justificando a necessidade da construção de uma ponte mista sobre o Tejo, prevista em duas fases, por razões financeiras: na primeira o tabuleiro rodoviário, inaugurado em 1966, e na segunda o ferroviário aberto em 1999.
08.06.1961 - Reforço do Plano de Fomento para as adjudicações necessárias à II Fase de Eletrificação do Entroncamento ao Porto.
16.08.1961 - É adjudicada à Sorefame a construção de 8 carruagens de 1ª classe, e de 7 carruagens mistas de 9 compartimentos, para o serviço internacional.
17.08.1961 - Assinatura do novo Acordo de Trabalho-ACT com o pessoal da Sociedade Estoril.
15.12.1961 - Fusão do Ateneu Ferroviário com o Grupo Desportivo da CP dando origem ao Clube Ferroviário de Portugal.
25.01.1962 - O Conselho de Administração autoriza a adjudicação da proposta, por conta do Plano de Fomento, de novas Oficinas Diesel e Elétricas no Entroncamento. As alterações na tração com a introdução do material diesel e elétrico levaram à necessidade de novas valências técnicas e à construção de novas oficinas. Em 1957 a CP decide adquirir, no Entroncamento, cerca de 220 mil metros quadrados de terreno para construir “um posto de manutenção e de oficinas de reparação de motorizados”. Do vasto projeto faziam parte, entre outros, edifícios para reparação e ensaio de locomotivas; caldeiraria; pórtico de aprovisionamentos com depósitos de areia e óleo; serviços administrativos; serviços médicos, refeitórios; balneários, etc. Atendendo ao volume de trabalho da Divisão de Via Obras com a eletrificação da Linha do Norte, é adjudicada à empresa Antero Ferreira a construção dos pavimentos interiores da oficina, necessários ao assentamento de linhas.
18.02.1962 - É inaugurado o apeadeiro da Bobadela, entre a estação de Sacavém e o apeadeiro de Santa Iria.
23.08.1962 - A CP adere à tarifa BIG (Bilhetes individuais para viagem em grupo com organização de viagens à "forfait") que, em determinadas condições, permite às agências de viagens a utilização da tarifa dos bilhetes em grupo em viagens de passageiros isolados.
12.09.1962 - Supressão do Ramal de Matosinhos, entre a Senhora da Hora e Matosinhos.
07.03.1963 - A CP solicita à Eurofima financiamento para a aquisição de 12 composições duplas diesel ou 10 locomotivas diesel «Brissonneau», 20 furgões e 240 vagões.
05.04.1963 - É encomendado a Edgar Cardoso um projeto para uma nova ponte ferroviária sobre o Douro. Desde os anos vinte do século XX que os estrangulamentos provocados pela ponte Maria Pia ao transporte ferroviário na área do grande Porto (limitações de velocidade e cargas transportadas), conduziram a que se equacionasse uma solução quer pela CP quer pela Tutela. A solução defendida era a da construção de uma nova ponte em via dupla. Após a inauguração da ponte da Arrábida, em junho de 1963, surge a hipótese de se utilizar o cimbre da mesma na construção da nova ponte ferroviária sobre o Douro, e o administrador engº António da Costa Macedo propôs a contratação do professor Edgar Cardoso. O projeto então contratado não se concretiza; mas no início dos anos oitenta, com o Ministro Viana Baptista, é lançado o novo concurso, sendo aprovado o projeto do professor Edgar Cardoso.
09.05.1963 - O Conselho de Administração aprova a criação de bilhetes de ida e volta, com uma redução até 50%, com o objetivo de encorajar o movimento noturno na Linha de Sintra.
28.05.1963 - Desabamento da cobertura em betão da gare da estação do Cais do Sodré.
06.06.1963 - O Conselho de Administração adjudica os trabalhos do túnel de Albergaria ao Groupement d’Études et d’Electrification de Chemins de Fer en Monophasé 50 Hz.
01.07.1963 - Para o serviço de passageiros, passam a existir apenas duas classes nas linhas da CP, por eliminação da 3ª classe.
11.07.1963 - O Conselho de Administração aprova uma nova tabela de gratificações aos colaboradores com domínio das línguas inglesa, francesa e alemã, afetos ao Serviço de Informações das estações, consciente da necessidade de apoio à exploração turística.
09.09.1963 - Inauguração da tração elétrica entre Entroncamento e Pombal.
27.10.1963 - Publicação do Decreto-lei nº 44.652 que regula a participação da CP no Grupo de Trabalho nº 4 - Transportes e Comunicações - Comissão Interministerial de Planeamento e Integração Económica.
03.12.1963 - Publicação do Decreto-lei nº 45.403 que atribuiu, pelo FETT-Fundo Especial de Transportes Terrestres, as verbas necessárias para a execução das indispensáveis obras complementares de construção da ponte sobre o Tejo, para assegurar a ligação ferroviária. Em 1876 o engenheiro dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste, Miguel Carlos Correia Pais apresentara o primeiro projeto para a travessia do Tejo, ligando Lisboa ao Montijo através de uma ponte mista. Em 1951, na inauguração da ponte de Vila Franca de Xira, o Ministro das Obras Públicas anunciou o estudo de uma ligação entre as duas margens em Lisboa, mas não obteve consensos para a sua concretização.
09.01.1964 - É adjudicada a construção das novas oficinas diesel-elétricas no Entroncamento.
20.03.1964 - Inauguração da eletrificação no troço Coimbra-Pampilhosa.
24.02.1964 - Inauguração da tração elétrica no túnel de Albergaria.
25.11.1964 - Inauguração da tração elétrica até Esmoriz.
--.--.1964 - Contrato entre a CP e a Eurofima para o financiamento da aquisição de 10 UTE-Unidades Triplas Elétricas.
29.07.1965 - O Conselho de Ministros para os Assuntos Económicos concedeu autorização à CP para encomendar à firma English Electric 50 locomotivas diesel-elétricas de 1400 HP, sendo 10 montadas na origem e as restantes na Sorefame, a futura série 1401 a 1467.
--.09.1965 - Na política de reorganização dos serviços, implantaram-se as Regiões Norte, Centro e Sul.
10.11.1965 - Contrato entre a CP e o grupo Sorefame-English Electric para o fornecimento de 50 locomotivas diesel-eléctricas, com o objetivo de acelerar o fim da tração a vapor na via larga, assinado em Lisboa pelo Presidente do Conselho de Administração, Professor Doutor Mário de Figueiredo, e pelo Presidente da English Electric, Lord Nelson Stafford, que veio expressamente a Lisboa para a cerimónia. As primeiras dez locomotivas da série 1401-1467, fabricadas integralmente em Inglaterra nas instalações da English Electric próximo de Manchester, começaram a chegar em janeiro de 1967, ficando afetas ao Depósito de Campolide em serviços de passageiros e mercadorias nas Linhas do Oeste e da Beira Alta. As restantes foram montadas na Sorefame. Depois de 60 anos de serviço, algumas continuam a circular em diferentes pontos do país, usadas em manobras em Lisboa-Santa Apolónia, Entroncamento e Pampilhosa, nos Regionais e Interregionais do Douro, e na tração do Comboio Presidencial.
27.01.1966 - Despacho reestruturando a Comissão para o Estudo do Problema Geral dos Transportes Suburbanos e, em especial, dos casos de Lisboa e do Porto, de forma a nela incluir um representante da CP.
17.02.1966 - É autorizada a montagem do freio vácuo e de um dispositivo de homem-morto nas 36 locomotivas-locotratotres diesel de 350 HP, série 1151 a 1186, a ser realizada pela Sorefame.
27.04.1966 - Decreto-lei nº 46.981 autorizando a CP a emitir 120 mil obrigações para possibilitar a aquisição de 59 carruagens de 2ª classe.
--.07.1966 - A CP e a Eurofima estabeleceram um contrato com a Sorefame para o fornecimento de 59 carruagens de 2ª classe.
11.08.1966 - São aprovados os novos Estatutos da CP.
15.09.1966 - É aprovada a proposta de supressão do transporte de mercadorias por via fluvial, entre Lisboa e o Barreiro, substituindo-o pelo transporte rodoviário e ferroviário.
03.11.1966 - Inauguração da eletrificação de Lisboa a Porto-Campanhã, com a presença do Presidente da República, membros do Governo e do Poder Local e a Administração da CP, concluindo-se a eletrificação da Linha do Norte.
06.11.1966 - Inauguração da eletrificação entre Porto-Campanhã e Ermesinde.
10.11.1966 - É aprovado o Organograma Geral da CP que prevê a criação de um sector denominado «Relações Públicas» dependente da Administração.
15.12.1966 - Contrato entre a CP e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo para a aquisição de dois novos barcos para a ligação fluvial entre Lisboa e o Barreiro.
31.12.1966 - Decreto-lei nº 47.472 pelo qual a CP foi obrigada a passar ao quadro de agentes permanentes todos os trabalhadores eventuais nele contemplados.
02.03.1967 - O comboio internacional Lisboa-Expresso TER, entre Lisboa e Madrid, inaugurado no dia anterior, passa a efetuar paragem no Entroncamento.
16.04.1967 - Eletrificação do troço Ermesinde-S. Romão.
28.04.1967 - Apresentação oficial das novas locomotivas English Elétric, da série 1401 a 1467. Com a presença o ministro das Comunicações, engº Carlos Ribeiro e da Administração da CP, na estação de Lisboa-Santa Apolónia, o ato inseriu-se nas comemorações do 10º aniversário da inauguração da eletrificação da Linha de Sintra e do troço Lisboa-Carregado na Linha do Norte. Podendo ser acopladas em unidades múltiplas, até três, têm sido utilizadas na tração de comboios de mercadorias e de passageiros em toda a rede ferroviária nacional.
17.08.1967 - O Conselho de Administração aprova a aquisição de 17 locomotivas de 1370 HP, série 1550, e 10 locomotivas de 2700 HP, necessárias para eliminar tração a vapor na via larga.
27.10.1967 - Despacho do Ministro das Comunicações aprovando a elaboração de um estudo sobre os caminhos de ferro portugueses pela Sofrerail- Sociedade Francesa de Estudos e Realizações Ferroviárias, no âmbito do III Plano de Fomento, com o objetivo de modernização dos caminhos de ferro. Elaborado em estreita colaboração com o GEPT-Gabinete de Estudos e Planeamento dos Transportes Terrestres e os diferentes serviços da CP, apresentou um conjunto de recomendações para um programa global de investimentos necessários à modernização de instalações e material circulante, métodos de gestão e de organização de trabalho, políticas tarifárias e outras, para melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços prestados.
--.11.1967 - Concurso para obras de modernização das pontes ferroviárias do Cávado, Neiva e viaduto de acesso à ponte do Lima.
07.12.1967 - Conclusão das novas instalações de sinalização entre Coimbra e a Pampilhosa, que permitem a circulação dos comboios com bloco automático até Aveiro.
15.12.1967 - Contrato entre a CP e a empresa austríaca Simmering-Graz-Pauker para o fornecimento de 700 vagões.
03.04.1968 - Contrato entre o Ministério das Comunicações e a Sofrerail para a apresentação de um Plano de Modernização dos Caminhos de Ferro Portugueses.
06.05.1968 - Contrato entre a CP, a Sorefame e o Groupement d’Études et d’Elecrtification de Chemins de Fer en Monophasé 50 Hz para o fornecimento de 24 UTE-Unidades Triplas Elétricas, idênticas às que fazem serviço nas linhas suburbanas de Lisboa e Porto, bem como a peças sobressalentes para manutenção corrente. O contrato foi assinado por parte da Administração da CP por Mário de Figueiredo e Oliveira Martins; pelo Groupement André Grusson, Siegsried Baier e Teicher; e pela Sorefame por Francisco Malheiro e Eduardo Magalhães.
10.05.1968 - Contrato entre CP e o Groupement d’Études et d’Electrification de Chemins de Fer en Monophasé 50 Hz para proceder à eletrificação complementar dos ramais afluentes à Linha do Norte: São Romão/Braga, Alfarelos/Figueira da Foz e Lamarosa/Tomar. O contrato, assinado por parte da Administração da CP por Mário de Figueiredo e Oliveira Martins e pelo Groupement por André Grusson, Siegsried Baier, e Teichert, diz respeito ao estudo, fornecimento e montagem do equipamento complementar da subestação da Travagem e do equipamento aéreo e de telecomando, e sinalização dos ramais ferroviários.
17.05.1968 - Despacho nº 42/68 do Ministro das Comunicações, autorizando a concessão, pelo FETT, de subsídios à CP até ao montante de 200.000 contos, destinados à cobertura dos encargos emergentes dos contratos de renovação da via e dos trabalhos complementares.
