Alentejo - Évora - por Inês Manuel

A região que optei por falar não podia ser outra que não o meu belo Alentejo. Alentejo, região de paisagens planas e amplas, cores secas, castanhos de cortiça, amarelos de espigas de trigo, verdes de sobreiros e brancos de casas caiadas.

O Alentejo cheira a história, a cultura e património.. e sabe a mel, migas e secretos de porco preto e vinho. Secretos, como os encantos escondidos daquilo que muita gente pensa ser apenas para descanso e férias de campo. Afinal esta região tem muito mais que isso, e é mesmo isso que vos vou mostrar!

A primeira zona que escolho, património mundial da UNESCO desde 1986 é a minha cidade natal, Évora.

Chegados à estação da CP de Évora deparamo-nos logo com parte da história da cidade, história de coragem e bravura do Geraldo sem pavor, representado nos azulejos da estação que despertam os sentidos à descoberta desta zona. Daí à praça principal da cidade, a praça do Geraldo, pode fazer-se um percurso a pé uma vez que a estação é bem perto do centro. Assim, passamos no jardim e parque da cidade, onde se encontra o Palácio Dom Manuel, que é atualmente utilizado para exposições dos mais diversos temas e que são gratuitas. No jardim há fontes e lagos de água, patos, pavões e muitas pessoas de todas as idades. Há café e um bolinho, e cheira a isso e às árvores e flores que o constituem. Segue-se a igreja de São Francisco e a Capela dos Ossos, local de magnitude extrema na cidade devido à sua originalidade e culto. Mesmo em frente temos o mercado de frutas e legumes e de peixaria, local ótimo para experimentar uma sensação de cores e cheiros que saltam aos olhos e ao nariz. Rica em artesanato, no mercado é também possível ver e comprar o que de bom se faz na região, como os mais diversos objetos de cortiça, peças de vestuário e de decoração, que são também mostradas nas duas principais ruas que ligam à praça central. A Praça do Geraldo é um dos mais belos locais do País, com um encanto especial, cheiro às castanhas assadas e cor de mármore, material da fonte que ai se encontra. Arcadas, cafés e esplanadas fazem igualmente parte desta praça, sempre com gentes da cidade que são especialistas em receber bem e bem tratar. Subindo mais uma rua de lojas turísticas, chegamos à Sé Catedral, local onde é indispensável a visita e onde se está facilmente perdido num mundo encantado, nem que seja só pela vista maravilhosa que das muralhas mais altas do mesmo é possível ver, vale muito a pena. Da torre mais alta da Sé, conseguimos ver toda a cidade e o céu azul. O Templo de Diana, feito pelos romanos em homenagem a esta Deusa da Caça é outro ex-líbris da cidade, que fica junto à Sé e em frente a um pequeno jardim florido cheio de vida e cor. 

Falando de caça, vamos explorar a gastronomia da cidade, marca turística da mesma. O porco é o líder: lombinhos de porco preto grelhado, carne de porco com amêijoas, pezinhos de coentrada e migas à alentejana com carne de porco são exemplos muito apetitoso uso deste animal.
Para quem não aprecia carne, Évora é também famosa pelas sopas, aconselho a sopa de tomate ou mesmo o gaspacho, sopa de cação e a famosa açorda. Isto a acompanhar com um bom vinho da região, que constitui uma delícia para qualquer paladar.

Para sobremesa sugiro um doce tradicional, uma sericaia com ameixa, uma fatia de bolo de mel e noz ou uma encharcada de ovos, só uma vez não faz mal e faz bem à alma. Vai ter imensos restaurantes onde é possível provar estas iguarias de deixar agua na boca. Não só de monumentos, artesanato, paisagens e gastronomia se faz a cidade, a cultura toma aqui cada vez mais uma atitude.
Diariamente há locais que vão desde o mais comum, como o Teatro Garcia de Resende, os cafés e bares de música ao vivo, ao mais alternativo e intimista, tais como as sociedades que diariamente têm atividades que vão desde, tertúlias, cinema e concertos de música, a feiras de roupa e artigos vintage.

Enfim, após tudo isto o que me apraz dizer é, que faça uma boa viagem com a CP e venha descobrir a cidade de Évora. 

Veja aqui as fotos que completam o roteiro.