Visita guiada por Braga

Acompanhe a visita de Teresinha da Cunha Pinto até à cidade de Braga.

Estação de Braga: Cheguei a Braga. Lá vim eu no meu lugar à janela. E o mundo lá fora a correr e eu a querer apanhá-lo. E sentada no meu lugar corri, e de olhos atentos via vida e gente, trilhos e sol. Era um coração a viajar.

É aqui que o passeio tem início. O Arco da Porta Nova foi uma das portas da muralha da cidade e agora é a entrada mais antiga. E passar por esta porta, é passar pela história e é fazer, também, parte dela. 

Não há quem não fique surpreendido com a antiguidade e com a beleza da Sé. Já lá vão mais de novecentos anos de história. Uma vida que de geração em geração se mantém fiel a si mesma. É a grandeza da história que nestas paredes se edifica e se eterniza no silêncio de quem para por momentos, para contemplar.

"Vir a Braga e não tomar café na Brasileira, é como ir a Roma e não ver o Papa!" - disseram quase em coro. O Sr. Jorge, o Sr. Murilo e o Sr. José são uns dos muitos clientes que não passam um só dia sem virem à Brasileira tomar o melhor café da cidade. O café de saco é a tradição da casa e sabe ainda melhor se for servido pelo Sr. Francisco Marques. Já são vinte e sete anos de trabalho n' A Brasileira, que conta com alegria e orgulho. A maneira como serve, como conhece os cantos da casa e as pessoas que aqui entram, são os olhos ao falar e a paciência ao ouvir.

É entre picardias e risotas, novidades frescas e notícias das capas dos jornais, que se passa uma manhã. Uma autêntica tertúlia, onde se partilha a alegria de se ser Bracarense.

“Oh menina, tem mesmo de lá ir!” Diziam eles e eu lá fui. Não houve ninguém que não me recomendasse uma visita ao Jardim de Santa Bárbara. A D. Lucinda trabalha no jardim há vinte anos e eu tive o privilégio de a conhecer. Uma vida passada no meio de flores e muitas cores. Conhece-as a todas  e cada uma com o seu nome, cada uma com um segredo que a terra faz crescer. A D. Lucinda cuida do jardim como se da sua casa se tratasse e como se cada flor fosse única no mundo. E quando a alma de um jardim é a pessoa que se entrega por ele, só pode mesmo ser o jardim mais bonito do mundo.

As frigideiras fazem parte desta cidade e é do "Cantinho" que elas são originais. A Frigideira do Cantinho foi fundada em 1796, e é a mais antiga de Braga. Uma casa que coloca no seu fabrico toda a tradição de uma cidade. Não há como não entrar e não provar. As frigideiras são um folhado recheado com carne picada e são feitas artesanalmente para que o segredo e o sabor nunca se percam. 

Veja a fotoreportagem aqui.