Por Coimbra de comboio

Dos Amores aos Doutores, não há quem resista a Coimbra

Viajar de comboio sempre foi uma paixão e conhecer Portugal um objetivo. Por isso, decidi escolher um destino fora das zonas metropolitanas de Lisboa e do Porto e parti à aventura!

Como decidi com mais de 8 dias de antecedência que queria ir até Coimbra, a minha viagem ficou por 7,50 €. Desfrutei da viagem, da paisagem e da poupança!

Chegando a Coimbra, tinha já um arroz de lampreia (cozinhado à maneira do vale do Mondego) na mesa e uns Pasteis de Santa Clara reservados para a sobremesa! A tarde prosseguiu com uma visita à Sé Velha, ao centro histórico e ao Museu Académico, sem esquecer o célebre Portugal dos Pequenitos. Tive sorte, pois, por ser o primeiro sábado do mês, ainda consegui apanhar a Feira Sem Regras – local onde qualquer pessoa, desde que não seja comerciante profissional, pode vender os seus artigos, desde velharias a mobiliário ou mesmo roupa em segunda mão.  Ao anoitecer, tive a oportunidade de admirar o espírito académico que caracteriza esta cidade e relembrei, claro, os meus tempos de estudante…

Na manhã seguinte visitei a icónica Quinta das Lágrimas, onde me deixei encantar pela Fonte dos Amores, símbolo do trágico romance entre D. Pedro e D. Inês de Castro. Fiquei ainda para almoçar e aproveitei para me reencontrar com velhos amigos, que me levaram aos locais mais secretos de Coimbra… mas esses deixo para vocês descobrirem, quando visitarem esta inesquecível cidade! :)

Na hora de regressar a casa, soube-me bem saber que passei um fim de semana diferente, no meu país e com umas viagens muito em conta!

Descontos:

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O que visitar:

  • Quinta das Lágrimas
  • Museu Académico
  • Portugal dos Pequenitos
  • Sé Velha
  • Museu da Água
  • Ponte Rainha Santa Isabel
  • Ponte Pedro e Inês

Onde Comer:

  • O Burgo
  • Zé Manel dos Ossos
  • Dux Petiscos e Vinhos
  • Tapas nas Costas

Há viagens que nem sabem por onde começar. Mas há sempre uma partida, um ponto de partida. Uma decisão, um bilhete.

Quando entramos num comboio há geralmente um destino. O comboio, esse, tem um destino independentemente do nosso. Para nós o destino é muito mais do que uma cidade: é um abraço de um amigo, o sorriso da avó, a gargalhada de um primo mais novo.

Quando entramos no comboio levamos no coração apertado a saudade e a expectativa, seja de reaver aconchegos ou descobrir novas alegrias. Chegamos sempre diferentes do que partimos. Com as ondulações do terreno também nós nos moldamos.

No por do sol visto pela janela deixamos cair pensamentos, deixamos para trás uma semana de trabalho, de estudo ou de tarefas mandatórias. Deixamos para trás o que fizemos e vamos em direção ao que queremos fazer.

E nas poucas horas que passamos sentados numa cadeira verde-escura temos tempo de pensar na grande viagem que todas as nossas viagens constroem. As pessoas que vamos escolhendo para companheiras de viagem e aquelas que aparecem com a chuva do acaso e compram um bilhete que nem sabiam que era ao nosso lado.

Perguntam-nos muitas vezes - demasiadas vezes - qual é o nosso destino. Mas será que o destino interessa? Não podemos apenas apreciar a viagem e abraçar os destinos que nos inspiram? Dar tempo às paragens que o coração nos pede, permitir aos olhos absorver as cores e aos lábios os sabores... Esta viagem - a vida - é feita de muitos destinos.

Hoje, o nosso destino é Coimbra

Chamam-lhe “Pérola do Mondego” porque é a beleza desta cidade que faz brilhar as águas do rio. Casa de uma das mais antigas universidades do país, Coimbra é frequentemente apelidada de “cidade do conhecimento” ou “cidade dos estudantes”.

Fundada em 1290 por D. Dinis, a Universidade de Coimbra, é a razão pela qual a cidade se veste de negro em Maio. Os estudantes usam o traje académico e as atividades académicas neste mês fazem Coimbra fervilhar de vida.

A música é mais do que tradição em Coimbra. O coro mais antigo de Portugal é o Orfeão Académico de Coimbra e foi fundado em 1880, mas a história da música nesta cidade não fica por aqui: o Fado de Coimbra nasceu do hábito dos estudantes levarem as suas guitarras para a cidade onde estudavam. Este fado canta-se geralmente à noite, nas ruas de Coimbra, exclusivamente com cantores masculinos vestidos de capa e batina. As serenatas são também frequentes e há uma serenata cantada nesta altura à própria cidade, em frente à Sé.

E se as guitarras trouxeram o fado, também elas choraram nos dedos de músicos cheios de talento: Carlos Paredes nasceu em Coimbra e, apesar de ter sido muito influenciado pela sua vida em Lisboa, nunca esqueceu as suas origens coimbrãs.

Ao redor de Coimbra podemos ainda visitar a Quinta das Lágrimas, palco de uma das grandes histórias de amor portuguesas: Pedro e Inês. Nesta quinta podemos ver duas fontes importantes para a história, a Fonte dos Amores - que se chama desta forma porque testemunhou o amor do casal - e a Fonte das Lágrimas - em alusão às lágrimas de Inês aquando do seu assassinato. Nesta última podemos ainda ver o fundo “manchado” de vermelho, alegadamente pelo sangue de Inês.

Se nos afastarmos 16 km de Coimbra, podemos visitar Conímbriga: uma das maiores centrais arqueológicas com vestígios de povoações romanas em Portugal. Há referências que indicam que a cidade romana estava no caminho feito pelos romanos entre Lisboa e Braga.

Veja aqui as fotos que completam o roteiro.