07.06.1968 - Contrato entre a CP e a English Eletric para o fornecimento de 20 locomotivas, série 1801 a 1810. Foram as primeiras locomotivas em Portugal com duas cabines, podendo atingir 140 km/h, na época as mais rápidas do parque CP.
11.07.1968 - É autorizada celebração do contrato Eurofima-Sorefame para a aquisição de 25 carruagens de 2ª classe, para serviço de “grande linha”.
29.09.1968 - Inauguração da eletrificação do túnel de Avé-Maria, permitindo a eliminação da tração vapor entre Porto-Campanhã e Porto-S. Bento.
27.11.1968 - Manifestações de trabalhadores ferroviários pela obtenção de aumentos salariais.
29.11.1968 - Contrato entre a CP e o consórcio formado pela Somafel, pela Société des Entreprises de Travaux Publics André Borie, e pela Société des Entreprises A. Déhé & Cie, e ainda a Somapre, para a Renovação Integral e Parcial de algumas linhas da Companhia. Com uma importante participação da indústria nacional, constituiu o maior investimento jamais realizado nos caminhos de ferro, com importâncias acima de um milhão de contos, privilegiando o eixo Lisboa – Braga e com a reaplicação de carris na rede secundária. A RIV-Renovação Integral da Via, executada posteriormente à eletrificação, acarretou a permanência de traçados que só nos anos 90 começaram a ser retificados, com as obras de modernização da Linha do Norte.
26.12.1968 - A primeira locomotiva English Eletric, da série 1800, chega a Lisboa. Perante o agravamento dos resultados de exploração, a necessidade de eliminar definitivamente a tração a vapor e o sucesso comercial das locomotivas 1400 adquiridas à English Eletric, a CP decide reforçar a aposta nas locomotivas diesel-elétricas e encomenda novamente à empresa inglesa um conjunto de 10 locomotivas com maior potência podendo atingir velocidades de 140 km/h. O conjunto das 10 locomotivas 1800 começou por ficar afeto ao Depósito do Entroncamento, a prestar serviço nas Linhas do Norte e da Beira Alta onde rebocaram o comboio internacional Sud Express. Terminaram a sua vida útil em 2002, sendo a 1805 preservada pela CP como património, e exposta no Museu Nacional Ferroviário.
01.01.1969 - É instituída a pensão de sobrevivência para os ferroviários beneficiários do regime geral, a Caixa constituída em 01.07.1955.
23.01.1969 - Para captar tráfego para o comboio Lisboa-Expresso TER, a CP e a RENFE decidem que se passe a incluir, a nível experimental durante março e abril, direito a almoço em trânsito sem acréscimo no preço dos bilhetes Lisboa-Madrid.
28.02.1969 - Contrato com a UTIC-União de Transportes para a Importação e Comércio Lda para a aquisição pela CP de 8 autocarros para o transporte de passageiros.
11.03.1969 - Despacho que aprova o projeto de construção de uma 3ª via entre as estações de Porto-Campanhã e Contumil.
20.03.1969 - O Conselho de Administração aprova a criação da categoria de Assistentes de Viagem, as hospedeiras para o percurso português do comboio internacional Lisboa-Expresso TER, a partir de 01.04.1969. Na campanha de desenvolvimento das relações ferroviárias entre Lisboa e Madrid, promovida pelas administrações ferroviárias ibéricas, o Conselho de Administração da CP, reconhece a vantagem de criar o serviço de hospedeiras para o comboio Lisboa-Expresso TER, com ligação diurna entre as duas capitais. As “Assistentes de Viagem” tinham o vencimento acrescido do abono estabelecido para os agentes com conhecimento de “línguas estrangeiras”. Além disso, quando em serviço nos comboios, beneficiavam de prémio de percurso igual ao do Fiscal de revisão de bilhetes. Na RENFE, as profissionais com a mesma função designadas de Azafatas.
27.03.1969 - Publicação do Decreto-lei nº 48.939 que desclassifica o Ramal do Seixal. A construção do ramal do ramal do Seixal foi incluída no plano da rede ferroviária ao sul do Tejo em 1898 com a designação de Ramal de Cacilhas, com o objetivo de ligar o Barreiro a Cacilhas. Considerado de elevada importância pelo tráfego de mercadorias que se previa, em particular o transporte de minérios, bem como a ligação direta de Lisboa com o Sado, a construção é autorizada em 1901 tendo que enfrentar várias dificuldades relacionadas com o traçado e diretriz da linha, servidões de pesca locais, obras de arte e o novo Arsenal da Marinha. Depois de vários adiamentos e alterações ao projeto inicial, em 29.07.1923, é aberto á exploração pública o troço entre o Lavradio e o Seixal. A ligação ferroviária até Cacilhas foi sendo adiada, os terrenos na zona do Alfeite não pareciam ser suficientemente estáveis, a exploração do troço em serviço apresentava fraco rendimento, justificado quer pela concorrência do transporte fluvial quer pelo horário praticados. Em 1969 o navio Alger, em serviço para a Siderurgia Nacional, embate na ponte ferroviária do Seixal, sobre o rio Coina, provocando danos que obrigam à suspensão do tráfego.
24.04.1969 - Para captar o tráfego de transporte de automóveis desmontados, normalmente feito por via marítima, a CP defere o pedido dos Caminhos de Ferro Alemães-DB, de estabelecer uma tarifa especial à firma Opel, no percurso Vilar Formoso a Lisboa-Santa Apolónia.
01.05.1969 - A assistência médica aos ferroviários é transferida para a Caixa da Previdência. Associado ao desenvolvimento da atividade ferroviária surgem os movimentos associativos com carácter mutualista e de proteção social vulgarmente conhecidas por caixas de aposentações e socorros. De iniciativa privado ou empresarial tinham como principais objetivos auxiliar os ferroviários e familiares em casos de doença, incapacidade para o trabalho ou morte. Pelo Decreto-lei nº 40.262, de julho de 1955, todas as caixas ferroviárias são reunidas numa só, surgindo a Caixa de Previdência dos Ferroviários, que assegura a proteção obrigatória na invalidez, velhice e, à família, em caso de morte, aos funcionários do “quadro”, excluindo assim o pessoal eventual que apenas tinha direito ao abono de família. Em 24 de abril de 1969 fora publicado o Alvará com um novo sistema de previdência e abono de família para os ferroviários da responsabilidade da Caixa Nacional de Pensões.
08.05.1969 - O Conselho de Administração homologa a criação do cartão Rail Europe Junior, com validade de 3 anos, para jovens com idade inferior a 21 anos e superior a 10 anos, que conferia a redução de 25% no preço dos bilhetes.
09.05.1969 - Contrato entre a CP e a Sofrerail para um estudo sobre a renovação e conservação da via, do material circulante, e regularização do traçado de curvas.
15.05.1969 - A CP apresenta ao GEPT-Gabinete de Estudos e Planeamento de Transportes Terrestres um pedido para eliminar as PN-Passagens de Nível manuais e substituí-las por automáticas, como medida de segurança do tráfego rodoviário logo que os comboios circulem a 150 Km/h.
04.06.1969 - Para fazer face à concorrência da camionagem na Região Sul, o Conselho de Administração aprova o estabelecimento de comboios em regime de excursão de Vila Real de Santo António, Tavira, Faro e Tunes para Lisboa.
31.07.1969 - A CP decide encerrar as linhas de reduzido tráfego.
01.08.1969 - Novas tarifas para o transporte ferroviário de passageiros. Em julho de 1969, para fazer face aos investimentos necessários para dar continuidade ao processo de renovação da rede ferroviária nacional - que se traduziram na renovação da via férrea, dieselização e eletrificação, novo material circulante, promoção social e profissional dos ferroviários entre outros - o Governo aprovou um aumento tarifário de forma a satisfazer os investimentos necessários. Para atenuar o aumento de preços do transporte de passageiros, a CP estudou e propôs modalidades tarifárias para situações particulares. Publicaram-se novas tarifas especiais que concederam, pela primeira vez na história do caminho de ferro em Portugal, descontos de 50% nos preços da Tarifa Geral para passageiros com idade superior ou igual a 65 anos, e ainda descontos para viagens de grupo e estudantes.
17.10.1969 - Inauguração do Centro de Formação do Entroncamento, complexo urbanístico englobando os edifícios da direção, escolar e residencial, um vasto empreendimento planificado em 3 fases, no seguimento da política de modernização de serviços, acompanhamento da evolução tecnológica e valorização do pessoal. A introdução do caminhos de ferro fez surgir novas profissões e exigir novos conhecimentos e formação técnica. Consciente da necessidade de formar mão-de-obra especializada, a CP criou infraestrutura e desenvolveu programas de formação que colmatassem as carências existentes no país bem como as suas próprias necessidades. Nos primeiros anos, as formações realizadas nas Escolas de Aprendizes estavam ligadas ao vapor; com a dieselização e o arranque da eletrificação incrementou-se a formação na área da eletricidade, não apenas para os serviços gerais como já acontecia antes, mas sobretudo para o material circulante.
01.11.1969 - As pensões de reforma e de sobrevivência dos ferroviários são integradas na Caixa Nacional de Pensões.
--.--.1969 - Ampiação do restaurante da estação de Lisboa-Santa Apolónia, inauguração do restaurante na estação do Entroncamento e de um snack-bar na estação de Porto-S. Bento.
--.--.1969 - Revisão do Acordo Coletivo de 1961. Apesar das tentativas de controlo das lutas ferroviárias, estas continuam e, no verão de 1969, milhares de ferroviários concentram-se em Lisboa para exigir da União dos Sindicatos Ferroviários a realização de uma Assembleia Geral para preparação de um novo Acordo Coletivo de Trabalho; fortemente reprimidas, mesmo assim conseguiram apoio mesmo de outros sectores de trabalho. Em outubro, perante vaga de protestos-paralisações, em particular nas oficinas mas também em estações e outros serviços, o governo decide iniciar as negociações para um novo Acordo Coletivo de Trabalho.
--.02.1970 - A CP apresenta ao Governo o plano de “Reconversão dos Caminhos de Ferro Portugueses – enunciado da política ferroviária“
09.04.1970 - É aprovada a criação do Serviço de Estudos Financeiros da CP.
15.04.1970 - Entrada em funcionamento das máquinas automáticas de bilhetes na estação do Rossio.
--.08.1970 - Entrada ao serviço do barco-navio da CP “Lagos”, no serviço de passageiros da travessia fluvial entre Lisboa e Barreiro.
--.11.1970 - Entrada ao serviço do barco-navio da CP “Alentejo”, no serviço de passageiros da travessia fluvial entre Lisboa e Barreiro.
13.04.1971 - É autorizado o encerramento da estação de Porto-S. Bento ao tráfego de mercadorias a partir de 01.08.1971.
16.04.1971 - Assinatura do contrato entre a CP e a Société d'Economie et de Mathématique Appliquées para a elaboração de estudos da organização da função informática e propostas para definição do Plano Geral de Automatização da Informação. Nos anos 40 do século XX a mecanografia é introduzida na CP, especialmente nas áreas relacionadas com o processamento de salários, serviços de faturação e inventários de armazéns, criando-se em 1949 o Serviço de Estatística e Mecanografia dependente da área financeira. Em 1967 introduziu-se o primeiro computador eletrónico dando-se início a uma nova fase de mecanização com o Serviço de Informática e Investigação Operacional, integrado no Departamento de Organização e Planeamento.
29.04.1971 - É autorizada a execução dos trabalhos de renovação integral da via da Linha do Norte.
26.05.1971 - Inauguração do primeiro Infantário da CP na sequência do desenvolvimento de medidas de apoio aos ferroviários, em particular ao crescente número de trabalhadoras com filhos pequenos, responsabilidade da Comissão dos Serviços Sociais Ferroviários. Localizado no edifício da Cantina da Calçada do Duque, destinava-se aos filhos dos funcionários da área de Lisboa, dos 2 meses aos 6 anos. Com capacidade para 50 crianças, o infantário disponha de 3 salas, um posto médico, duas cozinhas, uma lavandaria e área de recreio. Dirigido por uma Assistente Social, delegada do setor de Habitação e Cultura da CP, contava ainda com a colaboração de duas Educadoras de Infância, Pediatra, Auxiliar de Enfermagem e Pessoal auxiliar e de cozinha.
09.06.1971 - É aprovado o contrato de aquisição de 30 vagões «tremonha» duplos, para o transporte de balastro para a RIV-Renovação Integral da Via em curso, para serviço do Consórcio formado pela Cometna, CUF, L. Dargent Lda e Sorefame.
