Amor a Bordo

Uma viagem que nos vai ficar na memória durante muito tempo

Acordei sobressaltada… não estava a perceber porque é que o Vasco já estava de pé, tão agitado… A única coisa que me disse foi: “Levanta-te, estamos atrasados”.
Percebi entretanto que já me tinha feito uma mini mala e que minutos depois nos estávamos a dirigir para a Estação de comboios de Lisboa - Oriente. Mais acordada, perguntei-lhe para onde estávamos a ir e ele só me disse “não queiras que te estrague a surpresa…”, parecia meio nervoso. Depois de umas horinhas, chegámos a Régua. Pensei, já percebi tudo! Vamos passar um fim de semana com os meus tios que são ali de perto! Mas rapidamente tirei a ideia da cabeça, pois estávamos a dirigir-nos para um hotel. Disse-me apenas que tinha conseguido um desconto bom e que íamos aproveitar para passear por ali o resto do dia. No dia seguinte fomos visitar o Museu do Douro de manhã, mas depois de almoçarmos, voltámos à estação da Régua. Não estava a perceber (para variar…). Íamos já embora para casa? O meu pensamento foi interrompido pelo som rompante de uma locomotiva antiga. Parecia que de repente tínhamos recuado no tempo, ou que sem querer, tínhamos invadido as gravações de um filme. Olho para o Vasco e ele sorridente diz-me: ”Gostas?”. Se gosto?! Adoro! (finalmente a surpresa!). Aparentemente, ele já tinha tudo programado e explicou-me que a CP tem “Packs” para as pessoas que não são de perto como nós e que lhe tinha compensado imenso o “Pack Centro” com viagens combinadas, mais o desconto no hotel com a apresentação do bilhete. A paisagem incrível que tanto me inspira começou a entrar pela janela e de repente deixámos de ser apenas a Joana e o Vasco um casal de namorados e tornámo-nos numa dama apaixonada e num cavalheiro de barba e cartola. Foi uma verdadeira viagem no tempo! Não tardou para que a animação chegasse à nossa carruagem. Um grupo de “cantares tradicionais” invadiu a nossa atenção com a pandeireta e chamou-nos para dançar ao som do acordéon e do cavaquinho. A senhora do bombo de repente para de tocar e dirige-se a mim. Pensei que me ia pedir para cantar, mas puxa-me pela mão e diz de sorriso na cara: “Filha, acho que aquele jovem bonitão lhe quer dizer umas palavras…” Viro-me para trás e vejo o Vasco de joelho no chão com um pequeno anel na mão esquerda (aqui estava a verdadeira surpresa!!!). Acho que já sabem o final da história, voltámos para casa no fim dos melhores dois dias da minha vida… Ah e eu disse “SIIIIIIIIIIIM!”

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