10.02.1972 - O Conselho de Administração aprova o estudo da rentabilidade da linha entre da Figueira da Foz e a Pampilhosa, elaborado pelo Departamento de Organização e Planeamento. No início dos anos 70, a CP põe em curso um vasto programa de reconversão e modernização dos caminhos de ferro portugueses. Do programa fez parte a continuidade aos trabalhos de renovação da via, por forma a possibilitar mais rapidez e conforto nas viagens, equilíbrio entre as receitas próprias e as despesas, adoção da exploração simplificada nas linhas de via única e reduzido tráfego através da adoção do sistema de “Exploração por Chefe de Linha” e “Comando Centralizado de Rádio”, bem como a elaboração de estudos sobre tráfegos reais em cada uma das linhas e ramais explorados.
07.03.1972 - É inaugurado um novo serviço “Expresso Postal” nas Linhas do Norte e do Douro, no âmbito do processo de reorganização e modernização do serviço de mercadorias que visava a concentração e especialização. Quando da introdução do caminho de ferro em Portugal, passou a ser obrigação das companhias ferroviárias transportar nos comboios a correspondência/correio e os funcionários dos Correios, dedicando aquelas parte do veículo de um comboio a essa função. A partir da década de sessenta do século XIX as companhias começaram a utilizar veículos próprios, as ambulâncias-postais – cada uma com carimbo próprio que a identificava - onde se processava, distribuía e recolhia nas estações e apeadeiros da rede e caixas de correio de última hora, em malas próprias, o correio.
16.03.1972 - O Conselho de Administração aprova o estudo da rentabilidade do Ramal de Reguengos, elaborado pelo Departamento de Organização e Planeamento que defende o seu encerramento por não se justificar a exploração.
16.03.1972 - O Conselho de Administração aprova o estudo da rentabilidade do troço Guimarães - Fafe, elaborado pelo Departamento de Organização e Planeamento, que defende o seu encerramento visto o volume de tráfego ser muito reduzido.
16.03.1972 - Representantes da CP e RENFE reúnem-se em Salamanca para alterar o horário do comboio Lusitânia Expresso e publicitar nas agências de viagens o comboio Lisboa-Expresso TER, para a captação de tráfego.
30.06.1972 - É celebrado um contrato entre a CP e MLW-Worthington Limited, para o fornecimento de 18 locomotivas diesel elétricas, a série 1900.
03.08.1972 - O Conselho de Administração aprova o projeto do programa de encerramento de linhas de reduzido tráfego, organizado pelo Departamento de Organização e Planeamento.
26.08.1972 - É suspenso o serviço ferroviário da Linha do Vouga, entre Aveiro e Viseu.
28.09.1972 - O Conselho de Administração autoriza a criação do Sector de Sondagens no Serviço de Planeamento a Médio e Longo Prazo, proposto pelo Departamento de Organização e Planeamento, para melhor conhecimento de dados de base para efeitos de estudos do planeamento e do controle das atividades da companhia, em especial no que toca à sua produção de transportes.
09.10.1972 - Publicado o Decreto-lei nº 381.172 que aplica às empresas concessionárias, subvencionárias e arrendatárias do serviço público de transportes ferroviários o Regime Jurídico do Contrato Individual de Trabalho.
21.12.1972 - O Conselho de Administração autoriza a adjudicação dos trabalhos de melhoria da sinalização da Linha de Sintra, 2ª fase, ao Groupement d’Études et d’Electrification de Chemins de Fer en Monophasé 50 Hz, ao abrigo das despesas do III Plano de Fomento.
11.01.1973 - O Conselho de Administração aprova o Regulamento Disciplinar da CP.
11.01.1973 - O Conselho de Administração aprova um prémio de produtividade a atribuir ao pessoal dos Grupos de Material e Oficinas.
13.03.1973 - Publicação do Decreto-lei nº 104/73 que autoriza o Ministro das Comunicações a estabelecer novo contrato de Concessão com a CP.
23.08.1973 - Inauguração do serviço “Auto-Expresso” entre Lisboa e Porto.
31.08.1973 - Aprovados os novos Estatutos da CP.
29.11.1973 - A CP, por dificuldades de mão-de-obra para efetuar os trabalhos de reparação e conservação do parque de material circulante, entrega à indústria privada especializada os trabalhos de conservação e reparação da frota naval utilizada na travessia do Tejo, a ligação entre Lisboa e o Barreiro. A exploração das linhas ferroviárias do Sul e Sueste pela CP, por arrendamento desde 1927, levou a que a ligação fluvial para o Barreiro passasse a ser também assegurada. Deste modo, além de Marinheiros que passaram a fazer parte do quadro do pessoal ferroviário, foi também necessário adaptar as oficinas para trabalhos de reparação e conservação dos barcos. Nos anos 30, para responder à crescente procura e às necessidades de modernização da frota, a CP adquire a primeira unidade fluvial portuguesa movida a diesel, o barco Évora, que permitiu maior rapidez na viagem e conforto aos passageiros.
--.--.1973 - Chegada das locomotivas diesel adquiridas no Canadá à MLW Industries, de Montreal, da série 1550 a 1570, para uso em comboios de longo curso, designadamente na linha da Beira Alta.
11.04.1974 - É aprovada a aquisição de 20 UDD-Unidades Duplas Diesel de via larga, posterior série 600, e de 16 de via estreita, a série 9600, a adjudicar, respetivamente, à Sorefame e à Alsthom.
18.04.1974 - É autorizada a vinda a Portugal do comboio «Speno» para correção do desgaste ondulatório dos carris na Linha de Sintra.
06.06.1974 - A pedido dos Sindicatos ferroviários é constituída uma Comissão de Saneamento para inspecionar os arquivos, analisar documentos e apreciar a gestão da Companhia.
26.06.1974 - O engº Walter Ruivo Gomes Rosa assume funções de Presidente da Comissão Administrativa da CP.
23.12.1974 - É aprovado em plenário dos trabalhadores ferroviários o caderno reivindicativo para o futuro ACT-Acordo Coletivo de Trabalho.
05.04.1975 - Os ferroviários, em plenário no Pavilhão dos Desportos de Lisboa, reivindicam a nacionalização da CP e outras empresas de transportes.
16.04.1975 - Publicação do Decreto-lei nº 205-B/175 que nacionaliza a CP.
24.04.1975 - É negociado o 1º Acordo Coletivo de Trabalho entre a CP e os seus trabalhadores, após o 25 de Abril.
04.10.1975 - O engº José Augusto Fernandes é designado Presidente da Comissão Administrativa da CP, cargo que exerce até 06.01.1976, data em que é nomeado Ministro dos Transportes e Comunicações.
17.12.1975 - Decreto-lei nº 701-D/75, visando a coordenação das atividades dos transportes fluviais do Tejo, cria a empresa pública Transtejo e para ela transfere os bens e serviços efetuados até à data pela CP.
05.02.1976 - O Engº Amílcar José Gouveia Marques é nomeado Presidente da Comissão Administrativa da CP. Na sequência da publicação dos novos estatutos, em 28.06.1977, o cargo passou a designar-se Presidente do Conselho de Gerência.
21.05.1976 - É instituída a Federação dos Sindicatos Ferroviários, com sede em Lisboa, associação que reúne todos os sindicatos ferroviários existentes. Após o “25 de Abril” assistiu-se à reconfiguração do setor sindical com a dissolução dos sindicatos corporativos.
24.05.1976 - Abertura à exploração ferroviária da nova ponte sobre o Cávado, na Linha do Minho, entre Midões e Barcelos.
16.06.1976 - Assinatura do novo Acordo Coletivo de Trabalho, em resultado de negociações da CP com os sindicatos representantes dos seus trabalhadores.
20.08.1976 - Despacho nomeando uma Comissão de Inquérito às condições de segurança da exploração ferroviária.
26.09.1976 - Eletrificação do Ramal de Tomar, permitindo comboios diretos entre Tomar e Lisboa.
13.12.1976 - Fim do contrato de arrendamento e exploração da Linha de Cascais pela Sociedade Estoril. Em 1918 a CP abrira concurso para o arrendamento do Ramal de Cascais, atribuído à Sociedade Estoril com a condição da sua eletrificação.
01.01.1977 - Lançado o sistema de classe única nos comboios suburbanos entre Lisboa-Rossio e Sintra, Barreiro e Praias do Sado e Cais do Sodré a Cascais.
25.03.1977 - Aprovados os novos estatutos da CP Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, SARL, que passa a denominar-se Caminhos de Ferro Portugueses, E. P.
25.03.1977 - Fim do vapor em via larga, assinalado com um comboio especial rebocado pela locomotiva a vapor CP 0187, entre o Porto e Nine, na sequência do processo de modernização da CP, iniciado no final da década de 40 com a introdução da tração diesel, e da eletrificação na década de 50.
--.05.1977 - Adesão da CP ao sistema de “Passe Social” nas Linhas de Cascais, Sintra e Barreiro a Praias de Sado. O “passe social”, que repartia o tarifário entre os vários operadores de transportes, definiu o território urbano de Lisboa em 3 coroas, num desenho e opções tarifárias mais acessíveis ao público.
01.07.1977 - A CP adere à “Tarifa Comum Internacional para o transporte de volumes em regime expresso” .
29.11.1977 - Em cumprimento do Decreto-lei nº 353/C77 de 28.08, a CP entrega ao Governo uma proposta de Acordo de saneamento financeiro.
-- .02.1978 - Lançamento de duas novas circulações rápidas na Linha do Norte, entre Lisboa-Santa Apolónia e Porto-Campanhã: o “Cidade Invicta” e o “Sete Colinas”, com um tempo de percurso de três horas e meia.
04.03.1978 - É formado o Sindicato dos Maquinistas-SMAQ.
31.08.1978 - É nomeado interinamente como Presidente do Conselho de Gerência da CP o dr. Luís Manuel Cidade Pereira de Moura, em substituição do engº Amílcar José Gouveia Marques que assumira o cargo de Ministro.
-- . --. 1978 - Adotado o freio de ar comprimido nos comboios internacionais e nos rápidos Lisboa-Porto.
--.11.1979 - É construído o Sindicato dos Revisores e Condutores-SNTR.
02.09.1979 - Introdução de três serviços rodoviários de passageiros na Linha do Sabor, em substituição de alguns comboios.
30.01.1980 - O edifício da antiga Escola Profissional António Vasconcelos Correia, para formação profissional de maquinistas e fogueiros, em Campolide, traço do arquiteto da CP Cottinelli Telmo, inaugurado em 1934, é vendido à Camara Municipal de Lisboa. Em 1925 um grupo maquinistas afetos ao Depósito de Campolide decidiu formar uma associação com o objetivo de incentivar e desenvolver a formação dos seus associados. Surge assim, o Grupo Instrutivo e Ferroviário de Campolide, ou Escola Profissional de Pessoal de Locomotivas, instalado num pequeno edifício no Bairro da Liberdade. Oferecendo ainda aulas de instrução primária, noturnas para adultos e diurnas para crianças, biblioteca, caixa escolar e posto médico, tornou-se necessário aumentar as instalações, consubstanciadas na Escola.
15.02.1980 - O Engº José Ricardo Marques da Costa é nomeado Presidente do Conselho da Gerência da CP.
06.08.1980 - O Conselho de Gerência da CP autoriza a adjudicação dos trabalhos de conceção e construção do Posto de Manutenção de Material Circulante na estação de Lisboa-Santa Apolónia, à firma Carlos Eduardo Rodrigues Lda.
01.10.1980 - Despacho conjunto dos Ministros dos Transportes e Comunicações e das Finanças e Plano (vidé o nº 1118/80 da Secretaria de Estado do Tesouro de 30.10.1980) aumenta o capital social da CP com vista ao seu saneamento financeiro.
13.05.1981 - Aprovada a remodelação da estação da Figueira da Foz.
07.10.1981 - Comemoração do centenário da ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid, via Ramal de Cáceres.
14.10.1981 - Concurso para adjudicação da nova ponte D. Amélia na Linha de Vendas Novas.
04.11.1981 - Alterada a designação social da Ferbritas para Ferbritas, Empreendimentos Industriais e Comerciais, Lda.
--.12.1981 - Constituído o Sindicato Nacional dos Ferroviários da Estação-SINAFE.
--.12.1981 - Constituído o Sindicato dos Escritórios e Serviços-SINFESE.
07.02.1982 - Greve de 24 horas na CP.
12.02.1982 - Greve geral da CP, contra a política do Governo pelo Acordo de Empresa.
15.03.1982 - Dado o número cada vez mais reduzido de clientes na “Farmácia da CP”, na estação de Lisboa-Santa Apolónia, o Conselho de Gerência decide o seu encerramento e a requalificação dos funcionários.
15.05.1982 - Greve geral da CP contra a política do governo AD, desnacionalizações e dissolução da polícia de intervenção.
05.11.1982 - O Dr. António José de Barros Queirós Martins é nomeado Presidente do Conselho de Gerência da CP.
10.11.1982 - Aprovado contrato com o Arquiteto Tomás Taveira para a remodelação da estação ferroviário do Cais do Sodré.
30.12.1982 - Contrato com a Sorefame e a Alsthom para a aquisição 9 locomotivas elétricas.
03.02.1983 - Decreto-lei nº 63/83, aprova as medidas necessárias ao saneamento económico-financeiro da CP.
29.03.1983 - Sindicatos ferroviários não aceitam a requisição civil e iniciam greve.
09.04.1983 - É desconvocada a greve da CP, após 11 dias de paralisação.
23.05.1983 - Aprovada a adjudicação das obras de ampliação da estação ferroviária do Estoril à firma Joaquim Leitão.
23.06.1983 - Aprovado o bilhete “Cheque Trem” para os Clientes da CP, a exemplo de outras redes ferroviárias.
--.10.1983 - A CP apresenta ao Ministro o seu Plano Estratégico de Recuperação Económica e Financeira-PEREF para o período de 1984 a 1988.
15.02.1984 - Resolução do Conselho de Ministros nº 10/84 atribuindo à CP a verba de 6 milhões de contos a título de apoio financeiro do Estado.
19.04.1984 - Despacho do Ministro do Equipamento Social que autoriza o financiamento da construção da nova ponte de Cacia sobre o rio Vouga, na Linha do Norte, através do FETT-Fundo Especial de Transportes Terrestres.
--.--.1985 - Ramal do Montijo: inexistência de circulações de passageiros, apesar de continuar citada no índice dos horários oficiais até ao do Inverno de 1987/1988. No Relatório e Contas da CP de 1989 refere-o com a circulação suspensa.
05.09.1985 - Decreto-lei nº 361/85 que estabelece disposições relativas à consolidação e regularização das dívidas da CP às instituições de crédito e ao Fundo Especial de Transportes Terrestres, contraídas até 31.12.1984.
25.09.1985 - Assinatura do contrato programa entre o Estado e a CP para o triénio 1985-1988, clarificando as relações entre a CP e o Estado, mediante a explicitação das obrigações mútuas assumidas pelas partes.
02.10.1985 - Decreto-lei nº 387/85 que estabelece as condições de consolidação das dívidas da CP ao Estado, instituições de segurança social, Fundo de Desemprego e empresas públicas não financeiras.
15.04.1986 - O Engº João Nolasco Boulain de Carvalho Carreira é nomeado Presidente do Conselho de Gerência da CP.
15.05.1986 - Encerramento do troço Guimarães-Fafe.
09.10.1986 - Deliberação do Conselho de Gerência criando o projeto CONVEL-sistema de Controle Automático de Velocidade para monitorizar a velocidade do veículo em que é instalado, e que o frena quando é incumprida a sinalização e/ou a velocidade permitida.
20.11.1986 - O Conselho de Gerência aprova o protocolo CP-EDP com vista à viabilização do projeto de instalação da Central térmica do Pego.
11.12.1986 - Contrato entre a CP e a Sistel e Autophon relativamente ao estudo, fornecimento, instalação e colocação em serviço de um sistema de comunicação rádio solo-comboio para as Linhas de Sintra e Cintura.
23.12.1986 - Contrato com a Sorefame para a aquisição de 7 automotoras, Unidades Duplas Diesel-UDD, de via estreita.
--.--.1986 - Greve de 38 dias na CP, pelo cumprimento do protocolo sobre Regulamento de Carreiras.
29.04.1987 - O Conselho de Gerência aprova o “Plano a Médio Prazo 1987-1991” a apresentar ao Governo, para dinamização da ação comercial e de investimentos para a melhoria dos serviços.
--.--.1987 - Ramal de Mora sem circulações de passageiros, segundo o horário de inverno 1987/1988; e encerramento definitivo em 1989.
--.--.1987 - Ramal de Montemor sem circulações de passageiros, pois já não consta do horário de inverno 1987/1988; suspenso segundo o Relatório e Contas de 1989.
20.08.1987 - Decreto-lei 315/87, constitui o Gabinete do Nó Ferroviário de Lisboa.
--.--.1987 - Inauguração da eletrificação no Ramal de Alcântara
--.--.1987 - Início do serviço Alfa entre Lisboa e Porto-Campanhã, com carruagens Corail, rebocado por locomotivas da série 2600, que atingem a velocidade máxima de 160 km/h.
17.02.1988 - Greve na CP pela negociação do Acordo de Empresa, outras a 22 e a 29.02.
19.02.1988 - O Conselho de Ministros aprova o Plano de Modernização e Reconversão dos Caminhos de Ferro 1988-94, coordenado pelo engº Raul Vilaça Moura da Direção de Planeamento da CP, e Ministro da Tutela engº João de Oliveira Martins, com a colaboração dos Gabinete do Nó Ferroviário do Porto-GNFP e Gabinete do Nó Ferroviário de Lisboa-GNFL. Após longo período de pouco investimento preconiza a recuperação do serviço público ferroviário, a dinamização comercial, a racionalização de custos e aumento de segurança, para aproximar a exploração ferroviária dos padrões europeus.
17.03.1988 - Greve geral na CP, a que se seguiu outra a 28.03.
29.05.1988 - Início do serviço Intercidades, entre Lisboa e Braga, com locomotiva diesel e vagão gerador entre o Porto e Braga para garantir o ar condicionado às carruagens “corail”.
29.05.1988 - Serviço de passageiros na Linha do Sabor totalmente assegurado por autocarros até 25 de setembro seguinte, quando deixa de constar do horário oficial. O serviço da CP nesta linha é dado como suspenso no Relatório e Contas de 1989.
25.09.1988 - Comboios Intercidades entre Porto-S. Bento e a Régua.
19.10.1988 - Encerramento do troço Pocinho-Barca de Alba.
--.--.1988 - Suspensa a exploração ferroviária da Linha do Dão.
15.12.1988 - A Resolução do Conselho de Ministros-RCM nº 52/88 adota a bitola de 1,44m em matéria de linhas ferroviárias para alta velocidade, usada na quase totalidade dos países da Comunidade Europeia, em detrimento da bitola ibérica de 1,67m.
20.01.1989 - Greve na CP, de 24 horas, em convergência com o Sindicato Nacional dos Ferroviários da Estação (SINAFE), pelo pacote laboral, Acordo de Empresa, Regulamento de Carreiras, escalas de serviço e redução da idade de reforma.
28.05.1989 - Entra ao serviço, em substituição do comboio TER, uma composição tipo Talgo III, assegurando a nova ligação diurna Madrid- Lisboa, conhecido por Luís de Camões.
01.01.1990 - Suspenso o tráfego em: Ramal de Valença a Monção; Linha do Tâmega entre Amarante e Arco de Baúlhe; Linha do Corgo entre Vila Real e Chaves; Linha do Vouga entre Sernada e Viseu; Ramal de Sines entre Bifurcação de Sines e Sines-cidade; Évora-Vila Viçosa, só a passageiros, com o fim da exploração em 2009; Estremoz-Portalegre Estação, só a passageiros, com o fim de exploração em 2009; Ramal de Reguengos; Évora-Estremoz, desativado em 2011.
17.03.1990 - Lei de Bases do Sistema de Transportes Terrestres, que revoga a Lei nº 2008 de 07.09.1945.
17.04.1990 - Assinatura de contrato de aquisição de 42 UQE-Unidades Quádruplas Elétricas, destinadas ao serviço suburbano da Linha de Sintra.
--.--.1990 - Conclusão da renovação integral da via na Linha do Oeste.
--.—1990 - Suprimida a 1ª classe na via fluvial.
--.—1990 - Início do serviço de Intercidades entre Barreiro, Beja e Évora.
15.04.1991 - O Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações aprova o Plano de Modernização proposto pela CP, para a Linha do Norte.
24.06.1991 - É inaugurada a nova travessia do Douro, entre Gaia e o Porto, pela Ponte S. João, ultrapassando as limitações de velocidade de 20km/h, carga de 16 t por eixo e 3,8 t por metro da ponte Maria Pia. A estrutura em betão armado pré-esforçado, com 1028,8 m de comprimento, em via dupla, foi a quarta ponte sobre o Douro projetada pelo engº Edgar Cardoso e também o seu último grande trabalho, obra prima da engenharia portuguesa, que apresenta o maior vão de betão do mundo.
29.07.1991 - Diretiva Comunitária 440/91 sobre política ferroviária que preconiza a separação da gestão da exploração de comboios da gestão da infraestrutura.
--.09.1991 - Constituída a STIFA-Sociedade de Transporte Internacional Ferroviário de Automóveis, S. A.
12.12.1991 - Constituída pela CP a empresa TEX-Transporte de Volumes Expresso Ldª.
03.04.1992 - O Conselho de Ministros aprova a construção do tabuleiro ferroviário na ponte sobre o Tejo em Lisboa.
03.04.1992 - Início do serviço de fim-de-semana Algarve-Porto-Algarve, denominado “Comboio Azul”, para dar resposta a deslocações regulares de fim-de-semana entre o Algarve, o Alentejo e o Norte. Com origem em Vila Real de Santo António, pela linha do Alentejo, via Vendas Novas, até ao Porto demorava mais de 9 horas. Desde 9 de julho de 2006, o comboio circulou entre Faro e o Porto com passagem por Lisboa, via Ponte 25 de Abril, terminando em 20 de abril de 2007.
05.06.1992 - Abertura à exploração pública do novo apeadeiro de Lisboa-5 de Outubro.
20.06.1992 - Publicação do Decreto-lei nº 116/92 que altera os Estatutos da CP, estabelecendo o regime de subconcessão de exploração de transportes ferroviários em certas linhas.
--.06.1992 - Decreto-lei nº 116/92 que estabelece uma nova nomenclatura para as linhas e ramais da rede ferroviária nacional.
16.07.1992 - Entrada ao serviço das PN (passagem de nível) automáticas com energia solar, no Alentejo, alimentadas por painéis fotovoltaicos, com células de silício policristalino com capacidade de armazenamento de energia. Num período em que as questões ambientais e a utilização de energias renováveis passaram a fazer parte da “ordem do dia”, o projeto que começou por ser aplicado na Linha de Leste - apeadeiro de Arronches, teve comparticipação do programa Valoren da União Europeia.
14.10.1992 - Retirada, por via rodoviária, do material circulante ferroviário da estação de Bragança.
10.11.1992 - Pelo Despacho conjunto nº A-58/92-XII (Finanças) é constituído um grupo de trabalho encarregado de analisar as relações financeiras entre o Estado e a CP, isto é, propor as medidas necessárias, nomeadamente de natureza financeira, que possam garantir um desenvolvimento sustentado do transporte ferroviário. Tal envolverá, em particular, a manutenção e modernização da rede de infraestruturas ferroviárias, mas também o desenvolvimento e a progressiva privatização dos transportes ferroviários; propor o quadro institucional que assegure a prossecução dos objetivos enunciados e que estabeleça claramente a intervenção do Estado no domínio do transporte ferroviário.
11.11.1992 - Com o objetivo de explorar a ligação fluvial entre Lisboa-Terreiro do Paço e o Barreiro – concessão renovada pelo artº 3.º do Decreto-lei 116/92, de 20 de Junho, à CP - esta e a TEX fundaram a Soflusa-Sociedade Fluvial de Transportes S. A.
30.11.1992 - Entrada ao serviço das UQE-Unidades Quádruplas Elétricas na Linha de Sintra, contribuindo para o aumento da qualidade, conforto e segurança dos passageiros. Construídas pelo consórcio Sorefame-Siemens, na Amadora, foram os primeiros veículos elétricos em Portugal com motores trifásicos e indicadores de destino no exterior e de próxima paragem no interior.
09.12.1992 - A CP, na sequência da diretiva comunitária 440/91, procedeu à criação da EMEF-Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário S. A., com início da atividade em janeiro seguinte.
21.12.1992 - Contrato entre a CP e o consórcio Alcatel Portugal-Alcatel SEL AG, para fornecimento e instalação de um sistema de sinalização eletrónica para a Linha de Sintra.
20.02.1993 - Início da exploração do Transibérico: ligação de mercadorias Leixões-Lisboa-Barcelona.
01.03.1993 - Criação do passe combinado CP-Carris.
15.03.1993 - Entrada ao serviço do CONVEL-sistema de Controle Automático de Velocidade dos comboios nas Linhas de Sintra e Cintura.
01.04.1993 - Criação do passe combinado CP-Metro.
17.04.1993 - Inauguração do Lar dos Ferroviários no Entroncamento.
07.05.1993 - Assinatura do protocolo entre a CP e a INVESFER, que estabelece o quadro institucional para o desenvolvimento de ações de valorização do património imobiliário da CP.
01.06.1993 - A exploração da via fluvial passou para a empresa Soflusa.
01.06.1993 - Suprimido o tráfego de mercadorias em “regime de detalhe”.
08.07.1993 - O Engº João Pedro Dias Alves é nomeado Presidente do Conselho de Gerência da CP.
--.07.1993 - Abertura á exploração pública da nova estação da Amadora.
--.09.1993 - Abertura à exploração pública do Ramal do Louriçal, na Linha do Oeste.
06.10.1993 - Entrada ao serviço do sistema CONVEL-sistema de Controle Automático de Velocidade dos comboios, na Linha do Norte, entre Lisboa-Santa Apolónia e o Entroncamento.
08.10.1993 - Assinatura do contrato para a duplicação da via entre Ermesinde e Valongo na Linha do Douro.
23.11.1993 - Deliberação do Conselho de Gerência da CP nº 23/93: na sequência da reestruturação da CP para melhor enfrentar os futuros desafios da concorrência, foi posta em prática uma política de descentralização e desburocratização nalgumas áreas, iniciada em Lisboa com a criação das Unidades de Negócio “Suburbano Norte de Lisboa-Sintra-LSI” e “Suburbano de Cascais-LCC”.
11.12.1993 - Abertura à exploração do interface CP-Metropolitano de Lisboa, em Entrecampos.
23.12.1993 - O Conselho de Ministros aprova a criação de um Gabinete de Gestão de Obras para a instalação do caminho de ferro na Ponte 25 de Abril.
--.--.1993 - Início da aplicação do Decreto-lei nº 261/91 – regime da pré-reforma - dirigido a trabalhadores com idades iguais ou superiores a 55 anos até 1995.
22.12.1994 - O Dr. António Brito da Silva é nomeado presidente do Conselho de Gerência da CP.
--.12.1994 - Abertura à exploração pública da nova estação de Benfica.
26.01.1995 - A Portaria nº 41-A/95 promove o equilíbrio financeiro da concessão, conceção, projeto, construção, financiamento e exploração da nova travessia sobre o Tejo, em Lisboa.
26.01.1995 - Concurso público internacional no âmbito da Comunidade Europeia, para a empreitada de construção da estação e novas oficinas de manutenção em Contumil.
--.01.1995 - Início dos trabalhos de quadruplicação da Linha do Norte, entre Lisboa e Azambuja.
02.03.1995 - Assinatura dos protocolos para a construção da plataforma Intermodal da Zona Oriental de Lisboa-Gare do Oriente.
16.03.1995 - Inauguração da tração elétrica no Ramal do Pego.
07.05.1995 - Abertura à exploração pública do Lusitânia Comboio Hotel que faz a ligação Madrid-Lisboa e substitui os comboios Talgo e Lusitânia Expresso.
--.06.1995 - Abertura à exploração pública da nova estação de Alverca.
13.07.1995 - Assinatura do protocolo para a elaboração do projeto de viabilidade económica para reconversão da Linha do Vouga, entre Aveiro e Águeda, em metro de superfície.
28.07.1995 - Inauguração do Metro de superfície em Mirandela.
04.08.1995 - UTE-Unidades Triplas Elétricas passam a circular entre Coimbra (Cidade) e Figueira da Foz.
--.08.1995 - Abertura à exploração pública do interface CP-Metro, em Sete Rios.
05.09.1995 - Abertura à exploração pública do terminal rodo-ferro-fluvial do Barreiro.
15.09.1995 - Abertura à exploração pública da via dupla entre Ermesinde e Valongo: início da duplicação da linha do Douro.
24.09.1995 - Publicação do decreto que cria a Divisão de Segurança da CP e Metro.
--.09.1995 - Abertura á exploração pública da nova estação de Azambuja.
12.12.1995 - A CP adere ao sistema Galileo que permite às agências de viagem o acesso informatizado às reservas de lugares.
23.12.1995 - Encerramento da exploração ferroviária do Ramal de Famalicão.
07.02.1996 - Assinatura do contrato entre a CP e a FIAT Ferroviária para aquisição de dez comboios pendulares para a Linha do Norte.
23.07.1996 - Entrada ao serviço dos sistemas de sinalização automática e de telecomunicações entre Pampilhosa e Vilar Formoso.
19.12.1996 - O Dr. Manuel Alcindo Antunes Frasquilho é nomeado Presidente do Conselho de Gerência da CP
10.01.1997 - Início do serviço de exploração com tração elétrica entre Mangualde e Guarda.
28.04.1997 - Início do serviço de exploração com tração elétrica entre Guarda e Vilar Formoso.
29.04.1997 - Decreto-lei nº 104/97 institui a criação da empresa responsável pelas gestão das infraestruturas ferroviárias, a REFER.
26.05.1997 - O dr. António J. Borrani Crisóstomo Teixeira é nomeado Presidente do Conselho de Gerência da CP.
28.07.1997 - Publicada a Portaria nº 565-A/97, que regula o procedimento de concurso público internacional para adjudicação, em regime de subconcessão, da exploração do serviço de transporte ferroviário suburbano de passageiros no Eixo Norte-Sul da região de Lisboa, com extensão até Setúbal.
06.11.1997 - O Conselho de Administração da CP aprova o novo organigrama geral que implementa uma organização mais flexível compatibilizando a descentralização operacional e comercial assente em Unidades de Negócio.
05.12.1997 - Entrada em atividade do Posto de Comando Centralizado de Circulação-CCC da Pampilhosa.
18.12.1997 - O Conselho de Gerência delibera cessar, com caráter definitivo, os trabalhos de manutenção da EMEF nas Oficinas da Figueira da Foz.
14.02.1998 - Encerramento do troço Trofa-Lousado-Santo Tirso para obras de reconversão em via larga da Linha de Guimarães, após comboio especial que simbolizou ali a última viagem em via estreita, pois estas ainda continuaram, temporariamente, entre Guimarães e Santo Tirso.
--.01.1998 - Apresentação da USGL-Unidade de Suburbanos da Grande Lisboa à estrutura técnica da CP.
15.03.1998 - A Linha de Cascais é integrada na USGL-Unidade de Suburbanos da Grande Lisboa.
29.04.1997 - Pelo Decreto-lei nº 104/97 foi criada a REFER-Rede Ferroviária Nacional, responsável pela gestão das infraestruturas ferroviárias.
30.04.1998 - Constituição da USGP-Unidade de Suburbanos do Grande Porto.
18.05.1998 - Inauguração da Gare Intermodal de Lisboa-GIL.
18.06.1998 - Constituição da UVIR-Unidade de Viagens Interurbanas e Regionais.
01.07.1998 - Integração da Linha da Azambuja na USGL.
29.09.1998 - Decreto-lei nº 299-B, cria o Instituto Nacional de Transporte Ferroviário-INTF que iniciou as funções de regulação, supervisão e desenvolvimento do sector ferroviário em 23.11 seguinte.
19.08.1998 - O Ministério das Finanças e do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território publica o Despacho conjunto nº 731/98 anunciando a decisão do concurso internacional para a concessão do serviço de transporte ferroviário de passageiros no Eixo Norte-Sul, atribuído à Fertagus-Travessia do Tejo, Transportes, S.A, com contrato celebrado em 22 de junho do ano seguinte.
--.--.1998 - Eletrificação do Ramal de Leixões.
30.04.1999 - Entrada em atividade do posto de Comando Centralizado de Circulação-CCC em Campolide.
30.06.1999 - Viagem inaugural entre Porto e Lisboa do comboio Alfa-Pendular, com serviço comercial iniciado no dia seguinte entre Lisboa e o Porto.
17.07.1999 - Entrada ao serviço na Linha de Cascais das UTE-Unidades Triplas Elétricas.
22.06.1999 - Estado português celebrou um contrato de concessão para a exploração do serviço de transporte ferroviário suburbano de passageiros no eixo Ferroviário Norte-Sul com a concessionária Fertagus-Travessia do Tejo, Transportes, S. A.
29.07.1999 - Inauguração da travessia ferroviária na ponte 25 de Abril, e entrada ao serviço do Eixo Ferroviário Norte-Sul. Projetada para transporte rodoviário e ferroviário a ponte sobre o Tejo foi inaugurada em agosto de 1966 apenas para transporte rodoviário. Em 1996 inicia-se o projeto para a instalação do transporte ferroviário, através da colocação de um tabuleiro inferior. A solução estrutural adotada contemplou a beneficiação geral da ponte, com o alargamento do tabuleiro para o tráfego rodoviário bem como o reforço geral de toda a estrutura.
16.08.1999 - O comboio Alfa Pendular da CP iniciou o serviço comercial, pela ponte 25 de Abril, entre o Pragal e Porto-Campanhã.
--.09.1999 - Constituição da UMAT- Unidade de Material e Tração.
26.09.1999 - Entrada ao serviço na Linha do Sado das Unidades Triplas Diesel-UTD 600.
26.09.1999 - Entrada ao serviço nos suburbanos de Azambuja das UQE-Unidades Quádruplas Elétricas, de dois pisos.
--.09.1999 - Conclusão da quadruplicação da via entre Benfica e Amadora, na Linha de Sintra.
--.09.1999 - A linha do Douro até Cête passou a ser servida por automotoras elétricas.
17.01.2000 - Início do serviço “Especial Conforto” na Linha de Sintra: dois comboios semidirectos que ligam Sintra a Lisboa-Rossio.
01.03.2000 - Inauguração da articulação intermodal entre a rodovia e a ferrovia servindo Caxarias, Ourém e Fátima.
28.05.2000 - Início da ligação em UQE-Unidade Quádrupla Elétrica entre Cacém e Alverca.
--.10.2000 - Conclusão da ligação em tração elétrica entre os principais portos do país: Sines, Setúbal, Lisboa e Leixões.
19.12.2000 - Constituída pelo Decreto-lei nº 323-H/2000, a RAVE-Rede Ferroviária de Alta Velocidade, S. A., empresa portuguesa com a missão de desenvolver e coordenar os trabalhos e estudos necessários para a formação de decisões de planeamento e construção, financiamento, fornecimento e exploração de uma rede de alta velocidade a instalar em Portugal com ligação á rede espanhola.
28.01.2001 - Início da ligação entre Vila Franca de Xira e Alcântara-Terra com UQE-Unidades Quádruplas Elétricas.
14.11.2001 - Assinatura do protocolo entre a Refer e as Câmaras Municipais de Valença e Monção para a construção da primeira ecopista – o projeto de requalificação de vias desativadas.
22.11.2001 - Apresentação, nas oficinas da Sorefame, dos protótipos das 34 automotoras elétricas UME-Unidades Múltiplas Elétricas, adjudicadas ao consórcio Siemens-Bombardier, destinadas ao serviço urbano do “Grande Porto”. De configuração articulada, com sistemas de indicadores de destino interiores e exteriores, videovigilância, ar condicionado e instalação sonora, sem produção de gases com efeito de estufa e baixa emissão de ruído, em termos ambientais permitem também recuperar energia na frenagem, contribuindo para uma exploração mais ecológica e económica, aumentado a qualidade e conforto do serviço.
15.02.2002 - Encerramento da Linha da Póvoa do Varzim, que passou para a alçada da Metro do Porto.
16.02.2002 - Entrada em funcionamento da Estação de Roma-Areeiro, em Lisboa.
29.04.2002 - Inauguração da nova Estação da Guarda.
19.05.2002 - A quadruplicação da Linha de Sintra chega até à estação de Queluz-Massamá, estação que passou a designar-se de Monte Abraão.
14.06.2002 - Inauguração da nova estação de Rio de Mouro, na Linha de Sintra.
16.06.2002 - Os comboios regionais do eixo Tunes-Lagos e dos ramais de Vendas Novas e Cáceres passam a dispor de classe única.
26.06.2002 - Contrato entre a CP e a SOMINCOR para o transporte de minério da mina de Neves Corvo.
13.07.2002 - O regime de classe única passa a vigorar no serviço Regional da Linha do Oeste.
30.08.2002 - Reinício do serviço de comboios na Linha do Vouga, após a conclusão das obras de conservação na ponte sobre o Vouga em Sernada.
15.12.2002 - Início do serviço Intercidades Lisboa-Leiria.
18.05.2003 - Em contexto da modernização e eletrificação da linha entre o Porto e Guimarães e Porto e Braga, foi inaugurada a Secção Museológica de Lousado-Museu Ferroviário, após obras de remodelação, adaptação e beneficiação das antigas oficinas do Caminho de Ferro de Guimarães.
24.07.2003 - Inauguração do serviço direto Intercidades entre Faro e Lisboa-Oriente, com tração diesel, pela ponte 25 de Abril.
29.09.2003 - O engº Ernesto Martins de Brito é nomeado presidente do Conselho de Gerência da CP, cargo que exerce até 24.09.2004.
11.11.2003 - Início da comercialização do passe combinado CP-Soflusa, o COMBI 1+1.
19.01.2004 - Reabertura da Linha de Guimarães após obras de modernização e eletrificação.
16.04.2004 - Restabelecida a ligação entre a Covilhã e a Guarda, suspensa desde agosto de 2003 para obras de beneficiação.
16.04.2004 - Entrada ao serviço dos novos sistemas de sinalização, telecomunicações e CONVEL- Controle Automático de Velocidade dos comboios entre Tunes e Lagos, na Linha do Algarve.
21.04.2004 - Reabertura do troço Lousado-Nine, da Linha do Minho, e do Ramal de Braga, após obras de eletrificação e duplicação em via larga.
06.06.2004 - Início do serviço Alfa Pendular (AP) entre Lisboa-Oriente e Faro, e dos comboios Intercidades com tração elétrica. Em 30 de maio passado realizara-se uma viagem em AP, entre Braga e Faro (Eixo Atlântico), com a presença do 1º Ministro.
17.06.2004 - Contrato entre a CP e o governo da Argentina para a venda de 17 unidades automotoras UDD 9600.
10.06.2004 - Inauguração do troço de caminho de ferro Fogueteiro-Setúbal.
27.09.2004 - O dr. António Manuel Palma Ramalho inicia funções como Presidente do Conselho de Gerência da CP.
22.10.2004 - Encerramento, para obras, do túnel do Rossio.
29.11.2004 - Abertura da estação de Meleças na Linha de Sintra.
03.12.2004 - A CP institui a figura do Provedor para o Cliente com deficiência.
16.07.2005 - Inauguração das obras de eletrificação da Linha da Beira Baixa, entre Mouriscas e Castelo Branco.
25.07.2005 - Início do transporte de contentores em comboio-bloco entre Lisboa (Terminal rodoferroviário da CP Carga e terminais marítimos da Liscont) e o Terminal de Contentores de Elvas.
--.09.2005 - Implementação do SGPC-Sistema de Gestão de Pessoal Circulante nos Depósitos de Revisão do Cais do Sodré e do Barreiro, da “CP Lisboa”.
28.09.2005 - Inauguração oficial do novo Terminal de Contentores de Elvas, parceria entre a CP e a Tertir, no âmbito da criação de uma plataforma logística de base ferroviária entre Lisboa (fluxos marítimos), integrando o terminal rodo-ferroviário da CP na Bobadela, o nordeste alentejano e a região da Extremadura espanhola.
11.10.2005 - Lançamento do comboio "Percursos Comboio e Natureza", com incidência sobre o Parque Natural do Douro Internacional, Estuário do Sado e Planícies de Castro Verde.
01.10.2005 - Ampliação do “Andante”, o Sistema de Transportes Intermodais do Porto, até Espinho.
13.12.2005 - Apresentação do projeto da Alta Velocidade em Portugal.
01.01.2006 - Instrumento obrigatório e existente desde a origem do caminho de ferro em Portugal que caiu em desuso, o Livro de Reclamações volta a ser disponibilizado pela CP em todos os locais de contacto com o público. Porém, no século XXI, por força de orientações comunitárias, o regime jurídico aplicável ao Livro de Reclamações foi estabelecido no Decreto-Lei nº 156/2005, de 15 de setembro.
01.2006 - A CP vende à Argentina o lote de material circulante desativado, de 40 carruagens e 7 locomotivas.
24.03.2006 - Apresentação no Entroncamento do Plano Estratégico da EMEF 2006-2008.
09.02.2006 - Suspensa a circulação no troço entre Casa Branca e Évora para obras de modernização.
--.06.2006 - A Comissão Europeia aprova o Livro Verde Sobre os Transportes.
14.07.2006 - Entrada em funções do novo Presidente do Conselho de Gerência da CP, engº Francisco José Cardoso dos Reis.
24.08.2006 - Embarque para a Bósnia dos primeiros 30 vagões produzidos pela EMEF.
05.11.2006 - Reabertura da circulação entre Casa Branca e Évora, com serviço de Intercidades entre Lisboa-Oriente e Évora.
07.11.2006 - A CP e a Fundação Museu Nacional Ferroviário assinam, em cerimónia pública, os protocolos relativos à cedência do espólio Museológico dos núcleos de Bragança, Lousado, Macinhata do Vouga e Santarém.
27.11.2006 - O Serviço Português de Contentores-SPC, empresa do Grupo Sapec, inaugura a Plataforma Logística de Valongo, incluída no Terminal Multimodal do Norte, e o ramal de ferroviário que serve aquela infraestrutura.
--.01.2007 - A CP adere, através de protocolo, ao Sistema de Mediação Laboral-SML, instrumento recentemente criado no âmbito do Ministério da Justiça, para mediar conflitos em matéria laboral e que permite o alívio dos tribunais, ganhos de tempo e menos custos para as partes.
11.01.2007 - Início dos trabalhos do Terminal Multimodal de Cacia, a primeira de um conjunto de obras que compõem o Projeto de Ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro, o qual inclui também a construção de uma linha férrea entre o porto e a Linha do Norte.
24.01.2007 - Início dos trabalhos de ligação ferroviária à Siderurgia Nacional.
30.01.2007 - Algumas das principais organizações que representam o setor ferroviário internacional – CER, UIC, EIM e UNIFE – assinam declaração onde assumem o compromisso de contribuir para o desenvolvimento sustentável do sistema de transporte de mercadorias na Europa.
--.04.2007 - Entrada em vigor de um novo modelo de oferta do InterRail, baseada em dois tipos de passe: o InterRail Global Pass e o InterRail One Country Pass.
19.04.2007 - A CP e a sua homóloga RENFE assinam um protocolo de intenções, no âmbito do tráfego internacional de mercadorias.
20.04.2007 - Última viagem do “Comboio Azul” entre a estação de Faro e a estação de Porto-Campanhã.
25.05.2007 - Apresentação pública do Centro Tecnológico Ferroviário, nas antigas instalações da Bombardier, na Amadora.
23.05.2007 - Inauguração do primeiro Centro de Mobilidade do país, no átrio da estação de Porto-S. Bento, uma iniciativa conjunta da CP, Metro do Porto e STCP-Sociedade de Transportes Coletivos do Porto.
11.06.2007 - Assinatura dos Protocolos de Acordo para a exploração e gestão dos comboios internacionais de passageiros Sud Expresso e Lusitânia Comboio Hotel, entre a CP e a RENFE.
27.09.2007 - Embarque para a Bósnia, no porto de Setúbal, de nova remessa de 30 vagões de tipologias variadas, construídos pela EMEF no Entroncamento, no âmbito da encomenda total de 356 unidades.
30.10.2007 - Reabertura do tabuleiro superior (rodoviário) da Ponte Eiffel, que liga Darque a Viana do Castelo, após obra de alargamento e beneficiação e reforço dos pilares.
01.11.2007 - Entrada em vigor do novo cartão Flexipasse CP, para Clientes que se desloquem entre qualquer estação do Alentejo e Lisboa, via ponte 25 de Abril.
--.11.2007 - Embarque para a Argentina de dez locomotivas, três automotoras diesel e quatro UTE-Unidade Tripla Elétrica, e oito carruagens Sorefame, para uso no sistema de transportes.
11.11.2007 - Entrada ao serviço do Centro de Comando Operacional-CCO junto à estação de Braço de Prata.
10.01.2008 - Renovação do mandato de Presidente do Conselho de Administração do engº Francisco Cardoso dos Reis.
24.01.2008 - Entrada em funcionamento, na Linha de Cascais, do sistema de informação sonora ao público.
16.02.2008 - Reabertura do túnel do Rossio após fecho, em 22 de outubro de 2004, para obras de remodelação e requalificação.
18.03.2008 - Conclusão da ligação ferroviária à Siderurgia Nacional.
26.03.2008 - Aprovação da nova Tarifa Geral de Transportes que introduz a obrigatoriedade de o operador reembolsar os passageiros pelas supressões ou atrasos
02.04.2008 - Despacho 9541/2008 dos Ministérios das Finanças e da Administração Pública e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que estabelece as condições para a constituição da CP Carga, S. A.
22.04.2008 - Entrada em funcionamento do Centro de Comando Operacional-CCO do Porto, em Contumil.
04.05.2008 - Entrada ao serviço exploração da nova estação de Espinho, em túnel.
15.06.2008 - Implementação do sistema de bilhética sem contacto na Linha de Cascais, processo de venda eletrónico e sem recurso ao uso de papel, já instalado na Linha do Sado, a que se seguiram as Linhas de Sintra e de Azambuja.
09.03.2009 - Interrupção da circulação na Linha da Beira Baixa, entre Covilhã e Guarda para obras de modernização.
--.03.2009 - Lançado o novo serviço ferroviário de mercadorias, entre Lisboa e Madrid, designado por Iberian Link, parceria entre a CP e a Renfe.
30.03.2009 - Adjudicada a concessão do troço Poceirão-Caia, integrado na ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid; e foi lançado lançamento do concurso público internacional para a concessão relativa às infraestruturas ferroviárias do troço Lisboa-Poceirão, incluindo a terceira travessia do Tejo.
12.06.2009 - Pelo Decreto-lei nº 137-A/2009 foram aprovados o novo regime jurídico aplicável à CP e os respetivos Estatutos, permitindo também, desde 01 de agosto, a constituição da CP Carga-Logística e Transportes Ferroviários de Mercadorias S. A., representando a autonomização desta área de negócio.
07.09.2009 - Reabertura do serviço ferroviário de passageiros na Linha de Venda Novas, entre Coruche e Setil.
09.09.2009 - Reabertura do serviço de passageiros na Linha de Leixões, entre Ermesinde e Leça do Balio.
--.--.2009 - Suspensa a circulação entre Coimbra-Figueira da Foz por Cantanhede, para intervenções na infraestrutura.
01.12.2009 - Encerrado o serviço ferroviário entre Miranda do Corvo e Serpins.
04.01.2010 - Encerrado o serviço ferroviário entre Coimbra e Miranda do Corvo.
27.03.2010 - Inauguração do Ramal ferroviário do Porto de Aveiro.
17.06.2010 - O dr. José Salomão Coelho Benoliel é nomeado Presidente do Conselho de Administração da CP.
16.08.2010 - Entrada em exploração da variante da Trofa, na Linha do Minho, através de túnel.
16.12.2010 - Formalização com a RENFE do contrato de aluguer de 17 automotoras da série UTD 592.
19.12.2010 - Inauguração da variante de Alcácer do Sal, na Linha do Sul, que representa o fim do serviço de passageiros na localidade.
01.02.2011 - Encerrado no Ramal de Cáceres o serviço de comboios regionais de passageiros, ficando apenas a circular para o serviço Lusitânia Comboio Hotel; no entanto, no Plano Estratégico de Transportes, documento oficial apresentado pelo governo português em outubro, foi anunciada, entre outras medidas, a intenção de modificar o percurso do comboio Lusitânia para a Linha da Beira Alta até ao final do mesmo ano, para se proceder à total desativação do Ramal de Cáceres.
--.--.2011 - Retoma da circulação entre Lisboa, Évora e Beja.
07.02.2011 - Assinatura de contrato entre a CP e a Renfe para a cessão de material circulante, prestação de serviços de manutenção integral de duas composições Talgo série IV, e prestação de serviços associados à exploração, pela CP, do comboio Sud Express.
24.07.2011 - Conclusão dos trabalhos de modernização e eletrificação do troço Bombel-Casa Branca-Évora.
31.07.2011 - Conclusão dos trabalhos de modernização e eletrificação na linha da Beira Baixa, no troço entre Vale Prazeres e a Covilhã, e início dos serviços ferroviários.
--.--.2011 - Greves na CP em março, abril, maio, junho, novembro e dezembro.
--.--.2011 - Suspensão do serviço de passageiros nas Linhas de Leixões e Vendas Novas, e das circulações “Lisboa by night” nas linhas de Sintra e de Cascais.
--.--.2011 - Início da “migração” das automotoras UDD 450 para a Linha do Algarve.
01.02.2012 - Encerramento dos postos de Tração e Revisão do Pinhal Novo.
14.03.2012 - Altera o Decreto-lei nº 137-A/2009, de 12 de junho, que aprovou o regime jurídico aplicável à CP - Comboios de Portugal, E. P. E., bem como altera e republica em anexo os respetivos Estatutos, conformando o direito interno com a disciplina da Diretiva nº 91/440/CEE, do Conselho, de 29 de julho de 1991.
15.08.2012 - Encerramento à exploração ferroviária do Ramal de Cáceres, entre Torre das Vargens e Marvão-Beirã, na sequência das orientações estabelecidas pela Resolução do Conselho de Ministros nº 45/2011, de 10 de novembro, que aprovou o Plano Estratégico dos Transportes para o horizonte 2011-2015, passando o comboio internacional Lusitânia (entre Madrid e Lisboa) a circular pela Linha da Beira Alta. A partir de 3 de outubro, entre Medida del Campo e Lisboa, integrou a composição do Sud Express.
24.09.2012 - Conclusão dos trabalhos de quadruplicação da via entre Monte Abraão e Cacém, na Linha de Sintra.
--.--.2012 - Novo modelo de oferta nos comboios Intercidades das linhas da Beira Alta e da Beira Baixa, com redução de preços nas curtas e médias distâncias, e substituição das assinaturas mensais regionais pelo Flexipass que permitiu a complementaridade entre os dois serviços.
--.--.2012 - Com foco na estação do Pinhal Novo, os bilhetes dos comboios de longo curso da Linha do Sul passam a integrar a viagem do serviço urbano da Linha do Sado.
31.12.2012 - O Dr. Alfredo Vicente Pereira assumiu funções de Presidente em exercício do Conselho de Administração da CP, na sequência da resignação do dr. José Salomão Coelho Benoliel.
--.--.2012 - Suspensão do serviço ferroviário entre Beja e Funcheira.
--.01.2013 - Extensão do passe Navegante a Moscavide.
06.05.2013 - Inauguração da nova estação de Agualva-Cacém.
21.02.2013 - O Engº Manuel Tomás Cortez Rodrigues Queiró foi nomeado Presidente do Conselho de Administração.
--.04.2013 - Conclusão do projeto de acesso controlado às plataformas da CP Lisboa.
--.07.2013 - Iniciado o serviço internacional entre o Porto e Vigo com o comboio Celta, com título de transporte único comum à CP e à Renfe, que prolonga o seu serviço até Valença; e consequente reorganização do serviço regional na Linha do Minho.
--.07.2013 - Novo acordo da CP com as ORT-Organizações Representativas dos Trabalhadores.
--.09.2013 - Novo modelo de oferta na Linha do Oeste, com comboios diretos entre as Caldas da Rainha e Coimbra.
10.11.2013 - Entrada em funcionamento do Corredor Ferroviário de Mercadorias nº 4, também designado por "Corredor Atlântico".
--.11.2013 - Alterações na oferta da Linha do Vouga por restrições do gestor da infraestrutura.
--.12.2013 - Introdução de mais um serviço Intercidades entre Lisboa e Braga, num total de dez ligações.
01.01.2014 - Lançamento de nova tarifa promocional designada Train Sharing.
--.02.2014 - Instalação de oferta Wi-Fi nos comboios Intercidades da Linha do Norte.
01.03.2014 - Parceria CP-TAP com o lançamento do produto Rail & Fly.
--.07.2014 - Aumento das paragens do comboio internacional Celta e reajustamento dos horários do serviço urbano do Porto.
01.10.2014 - Lançamento do Flexipasse Jovem em substituição das assinaturas de Estudante e Flexipasse Estudante.
11.11.2014 - Apresentação do novo site CP.
01.12.2014 - O serviço de longo curso reforçou a oferta para Braga com duas novas ligações Intercidades por extensão de serviço do “eixo do Porto”.
18.01.2015 - Ajustamento do horário da Linha de Cascais.
01.06.2015 - Criação da IP-Infraestruturas de Portugal por fusão da REFER com as Estradas de Portugal.
01.07.2015 - Os bilhetes de grupo para os comboios urbanos de Lisboa são desmaterializados.
--.07.2015 - Pagamento pelo sistema PayPal na Bilheteira Online da CP.
04.09.2015 - Lançada a revista “Destinos Magazine”, distribuída a bordo do comboio Alfa Pendular.
21.09.2015 - Privatização da CP Carga.
25.09.2015 - Reintrodução, por um período experimental de seis meses, do serviço regional de passageiros na Linha do Leste, entre Portalegre e o Entroncamento, com comboios às 6ª feiras e domingos.
--.11.2015 - Assinado contrato com a EMEF referente à intervenção de “meia vida” dos comboios Alfa Pendular.
01.12.2015 - Lançamento de um novo título combinado de Assinatura CP com estacionamento, o Park & Ride.
07.12.2015 - CP representada na rede social Instagram.
--.--.2015 - No âmbito do processo de privatização da CP Carga transitaram para a propriedade desta 25 locomotivas elétricas da série 4700, quatro locomotivas elétricas da série 5600, 15 locomotivas diesel da série 1400, e 15 locomotivas diesel das séries 1900, 1930 e 1960.
--.--.2015 - Instalação de suportes para transporte de bicicletas nos Intercidades de Lisboa-Braga e Lisboa-Guimarães.
20.01.2016 - Conclusão do processo de privatização da CP Carga, atual Medway, com assinatura do contrato de venda.
27.01.2016 - A CP e a EMEF apresentam o projeto da nova geração dos comboios Alfa Pendular, por remodelação em grande reparação de “meia vida”.
01.05.2016 - Viagem inaugural do comboio Alfa Pendular entre Lisboa e Guimarães.
04.06.2016 - Comboio Histórico do Douro regressa tracionado pela locomotiva a vapor CP 0186, adaptada para consumir gasóleo em substituição do carvão.
22.09.2016 - Como parceira do Festival Literário Internacional de Óbidos, a CP realizou entre Lisboa e Óbidos comboios especiais, com momentos cultuais a bordo, até 02 de outubro.
--.--. 2016 - Criação de comboios diretos entre Coimbra e Porto-Campanhã; e em setembro, na Linha do Sado, o serviço foi prolongado entre Setúbal e Praias do Sado-A.
--.--. 2016 - Concluída a renovação exterior de 103 carruagens do serviço Intercidades.
30.09.2016 - Disponibilização aos Clientes da App CP.
28.10.2016 - Comemoração dos 160 anos do Caminho de Ferro na Assembleia da República, com sessão especial e inauguração de exposição promovida pela CP e pela IP.
24.03.2017 - Circulação do primeiro comboio Alfa Pendular remodelado, numa viagem entre Lisboa-Santa Apolónia e Braga.
30.01.2017 - Contrato para eletrificação do troço Nine-Viana do Castelo.
25.06.2017 - Os Urbanos do Porto lançaram três novos serviços, no período de ponta da manhã nos dias úteis, na Linha de Guimarães.
30.06.2017 - O Dr. Carlos Gomes Nogueira iniciou funções como Presidente do Conselho de Administração da CP.
30.06.2017 - Lançamento do comboio MiraDouro, o novo serviço turístico na linha do Douro, em época alta, até 2018. Em 2020, já com todas as carruagens Schindler recuperadas, um novo conceito enquadra o comboio na oferta Interregional entre o Porto e o Pocinho.
--.--.2017 - Reforço da oferta entre Coimbra e Figueira da Foz.
01.07.2017 - Viagem inaugural do Comboio Histórico do Vouga entre Aveiro e Macinhata do Vouga, rebocado a diesel, com caráter experimental.
03.07.2017 - Início da campanha do Comboio Histórico do Douro, a prolongar até 29 de outubro.
01.08.2017 - Lançada a segunda versão do Cartão CP, na qual passou a ser possível a aquisição de assinaturas e títulos de viagem ocasionais dos Urbanos do Porto em conjugação com os títulos de Assinatura Regional e Flexipasse.
29.08.2017 - Nova ligação ferroviária na Linha do Leste entre o Entroncamento e Badajoz, que também substitui as duas ligações semanais entre Entroncamento e Portalegre lançadas em 2015.
12.09.2017 - O decreto-lei nº 117/2017 atualiza o regime sancionatório aplicável às transgressões ocorridas em matéria de transportes coletivos de passageiros, nomeadamente quanto ao pagamento voluntário às empresas operadoras.
29.01.2018 - A Portaria 37/218 aprova o novo regime sancionatório para utilização indevida de transportes coletivos, permitindo ao infrator pagar voluntariamente a coima ao Operador.
07.03.2018 - Apresentação do Comboio do Conhecimento direcionado para alunos universitários. Inserido no programa “Estudar mais é preciso”, é uma iniciativa promovida pelo Governo em parceria com a CP, que permite vantagens para viajar em alguns comboios nacionais.
02.06.2018 - Lançamento da aplicação móvel "ANDA" que permite viajar em todos os transportes coletivos no “Grande Porto”.
--.10.2018 - A CP passa a integrar a Declaração Europeia sobre segurança ferroviária.
--.11.2018 - Suspensão temporária da circulação entre Caíde e Marco de Canaveses para obras de eletrificação e adaptação do túnel da Tapada de D. Luís.
--.--. 2018 - Alteração aos horários na Linha do Norte, prolongamento, por obras na infraestrutura, com implicações também nos dos Urbanos do Porto com supressão da “família” Granja.
--.--. 2018 - A CP e o Grupo Barraqueiro criam um novo passe combinado que dá acesso aos comboios da CP e autocarros das empresas Boa Viagem, Mafrense e Ribatejana.
09.12.2018 - Alteração no serviço da Linha da Beira Baixa com substituição das automotoras por serviços com locomotiva e carruagens de 1ª e 2ª classes, permitindo reduzir o tempo de viajem entre Lisboa-Santa Apolónia e Castelo Branco.
07.01.2019 - Lançamento do concurso internacional para aquisição de material circulante: 21 unidades automotoras, das quais, 12 em bi-modo (diesel e elétrico) e 10 elétricas para o serviço regional de passageiros.
29.01.2019 - Lançamento do cartão "VivaGo", modalidade de pagamento de transporte público por débito na conta bancária, associando diretamente o cartão bancário ao cartão Lisboa Viva.
01.04.2019 - Novos passes para as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto com tarifários fixos.
02.07.2019 - No seguimento das obras de eletrificação do troço Caíde-Marco de Canavezes, na Linha do Douro, chegam as primeiras UME-Unidades Múltiplas Elétricas 3400 ao Marco de Canavezes.
15.07.2019 - Inauguração oficial dos troços eletrificados na Linha do Douro, entre Caíde e Marco de Canavezes, e na Linha do Minho, entre Nine e Viana do Castelo.
19.07.2019 - O Engº Nuno Pinho da Cruz Leite de Freitas iniciou funções como Presidente do Conselho de Administração da CP, mandato que interrompeu em 30 de setembro de 2021.
20.09.2019 - Entrada em vigor do Regulamento para Supervisão da Atividade das empresas do setor ferroviário no âmbito da segurança, pela Deliberação nº 952/2019, do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P.
28.11.2019 - Assinatura do Contrato de Serviço Público entre a CP e o Estado.
20.12.2019 - Aprovado em Conselho de Ministros a fusão da CP com a EMEF, por incorporação desta na CP, reconcentrando as valências de manutenção e a grande reparação de material circulante.
26.12.2019 - O decreto-lei 174-B define os termos e procede à fusão entre a CP e a EMEF-Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, bem como à segunda alteração do Decreto-lei 137-A/2009, que fora modificado pelo Decreto-lei 59/2012 de 14 de março ao aplicar o novo regime jurídico à CP.
--.--.2019 - Beneficiação do dormitório operacional da CP em Viana do Castelo.
15.01.2020 - Reabertura oficial das Oficinas ferroviárias de Guifões da CP dedicadas à grande reparação de material circulante.
12.02.2020 - Abriu na estação de Belém a primeira das 18 novas “Loja CP”. Integrando vários serviços num só espaço, as lojas, com gestão eletrónica, facilitam o acesso à informação através de dispositivos multimédia interativos, e permitem a compra de serviços/produtos CP e merchandising.
18.02.2020 -Assinatura formal de novos AE-Acordos de Empresa.
06.03.2020 - Dando cumprimento à Resolução do Conselho de Ministros nº 110/2019, terminou a reestruturação da CP-Comboios de Portugal E.P.E., no âmbito do processo de fusão por incorporação da EMEF; esta teve como objetivo eliminar redundâncias e os condicionalismos decorrentes da anterior tipologia de gestão, otimizando recursos e reduzindo custos.
17.03.2020 - Disponibilizada a possibilidade de compra online de bilhetes a partir da página de FaceBook da CP.
17.03.2020 - Em contexto da pandemia e encerramento de fronteiras, foram suspensos os comboios internacionais Sud Express, Lusitânia Express e Celta.
19.03.2020 - Concurso público para mpreitada de modernização do troço de Santa Comba Dão a Mangualde, na Linha da Beira Alta, para permitir aumentar a segurança e conforto no transporte de passageiros, bem como a velocidade dos comboios.
30.03.2020 - Empreitada para a modernização do troço da linha do Oeste entre Mira Sintra, Meleças e Torres Vedras.
30.03.2020 - Concurso para empreitada de modernização da Linha da Beira Alta no troço entre Mangualde e Celorico da Beira, permitindo aumentar a segurança e conforto no transporte de passageiros, bem como a velocidade dos comboios.
28.04.2020 - Concurso público para a contratação da empreitada de beneficiação da Linha de Cascais, para reforço das condições de segurança, e níveis de conforto e comodidade dos passageiros.
04.05.2020 - Retomada a 100% a oferta dos comboios Urbanos e Regionais, após redução por motivo da pandemia de Covid 19.
05.05.2020 - Foi implementada nova sinalética nas estações ferroviárias para reforço de informação relativa às medidas de combate à propagação do Covid 19.
07.05.2020 - Conclusão dos trabalhos de renovação da via no Ramal de Tomar, contribuindo para o reforço da segurança e conforto dos passageiros.
15.05.2020 - Reabertura da cantina das Oficinas do Entroncamento.
18.05.2020 - Reposto o transporte de bicicletas nos comboios, que tinha sido interdito por contingência da pandemia Covid 19.
31.05.2020 - Reposto integralmente o serviço Intercidades nos eixos Lisboa-Faro, Lisboa-Évora, Casa Branca-Beja, Lisboa-Viana do Castelo, Lisboa-Guimarães e quase integralmente nos eixos Lisboa-Porto e Lisboa-Braga. Nos eixos Lisboa-Guarda e Lisboa-Covilhã realizaram-se duas circulações de comboios Intercidades por sentido. Em complemento à oferta Intercidades, nos eixos Lisboa-Braga, Lisboa-Porto e Porto-Faro-Porto, circularam comboios Alfa Pendular.
12.06.2020 - Resolução do Conselho de Ministros nº 43/2020 que autoriza as compensações financeiras decorrentes do Contrato de prestação de Serviço Público celebrado entre o Estado e a CP. Nos termos dos respetivos estatutos, aprovados em anexo ao Decreto-lei 137-A/2009, de 12 de junho, a CP deve operar ao abrigo de um contrato de serviço público, que determina, entre o mais, as obrigações de serviço público às quais esta fica adstrita, bem como as respetivas compensações financeiras que lhe são devidas pelo Estado. Os serviços a prestar garantem a coesão territorial, a continuidade e o direito à mobilidade das populações, com as respetivas compensações financeiras, nos termos do Regulamento (CE) nº 1370/2007 e da Lei 52/2015, de 9 de junho. As compensações financeiras visam assegurar que a CP é financeiramente sustentável, permitindo, em conformidade com as regras estabelecidas no anexo ao Regulamento (CE) nº 1370/2007, uma gestão eficaz por parte do operador de serviço público, por um lado, e, por outro, a prestação de serviços de transporte de passageiros com um adequado nível de qualidade e de segurança, tendo em vista a promoção do acesso universal, da coesão territorial e a salvaguarda dos direitos dos utilizadores.
--.06.2020 - A CP adquire 50 carruagens à RENFE Alquiler, das quais: 9 Arco 2000 (posterior série CP de 1ª classe 19-97500); 9 mistas (turística e bar) Arco 2800 (posterior série CP “mistas” 85-97500); 18 turísticas Arco 2200 (posterior série CP de 2ª classe 20-97500).
19.06.2020 - Reposta a oferta de três comboios Intercidades, por sentido, nas linhas da Beira Alta e da Beira Baixa, cumprindo a oferta regular que estava em vigor no período pré-pandemia.
01.07.2020 - Retomada a circulação do comboio regional da Linha de Leste entre o Entroncamento e Badajoz.
15.07.2020 - Conclusão da reabilitação da locomotiva diesel-elétrica MLW 1554.
16.08.2020 - Reativação da circulação do comboio internacional Celta, entre o Porto e Vigo.
21.10.2020 - A CP assinou um contrato histórico com a Stadler Service Nederland para adquirir 22 novas automotoras, 12 bi-modo e 10 elétricas, num investimento de 158,1 milhões de euros.
26.11.2020 - Apresentação, nas instalações oficinais de Guifões, do protótipo do SIP-sistema de informação a passageiros. Desenvolvido por pessoal da CP, irá ser instalado nas carruagens ARCO.
--.11.2020 - Reabertura da Oficina da Figueira da Foz, encerrada desde 2011, centrando a sua atividade na manutenção e reparação das unidades da série UTD 592, da Linha do Oeste, assim como na pintura de material circulante e remoção de grafitis.
04.01.2021 - Reativado o “comboio operário” entre Contumil e Guifões, com automotora UTE da série 2240.
15.01.2021 - Disponibilizadas para o serviço mais algumas locomotivas English Electric 1400, após trabalhos de recuperação e renovação.
21.01.2021 - Ensaios em linha de uma carruagem Schindler, após recuperação, mantendo o logotipo e numeração conforme o esquema original, para reforço da oferta na Linha do Douro.
05.04.2021 - Foi sendo reposta a quase totalidade da oferta do serviço Intercidades e parte significativa da do Alfa Pendular, na sequência do levantamento gradual das medidas de confinamento.
25.04.2021 - Início do serviço de comboios com tração elétrica entre o Porto e Valença, por conclusão da eletrificação no troço Viana do Castelo-Valença.
26.04.2021 - Inauguração da eletrificação da Linha do Minho entre Viana e Valença.
--.06.2021 - Reposta a ligação direta entre Beja e Évora, com três circulações Intercidades diárias por sentido, servindo Cuba, Alvito, Vila Nova da Baronia, Alcáçovas e Casa Branca, com automotoras diesel da série 450. A ligação Lisboa-Évora foi também reforçada, nos dias úteis, com dois novos comboios Intercidades, um por sentido.
16.07.2021 - Foi lançado o maior concurso para aquisição de material circulante das últimas décadas: 117 automotoras elétricas para os serviços Urbanos e Regional.
23.09.2021 - Criado o Centro de Competências Ferroviário para construir um cluster ferroviário, para atrair e criar talentos, bem como empresas, e constituir-se como centro de know how para o setor.
19.04.2022 - Encerramento ao tráfego ferroviário para obras de modernização na Linha da Beira Alta, entre Pampilhosa e Guarda, com substituição do serviço ferroviário por autocarros entre Coimbra e Vilar Formoso.
--.05.2022 - Reforçada a ligação Porto-Pocinho com dois novos comboios.
16.05.2022 - O Portugal Railway Summit, organizado pela Plataforma Ferroviária Portuguesa (PFP*), juntou os dias 16 e 17, no Terminal de Cruzeiros em Matosinhos, os vários parceiros do setor, que realçaram a importância da ferrovia para o desenvolvimento do país.
*Criada em 2015, tem 95 associados, dos quais 63 são empresas, entre as elas a CP como uma das fundadoras.
28.07.2022 - Primeira viagem das carruagens ARCO na Linha do Minho.
28.09.2022 - Através do Despacho nº 11504/2022, de 19 de setembro, o engº Pedro Miguel Sousa Pereira Guedes Moreira foi nomeado Presidente do Conselho de Administração da CP para o triénio 2022-2024.
--.--.2022 - Nas trinta e uma UME 3150/3250 da Linha de Cascais foram instalados os novos rádios GSM-R (62 rádios), com vantagens para a segurança e operação das circulações; o contrato envolveu também a instalação destes equipamentos, na versão dual-modo (GSMR/CPN), nas unidades LE 5600, CPA 4000, UTE 2240 e UDD 0450.
--.--.2022 - Disponibilizado o primeiro conjunto de funcionalidades do “Programa Viajar com o Cliente-CRM”
--.--.2022 - Abriu no Entroncamento a terceira “Loja CP”.
16.02.2023 - A Portaria nº 67/2023, de 16 de fevereiro, autoriza a CP a assumir encargos com o aluguer à Renfe de 18 automotoras diesel série 592, e a respetiva manutenção, para serviço em linhas não eletrificadas.
--.06.2023 - Assinado protocolo com a Movijovem, sob o mote “ANDA Conhecer Portugal”, com o objetivo de promover a mobilidade juvenil sustentável.
--. 08.2023 - O Passe Ferroviário Nacional, no valor de 49€, passa a dar acesso a qualquer comboio Regional, independentemente da origem e do destino. Focada na simplicidade e flexibilidade do novo produto, a CP fez a campanha "Todo o Serviço Regional a um único preço".
--.12.2023 - Na ligação Lisboa-Porto foram repostos dois comboios Alfa, um de Campanhã às 7h32 e outro de Santa Apolónia às 20h, para responder às necessidades crescentes de mobilidade.
--.12.2023 - A CP celebrou um contrato com o fabricante de comboios CRRC-TANGSHAN para a manutenção aos 18 veículos da nova frota CT da Metro do Porto, por um período de cinco anos, nas oficinas de Guifões.
--.02.2024 - Nas automotoras UDD 450 vão ser implementados os SECR-Sistema de extração do combustível de retorno e o SPAS-Sistema de proteção adicional de sobre velocidade – concebidos nas Oficinas da CP -, para evitar a ocorrência de avarias graves em motores, aumentando a fiabilidade e a disponibilidade das automotoras.19.06.2024 - Numa parceria entre a CP (Manutenção e Engenharia, e a Segurança e Proteção) e o Serviço Municipal de Proteção Civil, realizou-se no Entroncamento um seminário sobre Segurança Ferroviária para dotar os participantes com conhecimento sobre o material - Entrou em vigor o Passe Verde Ferroviário, que permite viagens ilimitadas nos comboios regionais, inter-regionais (2ª classe), urbanos de Lisboa e Porto (fora das áreas dos passes intermodais), urbanos de Coimbra e ainda nos Intercidades em 2ª classe com reserva obrigatória de lugar antecipada.
25.11.2024 - Reabriu à exploração ferroviária o troço Guarda-Celorico da Beira, passando a CP a operar entre esta última localidade e Vilar Formoso, continuando o transbordo rodoviário entre Guarda e Coimbra.
09.12.2024 - Na reunião do CES-Comité Estratégico de Segurança, coordenada pelo Presidente do Conselho de Administração da CP, foi aprovado o Plano Anual de Segurança de 2025. Com o objetivo de tornar o sistema ferroviário ainda mais seguro, a CP continuará a desenvolver ações de melhoria nas vertentes da informação e sensibilização dos Clientes, das características físicas do material circulante e da infraestrutura.
--.12.2024 - A CP renovou as bilheteiras e instalou um novo Gabinete de Apoio ao Cliente na Gare do Oriente.
--.12.2024 - No âmbito do Plano de Qualidade-Retrofit, um trabalho conjunto da Manutenção Centro-Entroncamento e da Manutenção de Campolide, concluiu-se o programa de melhorias técnicas, de conforto e imagem, e homogeneização das características das automotoras UQE 3500, garantindo maior disponibilidade para o serviço.
--.12.2024 - Para financiar as 22 novas automotoras (12 bi-modo e 10 elétricas) contratadas à Stadler Service Nederland, em produção em Valência-Espanha, para os serviços regionais, além do Orçamento do Estado e do Fundo Ambiental, a CP recorreu ao Programa para a Ação Climática e Sustentabilidade (PACS), tendo já recebido em 2024 um incentivo de 7,2 milhões de euros.
09.02.2025 - Sob o mote "Descubra a Linha de Leixões", esta linha foi reaberta ao serviço de passageiros, entre Porto-Campanhã e Leça do Balio, com duas novas estações - Hospital de São João e Arroteia - e com destaque para os comboios diretos de Aveiro para Leça do Balio, passando os Urbanos do Porto a operar em cinco linhas. São disponibilizados 60 comboios nos dias úteis, 30 em cada sentido, com oferta de dois comboios por hora e por sentido nas horas de ponta da manhã e da tarde. Aos sábados, domingos e feriados, realizam-se 34 comboios, 17 por sentido.
13.02.2025 - O Engº Pedro Miguel Sousa Pereira Guedes Moreira é reconduzido como Presidente do Conselho de Administração da CP.
02.03.2025 - Repostas as condições de exploração antes do encerramento do troço entre Mira-Sintra, Meleças e Torres, permitindo a exploração no troço Mira-Sintra, Meleças e Malveira.